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CRÔNICAS CARIOCAS

Uma saga até Deodoro

"Para quem seguiu de transporte público da Zona Sul, era preciso até quatro baldeações"

postado em 07/08/2016 10:55

Beth Santos/ PCRJ
Eu havia acabado de abrir o laptop para acompanhar a final do tiro esportivo, que terminou com a prata do brasileiro Felipe Wu, quando uma família de portugueses chegou esbaforida para saber o resultado de um parente, o atirador João Costa. Eles haviam rodado de táxi por mais de duas horas, desde a Zona Sul, e não conseguiram chegar a tempo de ver o ilustre da família.

Os portugueses não foram os únicos, ontem, a encontrar problemas para chegar ao Complexo Esportivo de Deodoro. A viagem é mesmo uma saga. A região que abriga o segundo maior número de modalidades dos Jogos Olímpicos fica a 44 quilômetros do Parque Olímpico da Barra da Tijuca e a 41 quilômetros de Copacabana (foto). Para quem seguiu de transporte público da Zona Sul, por exemplo, era preciso até quatro baldeações de metrô e BRTs.

O clima do local é completamente diferente das outras regiões e, à primeira vista, a sensação é de estar entrando em uma cidade do interior de Minas Gerais. O complexo é rodeado por estábulos e haras, além de vilas militares. A única característica de metrópole é a Avenida Brasil, que corta o parque em dois: de um lado o estádio, o Parque Radical e a Arena da Juventude. De outro, a arena de tiro esportivo, que ontem consagrou Wu como o primeiro medalhista brasileiro na modalidade em quase um século.

O acesso de um lado para o outro é feito por um túnel, seguido por uma longa estrada de cascalho que leva à arena de tiro. A distância, pelo menos, poupou a família de João Costa da decepção de ver o português, que acabou sendo eliminado por apenas dois pontos.

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