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Dudamel explica substituições e sobe o tom ao falar sobre vaias a Zé Welison: 'O apontaram como se tivesse roubado, matado'

Volante do Galo foi muito criticado por erro no lance que gerou o gol da vitória da Caldense, no Mineirão

Humberto Martins
Dudamel foi enfático ao defender o volante Zé Welison - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A. PressA derrota do Atlético por 2 a 1 para a Caldense neste domingo fez o time comandado por Rafael Dudamel deixar o gramado do Mineirão debaixo de muitas vaias. Torcedores questionaram principalmente as atuações de Zé Welison - que perdeu a bola no lance que gerou o gol da vitória da Veterana - e as mexidas do treinador venezuelano, especialmente, a saída do meia Nathan para a entrada do centroavante argentino Franco Di Santo.


Ao final da partida, Dudamel explicou que as substituições estavam previstas, pelo fato de nem todos os jogadores terem condições físicas de jogar 90 minutos.
Estava planejado desta forma. Nathan estava voltando de um longo tempo de inatividade, fisicamente alcançando sua melhor forma e está começando a jogar agora. Igual a Otero e Savarino. O ideal, correto, é poder ter todos os jogadores no primeiro dia, sãos para poder colocá-los em forma. Isso não aconteceu conosco”, explanou Dudamel em entrevista coletiva no Mineirão.

O técnico atleticano revelou que também não gostaria de sacar Nathan da partida, mas teve que fazer a substituição, para se precaver de qualquer eventual lesão.
Eu também não gostaria de tirar Nathan, mas devia tirá-lo, senão ele poderia se lesionar. Tenho que pensar na equipe, no jogador, porque hoje perdemos e a substituição não foi boa. Se tivéssemos ganhado, a substituição de Nathan e a saída de um segundo atacante, tudo isso estaria correto. Realizamos o que estava planejado com o corpo técnico e com o corpo médico, que os jogadores que não estão na sua melhor forma vão alcançando sua melhor forma para jogar 90 minutos. Jogamos algum tempo com dois atacante, igualamos o marcador, com uma bola parada. E voltamos ao 4-2-3-1 incial, com Otero, para dar descanso a Nathan”, explicou o treinador.

Defesa veemente de Zé Welison

Aos 44 minutos do segundo tempo, Zé Welison tinha a bola dominada no campo de ataque. Numa tentativa de avançar, ele perdeu a bola e o lance gerou o contragolpe que culminou com o gol da vitória da Caldense. Antes de a bola entrar, o volante, afoito para tentar cortar a jogada, acabou escorregando, o que chamou ainda mais atenção para o erro.


Por causa do lance, Zé Welison foi um dos principais alvos das vaias da torcida presente no Mineirão. Jogadores saíram em defesa do companheiro e Dudamel foi bastante enfático ao proteger o jogador.
Estou triste. Me doeu o que aconteceu ao Zé. Porque um grande jogador e hoje lamentavelmente viveu uma situação de futebol. Mas o apontaram como se tivesse roubado, se tivesse matado alguém. É uma partida de futebol! Não podemos esquecer da pessoa, do ser humano. Ele quer entrar para jogar, para ganhar, para defender os interesses de seus companheiros, de sua família. E apontaram um jogador de futebol, um ser humano, como se fosse um ladrão. Não estou de acordo”, bradou o técnico alvinegro.
Diferente das falas ponderadas em suas coletivas anteriores, o comandante venezuelano subiu o tom de suas falas e disse que, para ele, o episódio com Zé Welison significou uma perda pessoal.
“É um jogador profissional, impecável profissional. Estou muito triste com o que aconteceu ao Zé. Porque é um grande jogador. E sente a felicidade quando a torcida o aplaude. E sente, como todos, a pressão, quando a torcida exige. Hoje, a equipe perdeu, perdeu o Atlético. Mas hoje não perdeu o Atlético. Perdeu o Dudamel. Mas não apontem meus jogadores. Meus jogadores entram querendo ganhar sempre. Todos são muito profissionais. Hoje estou triste pelo Zé. Porque o apontaram, esquecendo o ser humano”, disse Dudamel.


Na saída de campo, Zé Welison foi procurado pela reportagem da TV Globo para entrevista, mas foi ‘protegido’ pelo técnico Dudamel, pelo volante Jair e pelos demais companheiros. Dudamel também falou sobre o ocorrido.

“Apoio a um ser humano, a um irmão, a um homem que trabalha como todos nós, com esforço e profissionalismo, para dar-lhe ânimo e energia para levantar. Se nos cai um soldado, a equipe vai estar diminuída. O que acontece a um companheiro tem que doer a todos. Como técnico, como líder, como ‘mister’ da equipe, meu trabalho e minha liderança para todos os jogadores é lhes dar apoio”, finalizou.