Superesportes

CRUZEIRO

Deivid rechaça pressões, diz ter grupo na mão e pede paciência para fazer Cruzeiro vencedor

Treinador não mostrou abatimento por cobranças internas e externas. Ao contrário, ele disse estar convicto de que terá sucesso no Cruzeiro, mesmo sendo iniciante

Tiago Mattar
Deivid aparentou tranquilidade, embora sofra pressões externas e internas no Cruzeiro em início de trabalho - Foto: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro


Embora seja iniciante na carreira de treinador, Deivid, de 36 anos, está acostumado a conviver com pressões no futebolComo atleta, ele sempre defendeu grandes clubes do Brasil e do exterior, e ficou sujeito a cobranças, principalmente porque tinha a obrigação de marcar golsHoje, no comando do Cruzeiro, ele parece se valer dessa experiência nos gramados para não se abater com críticas ao seu trabalho.

Nesta sexta-feira, na Toca da Raposa II, Deivid foi 'bombardeado' por perguntas acerca do futebol instável do Cruzeiro, das pressões que vem sofrendo interna e externamente, e até das especulações que começam a surgir de nomes para sucedê-loO treinador se mostrou o tempo todo tranquilo e convicto de que está no caminho certo.

Deivid garantiu ter o elenco nas mãos e assegurou que, quando já não houver respaldo do vestiário, ele mesmo pedirá para sairSobre a montagem do time, o técnico pediu um pouco de paciência“É um projeto que fizemos desde janeiro, um conceito a implementar, e isso é em longo prazoEstamos construindo para, no futuro, batermos campeões”.

A seguir, os principais trechos da longa entrevista de Deivid na Toca:

Montagem do time

“Não sinto nenhuma dificuldadeA gente ainda está ajustando a equipe, colocando algumas peçasÉ claro que já queria ter o time ideal, mas faz parteEm 2013, Marcelo ganhou primeiro clássico, fez campanha maravilhosa, depois teve vantagem e perdeu de 3 a 0Depois de seis meses, a equipe acertou e foi campeã brasileira
Tem de ter paciênciaFutebol não acontece da noite para o diaÉ uma equipe em formaçãoHá jogadores estrangeiros em adaptaçãoTem de ter clama, tranquilidade, para acertar a equipe”.

Treino fechado na quinta-feira

"Quero deixar claro que ontem aconteceu um fato de ter fechado treinamentoNão tem mistérioO que ganha jogo é 90 minutosIsso não tem nada a verEu fechei o treino porque precisava conversar com os atletasFoi mais esse fato”

"O time é esse
Está confirmadoEsse treinamento que fiz foi táticoSó mudei dois jogadores”

O treinador escalou o Cruzeiro com Fábio; Fabiano, Leo, Bruno Rodrigo e Sánchez Miño; Lucas Romero, Henrique e Ariel Cabral; De Arrascaeta; Alisson e Willian

Pressão no comando do Cruzeiro

"Pressionado? JamaisSou um cara para frente, feliz de trabalhar numa instituição tão grande quanto o CruzeiroA cobrança sempre vai existirNo Cruzeiro, no Corinthians, no Flamengo, em todos os times grandes..Não vejo como pressãoÉ um projeto que fizemos desde janeiro, um conceito a implementar, e isso é em longo prazoQueria ter 15 pontosTenho 65% de aproveitamento no MineiroTite foi campeão da Libertadores ganhando todas de 1 a 0Estamos construindo para bater campeão.

Não vejo como pressãoJoguei no maior clube da Turquia, com cobrança em todos os diasCorinthians, Cruzeiro, Santos, Flamengo..Não é pressãoÉ cobrança natural, que faz parte do futebolNão estou preocupado com cobrançaMinha preocupação é com Cruzeiro e ganhar os jogosTenho de pensar em ganharNão posso pensar em empatar, senão pensarei pequeno”.

Mudanças no time para enfrentar a Caldense

"A minha ideia é ter time muito agressivo e com bastante posse de bolaPor causa disso, coloquei Sánchez (Miño) na lateral esquerda e Ariel no meio”.

Cobranças do presidente por 'time ideal'

“Estou acostumado com issoSó joguei em time grandeCobrança sempre vai existirO presidente é autoridade máxima no clubeEle tem de cobrar mesmoNão temos pressãoTemos conversa como em qualquer empresaIsso faz parteVivi isso durante 17 anosEstou tranquiloTenho convicção do que estou fazendoÉ ter tranquilidade, que as coisas vão se encaixar.

O chefe falou, temos de achar o timeEle é o número umA bola entrando, tudo se resolveA bola tem de entrar”.

Maturidade do time


"Tenho trabalhado isso desde o começo do ano, ter a bola no péFalo que está cansado, respira com ela no péIsso tem acontecidoPelas circunstâncias do jogo contra o América, não conseguimos sequência e isso atrapalhou.

Falta só ter um pouco de equilíbrio, saber a hora certa de sair no contra-ataque e a hora certa de controlar o jogoTemos de ter time certo”.

Cobranças da torcida

“O torcedor está no direito de cobrar, vai ao estádio e quer ver o time ganhar bemChutar bolas no gol é circunstância da partidaA gente treina finalizações, aproximar jogadores da área, para termos mais chances de gol”.

Baixa média de gols do time no ano

“Vejo que cobrança não é parte tática ou técnica, é mais nos golsE eles vão sairTemos de ter cuidadoQual partida jogamos mal? Foi a que fizemos três e tomamos quatroNa hora que perde, temos de ser frios, mas na hora que ganha também”.

Problemas nas laterais

“Você falou sobre lateraisFabiano jogou muitas vezes no ano passadoNas 13 vitórias, o Fabrício era titularÉ normal ter altos e baixosEstou tranquilo, porque sei que vamos encontrar nosso futebol, que consolidouTemos de ter tranquilidadeEstamos observandoTemos o Kelvin (do time júnior)Aqui, temos Mayke, Fabiano, Fabrício, Sánchez e Allano, que pode jogar ali e tem potencial, tem tudo para ser grande lateralHouve grande evoluçãoRecuperamos o De Arrascaeta, que hoje é grande referência”.

Especulações acerca de treinadores na mira do clube


“Especulações existemHoje, muitos treinadores têm assessoria de imprensaO mais importante para mim é o vestiárioO dia que não agradar aos jogadores, sou o primeiro a pegar o meu chapéu e ir emboraImportante é eles confiarem no meu trabalhoEstou tranquilo e convicto de que faço as coisas certasÉ só a bola entrar”.