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Chapecoense avança em negociações para pagar famílias de vítimas de tragédia

Diretoria nega utilizar parte dos recursos arrecadados para contratações

Agência Estado
Sobreviventes da tragédia se emocionaram no amistoso disputado contra o Palmeiras - Foto: NELSON ALMEIDA/AFPO fim de semana da Chapecoense marcou o retorno do clube aos gramados e o avanço na negociação com as famílias das vítimas do desastre aéreo de novembro. Nas próximas semanas, os parentes dos falecidos vão receber as rendas do jogo com o Palmeiras, realizado no último sábado, da partida entre Brasil x Colômbia, na quarta-feira, premiações da última temporada e pertences encontrados no local do acidente, na Colômbia.
"Toda a renda do amistoso com o Palmeiras vai para as famílias depois da dedução dos tributos e encargos. A quantia será transferida para as contas delas”, afirmou ao Estado o presidente da Chapecoense, Plínio David de Nês Filho. “A diretoria não vai faltar em nenhum momento com aquilo que assumiu com os jogadores e, consequentemente, com as famílias”, disse o dirigente.

O amistoso de sábado com o Palmeiras teve uma renda de R$ 852.415. O valor é superior à maior arrecadação do time em 2016 (R$ 569,9 mil), obtida na semifinal da sul-americana contra o San Lorenzo. Na próxima quarta-feira, o jogo entre Brasil e Colômbia, no Rio, também terá a renda líquida revertida para a Chapecoense. Os ingressos para o jogo custam de R$ 70 a R$ 150.

Antes das homenagens prestadas no último sábado às vítimas do desastre aéreo, a diretoria do clube catarinense organizou duas reuniões para detalhar como pretende resolver pendências do acidente. Na sexta-feira à tarde, houve um encontro com as famílias dos 19 jogadores falecidos. Já na manhã do dia seguinte, a conversa foi com parentes dos 14 funcionários que estavam no voo.

A Chapecoense procurou resolver insatisfações de alguns familiares. “Desfizemos alguns mal-entendidos. As pessoas às vezes imaginam que certas coisas já aconteceram, mas na verdade ainda não aconteceram. Mostramos tudo com a maior transparência possível”, disse o presidente, que evitou dar um prazo para a resolução dos problemas. Familiares de algumas vítimas confirmaram à reportagem a reunião e elogiaram a atitude do clube.

A diretoria nega a possibilidade de utilizar parte dos recursos arrecadados para investir em contratações. “Sob hipótese alguma vamos usar o dinheiro oriundo de eventos com objetivo social para usar em contratações. O recurso para reforços vêm de um orçamento próprio”, afirmou o diretor executivo da Chapecoense, Rui Costa.

Em fevereiro, a Chapecoense vai enviar representantes à Bolívia para conversar com a seguradora da LaMia, companhia aérea que transportava a delegação. Fora o pagamento, o clube quer recuperar objetos pessoais de valor encontrados no local do acidente, nos arredores de Medellín, na Colômbia. Alguns deles chegaram a ser levados por saqueadores.

Nas próximas semanas, a diretoria quer repassar aos parentes os valores recebidos por doações e as premiações da última temporada. O valor acordado ainda no começo de 2016 por metas alcançadas no Campeonato Brasileiro e na Copa Sul-Americana ainda não foi pago.