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CRUZEIRO

Diretor vê 'falta de conhecimento' em ações da cúpula do Cruzeiro, mas defende apurações

Djian esteve no Mineirão nessa quarta para acompanhar jogo da Argentina

Tiago Mattar Thiago Madureira
Marcelo Djian concedeu entrevista antes do jogo entre Argentina e Paraguai, nessa quarta, no Mineirão - Foto: Reprodução
Diretor de futebol do Cruzeiro, Marcelo Djian não costuma conceder entrevistas ou mesmo ser alvo de holofotes nos bastidores. Com perfil discreto, o dirigente foi um dos poucos poupados nas denúncias de falsidade ideológica, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro envolvendo vários membros da gestão do presidente Wagner Pires de Sá. 

Nessa quarta-feira, ele esteve no Mineirão para acompanhar o empate por 1 a 1 entre Argentina e Paraguai, duelo válido pelo Grupo B da Copa América. Djian comentou os problemas administrativos vividos pelo clube, mas defendeu que tudo seja apurado. Ele alegou 'falta de conhecimento' da cúpula em algumas ações.

“A gente fica chateado. Apesar de estarmos no clube, a gente acha que tem se apurar as denúncias que foram feitas. Algumas denúncias, alguns erros que aconteceram por parte do Cruzeiro foram por falta de conhecimento. Principalmente do garoto de 12 anos (Estevão Willian) que foi colocado como garantia, não sabíamos que tinha todo aquele problema. Isso foi o que mais marcou nas denúncias”, avaliou.

O caso relembrado por Djian, de fato, foi um dos mais graves apresentados pelo Fantástico, da TV Globo, contra os dirigentes do Cruzeiro.
A reportagem do programa mostrou, em 27 de maio, que o clube pagou, com direitos econômicos de jovens revelações, o empréstimo de R$ 2 milhões contraído ao empresário Cristiano Richard dos Santos Machado, em 1º de março de 2018.

Além de 20% dos 'direitos econômicos' de Estevão Willian, o clube repassou ao empresário percentuais de Alejandro (20%), Marco Antônio (20%), Cacá (20%), Julio Cesar Pereira (20%), Vitinho (20%), Gabriel Brazão (20%), David (20%), Raniel (5%) e Murilo (7%).

A comercialização dos direitos econômicos da criança não poderia ter acontecido. Inicialmente, porque a Fifa determinou, em 2015, que apenas clubes e jogadores podem ter partes de direitos econômicos. Depois, porque revelações só podem assinar contratos profissionais com os clubes a partir dos 16 anos. Até lá, só existe o contrato de formação, em que não existem direitos federativos ou econômicos.

Futuro de Mano e do time em campo

Um dos responsáveis pelo departamento de futebol do Cruzeiro, Marcelo Djian garantiu que Mano permanecerá no comando do time. De acordo com o dirigente, a saída do treinador não foi sequer aventada, mesmo com a sequência de nove jogos sem vitórias.

“O Mano continua. Em momento algum foi pensado em retirá-lo. Algumas notícias foram dadas de forma errada. O Mano continua e a gente espera que o time volte a jogar bem”, disse Djian, antes de analisar o momento vivido pelo Cruzeiro dentro de campo.

“Estou mais preocupado com a parte esportiva, que é o que eu realmente faço, e o time não vem tendo um bom momento. Temos agora na Copa do Brasil e na Libertadores a chance de passar pelo Atlético e pelo River. No Brasileiro nós precisamos dar uma resposta rápida, e esperamos dar nesse mês de julho”, finalizou.

De folga desde o último dia 12, data em que o clube foi derrotado por 2 a 1 para o Fortaleza, pelo Brasileiro, a delegação do Cruzeiro retornará aos trabalhos na Toca da Raposa II na próxima segunda-feira, dia 24. A equipe seguirá em preparação até o dia 11 de julho, data em que o time celeste medirá forças com o Atlético, às 20h, no Mineirão, no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil.
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