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Cruzeiro e Minas Arena estreitam laços e negociam pagamento de dívida milionária

Concessionária entrou com ação contra clube em 2016, por pendência

João Vitor Marques Matheus Muratori
Samuel Lloyd, diretor comercial da Minas Arena, afirmou que dívida, atualmente, é de R$ 20 milhões - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press
A dívida que o Cruzeiro tem com a Minas Arena está perto de ser renegociada. De 2013 a 2017, o clube não pagou valores referentes aos custos operacionais do Mineirão. Por conta disso, em março de 2016, a administradora do estádio acionou a Raposa na justiça para cobrar valores referentes a essas “cláusulas contratuais”. Na época, a quantia exigida pela concessionária era de R$ 9 milhões (pendência de 2013 a 2015).

Na justiça, o valor referente à dívida é de R$ 9 milhões, equivalente aos anos de 2013, 2014 e 2015. Entretanto, a quantia aumentou para cerca de R$ 20 milhões, com a utilização do Mineirão nas temporadas 2016 e 2017. O diretor comercial da Minas Arena, Samuel Lloyd, declarou que a relação entre as duas partes teve melhoras.

“Hoje, se a gente fizer um cálculo, fica na casa de uns R$ 20 milhões, somando desde 2013 até o final de 2017. Lembrando que, em 2018, o clube já remunera a concessionária, já reembolsa a concessionária, porque a gente paga esses custos adiantados e o Cruzeiro nos reembolsa. Estamos em um momento muito bom de diálogo e muito próximos de uma solução dessa questão”, disse Samuel Lloyd, em entrevista concedida nesta quinta-feira, no Mineirão.

Em março deste ano, o Cruzeiro adicionou uma nova estrutura em sua diretoria: a Gestão de Arena, chefiada pelo dirigente Aristóteles de Paula Loredo.
A intenção era justamente renegociar a dívida com a concessionária e reaproximar o clube da Minas Arena. Também no mês passado, o Mineirão suspendeu por 30 dias a ação judicial que corre contra o Cruzeiro, a fim de deixar as duas partes conscientes da situação e que haja uma possível solução.

Como não houve tempo para um acordo entre Cruzeiro e Minas Arena, a suspensão foi estendida por mais 30 dias.

“Nós suspendemos por 30 dias a ação judicial, em comum acordo entre as partes, uma vez que nós estamos chegando a um acordo extrajudicial para que depois a questão seja resolvida na própria justiça. Então a ideia é que ambas as partes tomem pé da situação, o Cruzeiro hoje estuda todos os números, todos esses relatórios, e aí a gente vai chegar a um acordo sobre como vai ser feito esse pagamento. Hoje, 25% dos borderôs de jogo são retidos em uma conta judicial, o Cruzeiro então não vê esse dinheiro, e nem a Minas Arena, e está sendo acumulado para que, lá no final, o montante já tenha essa parte para o pagamento”, explicou Samuel.

Além das tratativas, o Cruzeiro tem depositado, em uma conta judicial, valores para futuramente, a depender da decisão da Justiça, abater na dívida com a Minas Arena.

Despesas além do borderô

O Cruzeiro não tem apenas as despesas relatadas nos borderôs das partidas. Segundo Samuel Lloyd, o clube arca com 70% dos custos referentes a "terceiros", que não estão contabilizados no extrato minuciado.

“Nos borderôs do Cruzeiro estão os custos de borderô, que são custos de federação, alguma segurança privada que o clube contrata para os próprios jogadores, equipe e diretoria e os custos médicos. como ambulância e serviços médicos da partida. O que não está no borderô, hoje, do Cruzeiro é o custo da partida em si, através dos terceiros, de segurança, limpeza, brigadistas, a iluminação do estádio, o ar condicionado, a operação do telão, então os custos operacionais de terceiros e, alguns deles, de insumos, como água e energia, eles não são contabilizados no borderô. Ele são enviados através de ofício para o Cruzeiro, antes de todas as partidas e após todas as partidas com os números finais. Desses números, o Cruzeiro precisa, por contrato, quitar 70% desses custos e despesas, o que o Cruzeiro já vem fazendo desde janeiro deste ano”, finalizou o diretor comercial da Minas Arena.
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