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CRÔNICAS CARIOCAS

Sambódromo do Rio de Janeiro, acostumado ao samba carioca, recebe o silencioso tiro com arco

"Nas quase duas horas de competição, é possível ouvir até cantos de passarinhos"

postado em 06/08/2016 10:38 / atualizado em 06/08/2016 10:50

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press
Principal palco do samba carioca, acostumado a receber mais de 300 caixas de som durante o Carnaval, com ruídos que chegam a 120 decibéis, o Sambódromo do Rio é a casa desde ontem de um dos esportes mais silenciosos da Olimpíada, o tiro com arco (foto). Nas quase duas horas de competição, quando os 64 arqueiros estão perfilados, é possível ouvir até cantos de passarinhos, que ocupam as árvores do entorno.

O tiro com arco é um esporte de muita disciplina e exige concentração dos competidores. Uma buzina de carro, um assovio da torcida ou um cochicho dos jornalistas são suficientes para quebrar a concentração do competidor, que têm 240 segundos para disparar seis flechas.

O silêncio é cortado apenas pelas flechas que encontram o alvo depois de percorrer os 70 metros a uma velocidade de até 240 quilômetros por hora. O barulho é parecido com o de uma bola de capotão quicando no chão. Os atletas permanecem silenciosos até que o tempo se esgote e todos caminham até o alvo, para fazer a contagem de pontos, enquanto as caixas de som do Sambódromo disparam uma playlist que vai de Rolling Stones a The Police.

Todo esse ritual silencioso vai exigir, obviamente, certa disciplina da torcida brasileira, pouco habituada a esportes de concentração. No Pan’2007, parte da torcida chegou a perturbar alguns atletas durante as provas, o que gerou reclamações.

Mas quando se fala sobre silêncio no esporte, o caso mais pitoresco foi quando o Flamengo resolveu popularizar o xadrez convidando o campeão Henrique Mecking, o Mequinho, para uma partida com a camisa do clube no ginásio da Gávea, em 1985. Depois de alguns minutos contemplando a partida, conta uma matéria da revista Placar da época, um torcedor da Fla-Raça não se aguentou e soltou o berro: “Come o bispo dele, Mequinho.”

Tags: rio2016 Tiro com Arco Rio 2016

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