As dificuldades já eram evidentes no Campeonato MineiroO título conquistado na base da raça “maquiou” as deficiências da equipe, classificada apenas na quarta colocação e sem ganhar um jogo sequer fora de Belo Horizonte (perdeu para Guarani, Tricordiano e Tombense e empatou com a URT)O gol de empate do lateral-esquerdo Danilo na decisão contra o Atlético quebrou um jejum de 16 anos do time sem vencer o Estadual, contudo não corrigiu os problemas visando à Série A.
Na elite nacional não havia espaço para invenções e nem insistências com atletas em fase ruimMas Givanildo teimouNa estreia diante do Fluminense, preferiu improvisar o zagueiro Artur na lateral direita, mesmo depois de ter solicitado à diretoria a regularização de Hélder no BID da CBFTeve muita paciência com o inconstante Rafael Bastos, que viveu de lampejos e um gol marcado quase do meio-campo num clássico contra o AtléticoTalvez tenha sido o jogador mais contestado pela torcida americana nos últimos temposApostou bastante no inseguro Sueliton, de rebaixado à Série C com o ABC a zagueiro titular do Coelho na Primeira DivisãoEsgotou todas as forças do veterano Leandro Guerreiro, de 37 anos, em natural desaceleração do condicionamento físico por causa da avançada idade.
O excesso de lesionados também foi problema para Givanildo
Givanildo é, sim, o maior treinador da história do AméricaGanhou a Série B em 1997, a C em 2009 e o Mineiro em 2016Comandou o time em 235 jogos, conquistou mais de 100 vitórias e não à toa virou cidadão honorário de Belo HorizonteSuas convicções, entretanto, já não eram mais compatíveis com a atuais condições do clubeA diretoria, que reconhece a falha no planejamento para a Primeira Divisão, deve apostar as fichas no português Sérgio Vieira, compatriota do cruzeirense Paulo Bento.
Prever que Vieira conseguirá salvar o Coelho do descenso? Difícil, pois o treinador pegará a equipe no decorrer do Brasileiro e precisará, o mais rápido possível, conhecer o grupo a tempo de começar uma reaçãoQuanto ao demitido Givanildo, fica a sensação de que ele cavou o próprio buraco nesses últimos meses e fez, junto do assistente Cláudio Prates – que segue no clube –, escolhas equivocadas até chegar ao fim de sua quarta e duradoura passagem de 625 dias pelo Lanna DrumondSorte ao Rei do acesso em seus novos caminhos.