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Sérgio Coelho assume presidência do Atlético; veja 10 promessas e propostas

Mandato começa oficialmente nesta segunda-feira, mas dirigente participa de reuniões sobre futuro do clube há alguns meses e já revelou planos para triênio

João Vitor Marques
Atlético: presidente Sérgio Coelho e vice José Murilo Procópio - Foto: Bruno Cantini/Atlético
Eleito em 11 de dezembro de 2020, o empresário Sérgio Coelho assume nesta segunda-feira a presidência do Atlético. Apesar de a posse oficial ser apenas neste 4 de janeiro, o novo mandatário alvinegro participa de reuniões sobre o futuro do clube há alguns meses, já fez promessas e revelou publicamente algumas propostas para o mandato que vai até o fim de 2023.



Os planos da nova diretoria vão desde fazer reformas estruturais na Cidade do Galo e mudanças no modelo de administração das categorias de base até contratar grandes reforços para o triênio recém-iniciado. Neste primeiro dia de gestão, o Superesportes lista dez propostas e/ou promessas de Sérgio Coelho.

1 - Fazer reforma estrutural na Cidade do Galo


A nova gestão prometeu concluir as obras do campo 7 da Cidade do Galo e construir um prédio para abrigar os dirigentes das categorias de base. “A estrutura física da administração não é compatível”, disse Sérgio Coelho durante a primeira entrevista coletiva como presidente alvinegro.

2 - Solicitar ao Conselho Deliberativo a contratação de uma auditoria


Antes de ser eleito, Sérgio Coelho se encontrou com vários grupos de conselheiros. Numa dessas reuniões, prometeu solicitar ao presidente do Conselho Deliberativo, Castellar Filho, a contratação de uma auditoria externa que analise as contas da administração executiva do clube.



3 - Modificar gestão e captação na base


Sérgio Coelho deseja reformular a estrutura de poder e descentralizar o processo de tomada de decisões na base. No modelo atual de gestão, o principal responsável pelo setor é o “diretor das categorias de base”, posto ocupado desde maio de 2019 por Júnior Chávare. A intenção é dividir as responsabilidades do cargo entre pelo menos dois profissionais: um ficará por conta da parte técnica e o outro da administrativa.

Outra mudança na base deve ser no processo de captação de jovens jogadores. Atualmente, o projeto comandado por Chávare prioriza a contratação de atletas em fases mais avançadas de formação (a partir dos 16 anos). O novo mandatário, porém, entender que o ideal é buscar atletas ainda mais novos.

5 metas do Atlético para 2021

1 - Conquistar título de expressão: Após um frustrante início de 2020, o Atlético mudou radicalmente o planejamento do futebol a partir de março. Para isso, contou com apoio administrativo e financeiro dos empresários Renato Salvador (Materdei), Ricardo Guimarães (Banco Bmg), Rafael Menin e Rubens Menin (ambos da MRV). O incremento significativo nos investimentos na comissão técnica e no elenco aumenta a pressão por um título de maior expressão, que não é conquistado pelo clube desde 2014 (quando ganhou a Copa do Brasil sobre o arquirrival Cruzeiro). Nos dois primeiros meses de 2021, o time terá pela frente as 11 rodadas finais do Campeonato Brasileiro, em que ocupa a segunda posição - a sete pontos do líder São Paulo. Na próxima temporada, o nível de disputa aumentará, com o provável retorno à Copa Libertadores. - Bruno Cantini/Atlético
2 - Dar continuidade ao trabalho de Sampaoli: Cuca, em 2013, foi o último técnico a ficar uma temporada inteira no comando do Atlético. Em 2015, Levir Culpi deixou o cargo dois jogos antes do fim do ano. A expectativa para 2021 é dar continuidade ao promissor trabalho de Jorge Sampaoli, contratado em março de 2020. A nova diretoria já explicitou que deseja renovar o contrato do argentino, que vai até dezembro, por mais 12 meses. Naturalmente, tudo dependerá do desempenho da comissão técnica, que tem como desafios a melhor implementação do estilo de jogo, conquistas de títulos e o melhor aproveitamento de jovens da base. - Bruno Cantini/Atlético
3 - Organizar finanças: O Atlético deve mais de R$ 700 milhões (uma das maiores quantias do futebol brasileiro). Para 2021, o Conselho Deliberativo aprovou um orçamento com R$ 401 milhões de receitas e superávit de R$ 5 milhões. Mais do que os números previstos - que quase nunca se concretizam ao fim do ano -, o clube precisa se atentar para a alta de despesas com contratações de atletas (geralmente sustentadas por empréstimos de parceiros). O próximo triênio precisa, sim, ser de fortalecimento do time, mas também de organização das devastadas finanças alvinegras. - Bruno Cantini/Atlético
4 - Avançar nas obras da Arena MRV: Em setembro de 2017, o Conselho Deliberativo do Atlético liberou a venda de parte do shopping Diamond Mall como forma de viabilizar o sonhado estádio alvinegro. Em abril de 2020, as obras finalmente começaram. Para 2021, a meta é ultrapassar os 50% do processo de construção. A expectativa atual é inaugurar a Arena MRV em outubro de 2022. - Alexandre Guzanshe/EM D.A Press
5 - Manter bastidores políticos apaziguados: Em 2020, o Atlético viveu um período de caos político, com um racha protagonizado pelo então presidente Sérgio Sette Câmara e o ex-mandatário e atual prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD). Nos últimos meses do ano, porém, o grupo de empresários (Renato Salvador, Ricardo Guimarães, Rubens Menin e Rafael Menin) tomou a frente de um processo que serviu para apaziguar as disputas internas. O resultado foi a escolha de Sérgio Coelho (presidente) e José Murilo Procópio (vice) como candidatos da chapa única na eleição de dezembro. A meta em 2021 é manter a calmaria nos bastidores para que o time não seja afetado por eventuais desavenças. - Bruno Cantini/Atlético

