Passagem da tocha olímpica na Baixada Santista é marcada por protestos e festa para Mineirinho

Com o tempo nublado, frio, acompanhado de algumas pancadas de chuva fina, a tocha olímpica chegou à Baixada Santista nesta sexta-feira. O maior símbolo dos Jogos passou por Praia Grande pela manhã e chegou a São Vicente, cidade que deu maior dor de cabeça aos organizadores na região. O município vive uma grave crise com os servidores públicos e não conta com coleta de lixo há seis meses. A prefeitura limpou apenas a área do percurso da tocha, mas, diversas manifestações forçaram até o desvio da rota, que acabou não passando em frente a sede do governo local. “A tocha passa e o lixo fica”, gritou um morador.

Na praia, debaixo de muita vaia e cânticos de protestos, a tocha foi levado pelo famoso teleférico da praia do Itararé até o morro da Asa Delta. De lá, um piloto conduziu o objeto até o solo novamente em um para motor, já próximo à divisa com Santos. Tantos imprevistos acabaram atrasando a chegada da tocha à principal cidade da Baixada.

Já no Emissário, a tocha foi levada à Vila Belmiro, casa do Peixe. Por lá, cerca de mil crianças da rede municipal e as equipes de base do alvinegro praiano puderam assistir o ex-jogador de vôlei Negrelli passar a tocha ao judoca Leandro Guilheiro, bronze nos Jogos de Atenas (2004) e Pequim (2008).

O presidente Modesto Roma Júnior aproveitou para revelar seu orgulho. “O Santos se sente honrado de receber nesse solo sagrado o corpo sagrado da Olimpíada”, disse para ser muito aplaudido, diferente do que aconteceu com o prefeito Paulo Alexandre Barbosa, que não foi poupado de vaias ao dar algumas palavras ao microfone.

Da Vila, o revezamento continuou de volta à praia, passou pelo jardim da orla, reconhecido como o maior jardim de orla de praia do mundo, e seguiu até o Aquário. Então, foi feita uma pausa de uma hora para o almoço e o fogo permaneceu resguardado em uma lanterna de segurança até ser entregue ao guarujaense Adriano de Souza, o Mineirinho, campeão mundial de surf em 2015.

“Tenho muita honra em poder carregar a tocha. Não só o Guarujá, mas Santos também faz parte da minha, tenho muitos amigos atletas que sempre honraram o nome da Baixada Santista mundo à fora, como o Picuruta (Salazar, surfista), entre outros”, comentou Mineirinho, muito festejado pelo público presente, antes de embarcar na catraia que levou o símbolo dos Jogos para uma passada de aproximadamente 2h30 pelo Guarujá.

Em seguida, o revezamento seguirá em Santos, onde a tocha percorrerá 25 km ao topo, com destaque pela passagem ao Museu Pelé. O Rei do Futebol, inclusive, é aguardado no local, até seu destino final, na Praça das Bandeiras, na praia do Gonzaga, por volta das 21h30. Ao todo, 103 condutores serão utilizados em Santos.