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COPA LIBERTADORES

Para avançar na Copa Libertadores, Cruzeiro terá de quebrar escrita contra argentinos

Historicamente, argentinos são 'pedra no sapato' do Cruzeiro

Redação
Cruzeiro tem seis eliminações em sua história para argentinos desde o título histórico de 1976 - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
O Cruzeiro precisará quebrar uma escrita que já dura 42 anos se quiser avançar às quartas de final da Copa Libertadores. Desde a edição de 1977, o clube celeste não consegue passar por argentinos nos duelos mata-matas. Nesta segunda-feira, sorteio na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai, definiu o atual campeão, River Plate, como adversário celeste nas oitavas de final. Até aqui, foram seis eliminações sofridas diante dos 'hermanos': Boca Juniors (três vezes), River Plate (1) e San Lorenzo (1).

Os últimos três algozes do Cruzeiro na Libertadores, inclusive, são equipes daquele país: San Lorenzo, em 2014; River Plate, em 2015; e Boca Juniors, em 2018. O clube de Riquelme e Maradona, aliás, é o maior carrasco celeste, com três eliminações: 1977 (final), 2008 (oitavas de final) e 2018 (quartas de final).

Em encontros eliminatórios, o Cruzeiro se deu bem diante de um argentino apenas pela decisão da Copa Libertadores de 1976, disputada à época na série ‘melhor de três’. No primeiro jogo, no Mineirão, os mineiros golearam o River Plate por 4 a 1. Em Buenos Aires, o time da casa venceu por 2 a 1. Como não existia o regulamento do placar agregado, houve o terceiro jogo.
E aí os cruzeirenses, mesmo os nascidos décadas depois, sabem que Joãozinho, aos 43min do segundo tempo, cobrou falta na gaveta e garantiu o título celeste no Estádio Nacional de Santiago, no Chile, com a vitória por 3 a 2.

Por ter conquistado a Libertadores de 1976, o Cruzeiro entrou diretamente na segunda fase da edição de 1977 e não teve dificuldades em superar o Internacional e a Portuguesa da Venezuela. Na final, enfrentou o Boca Juniors. Na Bombonera, os argentinos ganharam por 1 a 0. No Mineirão, a equipe celeste devolveu o placar, com um belo gol de falta do lateral-direito Nelinho. Na partida de desempate, em Montevidéu, o Cruzeiro perdeu por 5 a 4, nos pênaltis, depois de 0 a 0 no tempo normal. O goleiro Gatti defendeu a cobrança do lateral-esquerdo Vanderlei.

Duas décadas depois, o Boca Juniors voltou a ser pedra no sapato do Cruzeiro. Se em 1977 as equipes travaram duelo no tiro de onze metros, em 2008 o clube xeneize passou tranquilamente nas oitavas de final, ganhando tanto na Bombonera quanto no Mineirão por 2 a 1. No elenco boquense havia os craques Palacio, Palermo e Riquelme.

Em 2009, o Cruzeiro sofreu sua maior decepção na Copa Libertadores: perdeu de virada para o Estudiantes em pleno Mineirão, por 2 a 1, depois de segurar 0 a 0 heroico em La Plata graças à grande atuação do goleiro Fábio. Dos 64.800 torcedores que estiveram no estádio no dia 15 de julho, a maioria tinha grande expectativa em ver o time celeste faturar o troféu. Quem comandou as ações, porém, foi o experiente Verón, que ditou o ritmo da partida no meio-campo e deu o cruzamento para Boselli fazer de cabeça o segundo gol do Estudiantes (o primeiro saiu em finalização de Gastón Fernández). O volante Henrique, hoje capitão do time de Mano Menezes, marcou o tento cruzeirense em chute de fora da área.

Em 2014 e 2015, San Lorenzo e River Plate frustraram o sonho do tri do Cruzeiro e caminharam até o título nas respectivas edições da Copa Libertadores. O River, aliás, impôs à equipe azul o pior revés como mandante na competição: 3 a 0. Foi grande o sentimento de incredulidade na noite de 27 de maio, no Mineirão, já que no duelo de ida, seis dias antes, a Raposa havia triunfado por 1 a 0 no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires.

Já na última temporada, em 2018, foi o Boca Juniors que voltou a encerrar a trajetória do Cruzeiro na Libertadores.
O time de Mano Menezes foi derrotado por 2 a 0 na Argentina, em jogo marcado por um erro crasso da arbitragem, que expulsou Dedé equivocadamente após auxílio do VAR. Na volta, a equipe celeste até abriu o placar, no Mineirão, mas acabou sofrendo o empate nos minutos finais.

As demais eliminações do Cruzeiro em mata-matas foram para Unión Española-CHI (oitavas de final de 1994), Vasco (oitavas de final de 1998), Palmeiras (quartas de final de 2001), Deportivo Cali-COL (oitavas de final de 2004), São Paulo (quartas de final de 2010) e Once Caldas-COL (oitavas de final de 2011).

1975

Até 1987, não havia na Copa Libertadores quatro fases pós-grupos (oitavas, quartas, semifinais e finais). Na edição de 1975, portanto, a penúltima etapa foi disputada em duas chaves com três clubes. O melhor de cada uma se qualificava para a decisão. Na última rodada, o Cruzeiro podia perder para o Independiente por dois gols de diferença para ir à final, porém levou 3 a 0 na Argentina e ficou abaixo até mesmo do Rosario Central. Líder do grupo, o time de Avellaneda conquistou o título ao superar o Unión Española, do Chile, na série melhor de três das finais.

Dias definidos

A Conmebol divulgou as datas e os horários dos jogos entre Cruzeiro e River Plate, pelas oitavas de final da Copa Libertadores.

A partida de ida ocorrerá no dia 23 de julho (terça-feira), às 19h15, no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires. O duelo de volta será no Mineirão, no dia 30 de julho (terça-feira), às 19h15.



Algozes do Cruzeiro em mata-matas na Copa Libertadores (por país):

Argentina – 6 vezes
Boca Juniors – 1977 (final), 2008 (oitavas de final) e 2018 (quartas de final)
River Plate – 2015 (quartas de final)
San Lorenzo – 2014 (quartas de final)
Estudiantes – 2009 (final)

Brasil – 3 vezes
Vasco – 1998 (oitavas de final)
Palmeiras – 2001 (quartas de final)
São Paulo – 2010 (quartas de final)

Colômbia – 2 vezes
Deportivo Cali-COL – 2004 (oitavas de final)
Once Caldas – 2011 (oitavas de final)

Chile – 1 vez
Unión Española-CHI – 1994 (oitavas de final)
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