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Minas Arena suspende ação contra o Cruzeiro na Justiça, e clube vê atitude como primeiro passo de 'nova relação'

Concessionária que administra o Mineirão espera acordo com nova diretoria

Tiago Mattar
Cruzeiro e Mineirão estão ajustando pendências financeiras para começar a tratar questões comerciais - Foto: Renan Damasceno/EM/D.A. Press
Depois de um início de diálogo e negociações, a Minas Arena suspendeu a ação que tem contra o Cruzeiro na Justiça por 30 dias. A concessionária que administra o Mineirão cobra cerca de R$9 milhões pelo pagamento do custo de operação do estádio desde agosto de 2013, quando a Raposa passou a alegar descumprimento de contrato. Aristóteles Loredo, que lidera desde a última semana a recém-criada Diretoria de Gestão de Arena, comemorou o “primeiro passo” da nova relação do Cruzeiro com a administradora do Gigante da Pampulha.

“Houve um acordo para suspender a ação por 30 dias. Essa medida foi o início de um acordo que começamos a fazer. Foi o primeiro passo para sentar e conversar, negociar tudo”, disse o dirigente ao Superesportes, confirmando a suspensão divulgada nesta manhã pelo jornal Hoje em Dia. “Estamos tratando uma série de mudanças, um novo conceito de gestão. Antes, éramos concorrentes basicamente.
Hoje estamos nos tornando parceiros e vamos trabalhar juntos”, complementou.

Loredo explicou que a nova etapa do relacionamento entre Cruzeiro e Mineirão prevê, por exemplo, uma série de mudanças nas contratações dos serviços para os jogos do time no Gigante da Pampulha. “Nosso objetivo é aumentar a capilaridade do estádio, aumentar as condições de receita para os dois lados e reduzir as despesas. Temos duas empresas prestando o mesmo modelo de serviço para cada um, sendo que uma só contratação pode ser mais barata e mais competente”, disse.

Desde junho de 2016, o Cruzeiro é obrigado a depositar em juízo 25% da renda líquida dos jogos realizados no Mineirão. Apesar da suspensão da ação na Justiça, o clube seguirá sendo obrigado a cumprir essa decisão, conforme explicou o vice-presidente executivo Fabiano de Oliveira Costa. “A primeira fase foi só a suspensão do processo. O percentual em juízo permanece, mas dentro desse escopo da nova parceria, certamente isso vai se encerrar em breve”, projetou o dirigente celeste.

Desde que assumiu a presidência do Cruzeiro, em janeiro deste ano, Wagner Pires de Sá voltou a realizar o pagamento de 70% do custo de operação do Mineirão.

Entenda o processo

Em março de 2016, a Minas Arena acionou o Cruzeiro na Justiça para cobrar dívida referente a cláusulas contratuais. Na época, o valor exigido pela administradora do estádio era de R$9 milhões. Em 2013 e 2014, balanço financeiro da concessionária já indicava dívidas de R$1,64 milhão e R$3,89 milhões, respectivamente. A antiga administração, responsável pela dívida milionária, justificava o não pagamento da taxa de operação porque a operadora concedeu a isenção dessa taxa ao Atlético na decisão da Copa Libertadores contra o Olimpia-PAR, em 2013.
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