4 - Mudar o modelo de gestão do futebol feminino


Esta não é uma promessa, mas uma proposta estudada pela nova gestão. Atualmente, o futebol feminino do Atlético é comandado pela coordenadora Nina de Abreu. Sérgio Coelho, no entanto, vê com bons olhos uma reestruturação da administração do setor.



A possibilidade aventada envolveria a criação do cargo de “diretor de futebol feminino”, que poderá ser ocupado por um conselheiro de forma não remunerada. Mesmo nesse cenário, há uma tendência de continuidade para Nina de Abreu.

5 - Gerir o clube por órgão colegiado


No próximo triênio, a influência financeira e administrativa do grupo de empresários conhecido como “quatro R’s” (Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador) deve aumentar. O próprio Sérgio Coelho, para aceitar o convite de concorrer à presidência, deixou clara a proposta de basear as decisões mais importantes (contratações, por exemplo) na opinião deste órgão colegiado, que conta também com o vice José Murilo Procópio.

6 - Inaugurar a Arena MRV no prazo


Esta promessa esteve, inclusive, na lista de diretrizes estabelecidas por Sérgio Coelho ainda durante a campanha. Atualmente, a projeção do clube é inaugurar a Arena MRV em outubro de 2022.



7 - Tentar renovar com o técnico Jorge Sampaoli


Jorge Sampaoli durante treinamento do Atlético na Cidade do Galo - Foto: Bruno Cantini/Atlético

Trata-se de uma proposta comunicada a Sampaoli antes mesmo de Sérgio Coelho ser eleito. Em reunião virtual, o grupo de empresários que integra a gestão alvinegra comunicou ao treinador o desejo de estender por um ano o contrato que tem validade até dezembro. Tudo depende, naturalmente, do desenrolar das negociações e do desempenho da equipe em campo.

8 - Contratar pelo menos quatro jogadores para a próxima temporada


Sérgio Coelho repetiu seguidas vezes que esta não se trata de uma promessa, mas de uma proposta. A intenção da nova diretoria é contratar pelo menos quatro jogadores para a temporada que se inicia no fim de fevereiro. As prioridades são as chegadas de um lateral-esquerdo e um volante. “E, se houver uma oportunidade de trazer um grande camisa 10 e um grande camisa 9, estamos atentos ao mercado para que façamos as contratações”, frisou o presidente em entrevista ao Superesportes em dezembro.

9 - Propor reforma no estatuto


Outra promessa feita por Sérgio Coelho é propor ao Conselho Deliberativo uma reforma no estatuto do Atlético. O dirigente não deu muitos detalhes sobre o que deseja mudar, mas já deixou clara a intenção de sugerir que o presidente tenha menos poder. “Que existam comissões, órgãos. Vamos dar um exemplo: me parece que no Santos, quando vai vender um jogador hoje, tem uma comissão que aprova valor de venda, se vai vender ou não”, exemplificou o mandatário, em entrevista à Rádio da Massa, no último dia 28.



10 - Criar um canal direto de comunicação com a torcida


Na primeira entrevista coletiva como novo presidente alvinegro, Sérgio Coelho prometeu criar um canal de comunicação direto com a torcida por meio do Twitter. “Temos três formas de se comunicar: a imprensa, um Twitter pessoal e os canais de comunicação do clube. Faremos a comunicação adequada e no nível que a massa precisa”, disse.