Esse entrosamento foi construído em meio a filosofias diferentes dos vários treinadores que passaram pela Cidade do Galo – Cuca, Paulo Autuori, Levir Culpi, Diego Aguirre, Marcelo Oliveira, Roger Machado, Rogério Micale e Oswaldo de Oliveira. Marcos Rocha e Luan têm pelo menos mais uma temporada para crescerem conjuntamente e voltar a dar títulos à torcida: o contrato do lateral vence em dezembro do ano que vem, e o atacante tem vínculo até abril de 2019.
Diante do Atlético-GO, foi nítida a evolução de Rocha depois que Luan entrou no intervalo, ocupando o lugar do equatoriano Cazares, muito apagado nos minutos iniciais. A jogada do segundo gol alvinegro simbolizou a força da parceria dentro das quatro linhas: depois de longa impulsão, Rocha cobrou lateral na cabeça do camisa 27, que colocou a bola para dentro.
“O Rocha me pediu para ficar próximo do goleiro, para que a bola sobrasse para mim livre. E foi isso que aconteceu. Pude ajudar da melhor forma. Mesmo com tantas lesões, a gente trabalha no dia a dia para estar bem e jogar da melhor forma”, afirma Luan, que ontem revelou um vídeo de sua filha, Lara, pedindo ao jogador um gol de presente.
Oswaldo elogiou a atitude de seus jogadores na partida: “O comportamento dele fez toda a diferença. Os caras se conhecem, estão acostumados a jogar juntos. É como eu e meu auxiliar. Vi por muito tempo Pelé e Coutinho jogando assim. Luan e Rocha crescem muito. Eles trocam passes e não perdem os passes. O Marcos Rocha cresceu na partida”.
O treinador projeta dar sequência à dupla dependendo das condições físicas do atacante, que tem histórico de lesões graves. “Pretendia colocar o Luan no intervalo contra o Santos (derrota por 3 a 1), mas segurei um pouco. Contra o Atlético-PR, eu arrisquei. Espero que ele não se machuque para continuar nos ajudando muito”.
Ao longo dos últimos anos, a dupla se acostumou a jogar junta e a levantar títulos pelo Galo, como o da Libertadores de 2013, da Recopa e da Copa do Brasil de 2014 e três Estaduais (2013, 2015 e 2017). A combinação existe a partir do momento que um vai ao setor ofensivo e o outro ajuda na recomposição defensiva. Com ambos em ação, as tabelas e triangulações se tornam mais frequentes.
A jogada do lateral foi uma das várias criadas por Cuca em 2013 para surpreender os adversários. Naquela época, o arremesso de Rocha sempre encontrava um jogador mais alto (o lance sempre focava em Jô ou mesmo Leonardo Silva e Réver) para ajeitar a bola de cabeça para um companheiro vindo de trás. Recentemente, quando dirigia o Palmeiras, Cuca voltou a apostar nos lançamentos de lateral, feitos pelo armador Moisés (ex-América).
MUDANÇAS EM SALVADOR
Passada a vitória contra os goianos, Oswaldo começou ontem a preparar o Galo que enfrenta o Bahia, domingo, às 18h, em Salvador, em confronto direto pela vaga na Libertadores. O time alvinegro terá, pelo menos, sete desfalques importantes: o zagueiro Gabriel será preservado pela comissão técnica porque ainda não se recuperou totalmente do choque de cabeça com o volante Adílson na partida anterior. Outros que estão fora são o próprio Adílson, Leonardo Silva e Fred, suspensos pelo terceiro cartão amarelo. Felipe Santana, Cazares e Marcos Rocha foram vetados de última hora da viagem.
Passada a vitória contra os goianos, Oswaldo começou ontem a preparar o Galo que enfrenta o Bahia, domingo, às 18h, em Salvador, em confronto direto pela vaga na Libertadores.
Números
MARCOS ROCHA
303 jogos pelo Atlético
46 em 2017
13 gols
LUAN
188 jogos pelo Atlético
22 em 2017
38 gols
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