Em entrevista coletiva na última terça, o presidente Andrés Sanchez e o acionista maior do banco mineiro, Ricardo Guimarães deram mais detalhes sobre o contrato e anunciaram a participação corintiana em 50% do valor a ser obtido a partir de então em produtos do BMG. Por isso, inclusive, os cartolas alvinegros suplicaram pela adesão da Fiel. Andrés, aliás, chegou a usar tom misterioso. "A cada 200 mil contas abertas, vocês vão ver o que vai acontecer".
BMG revela valores
Nessa sexta-feira, porém, o próprio Banco BMG publicou em seu site oficial detalhes ainda apenas especulados. O documento, por exemplo, afirma que o valor fixo a ser recebido pelo Corinthians pela exposição da marca em sua camisa é de R$ 12 milhões.
Portanto, para adiantar R$ 30 milhões ao Timão, R$ 18 milhões a mais do que o valor mínimo, a própria instituição mineira aposta que terá um lucro a partir de R$ 36 milhões nos produtos que irão remeter à parceria até o fim desse ano.
Timão se defende
Em nota oficial, o Corinthians se mostrou incomodado com a divulgação dos valores e se defendeu com a alegação de que os R$ 30 milhões adiantados, à vista, foram cruciais para o clube concluir suas contratações a fim de reforçar a equipe.
A nota também comemora o fato do Corinthians ter conseguido uma participação elevada na participação dos lucros (50%) e minimiza a questão do valor fixo ser de ‘apenas’ R$ 12 milhões.
2 ou 5 anos?
A reportagem havia antecipado que o contrato entre Corinthians e o Banco BMG seria válido por duas temporadas. Mas, na entrevista coletiva de terça, a parceria foi revelada com uma duração de cinco anos.
O texto do documento publicado no site do banco mineiro nessa sexta, entretanto, não garante o acordo total pelo período. "(…) objeto será a concessão de patrocínio master, na modalidade esportiva de futebol masculino profissional e de base, com exclusividade da posição peito frontal, pelo prazo máximo de 5 (cinco) anos, podendo ser negociada condição comercial para prazo inferior".
O Corinthians também se referiu aos cinco anos de vínculo, em sua nota oficial publicada nessa sexta, no que diz respeito a participação dos lucros gerados pela base de torcedores do clube.
A reportagem mais uma apurou que o acordo entre Corinthians e BMG tem duas vertentes, como já ficou claro: a exposição da logomarca na camisa; e a parceria negocial.
Sendo assim, os prazos, como tantos outros conceitos dos contratos, são distintos.
Abaixo, texto publicado pelo BMG:
"Após a análise da matéria constante da Ordem do Dia os Senhores Conselheiros deliberaram, por unanimidade, aprovar a celebração de Contrato Particular de Patrocínio, com o Sport Club Corinthians Paulista, cujo objeto será a concessão de patrocínio master, na modalidade esportiva de futebol masculino profissional e de base, com exclusividade da posição peito frontal, pelo prazo máximo de 5 (cinco) anos, podendo ser negociada condição comercial para prazo inferior. A parceria com o Sport Club Corinthians envolverá o oferecimento, em regime de exclusividade, de produtos financeiros do Banco BMG aos torcedores do Sport Club Corinthians Paulista, tais como cartões, empréstimos, seguros, dentre outros produtos. Na contratação do patrocínio e no estabelecimento da parceria deverão ser observadas as seguintes condições comerciais: (i) taxa mínima de patrocínio (taxa fixa) no valor de R$12.000.000,00 (doze milhões de reais) por ano, reajustados anualmente pelo índice IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Ampliado); (ii) taxa variável de patrocínio equivalente a 50% (cinquenta por cento) do resultado financeiro líquido auferido pelo Banco BMG S.A. com a contratação de referidos produtos. Fica a diretoria autorizada a negociar com o Sport Club Corinthians Paulista a contratação de referido patrocínio, podendo formalizar os instrumentos contratuais que se façam necessários."
O Sport Club Corinthians Paulista esclarece sobre o contrato de parceria com o BMG, a partir da divulgação da ata da reunião do Conselho do Banco, que:
1. Os valores detalhados do contrato, por normas gerenciais do Banco, como já havia declarado seu principal acionista na entrevista coletiva, deveriam ser mantidas em sigilo até a formalização de procedimentos internos.
2. Consequentemente, o Clube sempre se limitou a declarar, quando perguntados sobre valores contratuais, o montante do adiantamento inicial, no valor de R$ 30 milhões, além da participação nos lucros. Tal valor foi efetivamente depositado na Tesouraria do Clube nesta semana.
3. A Diretoria do Clube sempre enfatizou que este era um contrato inovador, em que o Corinthians exigiu uma participação volumosa nos resultados da parceria e também uma colaboração importante no alívio da sua pressão de caixa.
4. A solução encontrada foi a ideal: conseguimos a participação em metade dos lucros gerados pela nossa base de torcedores nos próximos 5 anos e recebemos à vista o valor de que necessitávamos para completar o ciclo de contratações de jogadores. Como em qualquer negociação no mercado financeiro, quanto maior for a convicção do negociador no êxito da parceria, mais se exige de participação nos lucros e menos se luta por mínimos garantidos.
5. As projeções conservadoras de resultado final da associação já no primeiro ano de contrato colocam 30 milhões como piso. Dada a adesão da Fiel nestes primeiros dias, abrindo contas e engajando-se em manifestações nas redes sociais, pôde-se prever que os resultados serão ainda melhores do que os projetados.
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