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CRUZEIRO

Início de trabalho de Ceni no Cruzeiro tem mudanças e improvisações em escalações

Técnico não repetiu escalação uma vez sequer em sete partidas

Redação
Rogério Ceni ainda não repetiu escalação no Cruzeiro - Foto: Leandro Couri/EM D.A Press
Rogério Ceni chegou ao Cruzeiro com o objetivo de montar um time rápido, leve e de constante busca pelo gol. O perfil era distinto do estilo reativo e cauteloso de seu antecessor, Mano Menezes. Talvez por isso o atual comandante tenha promovido testes e mudanças nas escalações. Em sete jogos, houve sete times diferentes. E, provavelmente, o oitavo entrará em campo contra o Ceará, nesta quarta-feira, às 19h30, no Castelão, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro. 

Das modificações realizadas por Rogério Ceni, algumas ocorreram por força maior, como as saídas do lateral-direito Orejuela, convocado para representar a Seleção da Colômbia em amistosos internacionais no início de setembro, e dos zagueiros Dedé e Leo, por respectivas lesões no tornozelo direito e na clavícula. Outras aconteceram por opção do técnico, casos das trocas de Fabrício Bruno por Cacá; de Fred por Pedro Rocha; e da escolha até mesmo pelo terceiro lateral-esquerdo, Rafael Santos, em razão do rendimento ruim de Egídio e Dodô.

Somente três jogadores foram titulares nas sete partidas sob o comando de Ceni: o goleiro Fábio, o volante e capitão Henrique e o atacante David. Em seguida, com seis presenças entre os onze iniciais, aparecem os meias Marquinhos Gabriel e Thiago Neves.

Para o duelo contra o Ceará, Rogério admitiu que poderá tirar David, apesar de ter elogiado suas atuações, sobretudo para dar passes aos colegas. “Natural que sempre tenha algum jogador que sofra (críticas da torcida). O David participou de muitos minutos, não fez gol, mas deu assistências contra Avaí e Vasco.
Jogador jovem do clube que tem potencial e força, mas nada impede que a gente rode, parece que ele cansou um pouquinho, que faça alterações. Jogador que assim como Marquinhos Gabriel e Ezequiel, que acho que entrou bem, criou situações de jogo, são jogadores que têm velocidade e um contra um”.

Na opinião do treinador, David colabora também defensivamente. “É um jogador que trabalha muito, recompõe, ajuda bastante. Nesses jogos de quarta e domingo, provavelmente vamos girar os jogadores, mas é um jogador que vai ajudar no momento mais crucial. Deve rodar, pode ser que descanse um jogo, não há problema nenhum”.

No meio-campo, Éderson parece ter agradado à comissão técnica com seu desempenho nas derrotas para Flamengo (2 a 1) e Palmeiras (1 a 0). Antes, era Robinho quem desempenhava a função de volante. Rogério Ceni vê no camisa 19 tais características, embora Henrique tenha discordado e considerado o colega um meia. Outro que sob a ótica do técnico tem perfil para ser meio-campista é o lateral-esquerdo Dodô.

Dodô jogou de volante por pouco mais de 20 minutos na estreia de Ceni no Cruzeiro. Em uma chegada ao ataque, ele quase marcou belo gol da entrada da área, com chute forte de pé esquerdo. Éverson, goleiro do Santos, esticou-se e espalmou a bola. Como o time celeste estava com atleta a mais em campo - Gustavo Henrique, zagueiro do Peixe, foi expulso aos 4min -, Rogério substituiu Egídio ainda na etapa inicial por Fred. E o camisa 9 marcou o primeiro gol celeste e deu assistência para Thiago Neves anotar o segundo.

A opção por Dodô no meio-campo não foi criticada, já que a Raposa conseguiu vencer a partida. Diferentemente da escolha pelo volante Jadson na lateral direita, em vez de Edilson, no duelo contra o Internacional, pela semifinal da Copa do Brasil. Depois da derrota por 3 a 0, Thiago Neves contestou publicamente a decisão de Ceni, que, por sua vez, usou uma entrevista do camisa 2 ao site Globoesporte.com para justificar a alternativa.

Ainda diante do Internacional, no segundo tempo do jogo da Copa do Brasil, Rogério deslocou o volante Henrique para a zaga após substituir Dedé, com trauma torcional no tornozelo direito.

Opinião


Recuperado do problema, Dedé provavelmente retomará a condição de titular do Cruzeiro contra o Ceará. Ele evitou polemizar as decisões do técnico em relação às formações preparadas por Ceni.

“Eu acho que isso é um método do Rogério de trabalhar.
Para mim, eu conheço todos os jogadores, sei trabalhar com todos, sei como conduzir todos, todos me respeitam quando falo, até extrapolo em cima de algumas coisas. É uma forma de trabalhar do Rogério. Negativo, eu acho que não é o correto de se falar, mas acho que o Rogério sabe o que está fazendo, pensa muito antes de se trabalhar, de montar a equipe, e a gente está tentando fazer o nosso melhor para dar o melhor resultado para o Cruzeiro”.

Entretanto, o zagueiro defendeu as presenças dos mais experientes em momento de luta contra o rebaixamento à Série B e lembrou de um atleta “esquecido” por Rogério: o atacante Sassá.

“O ruim é que a gente viveu muitos momentos lá em cima da tabela, e está vivendo esse momento, mas tem que lembrar que esse elenco tem grandes jogadores, jogadores campeões, não só em competições de mata-mata, mas pontos corridos. Me refiro a Fred, Thiago Neves, eu, Leo, Henrique, Fábio, Rafael, Robinho, Edilson. Temos um elenco farto de grandes jogadores, que são vencedores. Uma das coisas que acho que o nosso time precisa é ganhar essa confiança, e para ganhar a confiança a gente tem que fazer cada jogador lembrar do potencial, da capacidade de vencer”, alertou.

“Não posso perder um Thiago Neves, que deu um título para o Cruzeiro, um título não, que foi importante nos dois títulos da Copa do Brasil, fora os dois Mineiros. Não posso perder o Edilson, que, pra mim, é um dos melhores da posição. Não vive boa fase hoje, como ninguém no Cruzeiro vive boa fase. Mas, do grupo do Cruzeiro, da instituição, foi o cara mais próximo de ter ganhado a Libertadores, também foi campeão da Copa do Brasil e do Mineiro com a gente. (...) Não posso deixar de citar esses jogadores que são muito importantes, como Sassá”, acrescentou Dedé.

Time


Com relação à formação do Cruzeiro para enfrentar o Ceará, em Fortaleza, as principais dúvidas estão no meio-campo, entre Éderson e Dodô, e no ataque: Ezequiel, Marquinhos Gabriel, Pedro Rocha, Fred e David disputam três vagas à frente.

O provável time para quarta-feira é Fábio; Orejuela, Dedé, Fabrício Bruno e Egídio; Henrique, Éderson (Dodô); Ezequiel (Marquinhos Gabriel), Thiago Neves e Pedro Rocha (Marquinhos Gabriel); Fred (Pedro Rocha).
O Cruzeiro é o 18º colocado do Brasileiro, com 18 pontos em 21 rodadas.

As escalações de Rogério Ceni no Cruzeiro


Cruzeiro 2x0 Santos

Fábio; Orejuela, Dedé, Fabrício Bruno e Egídio; Henrique e Dodô; Marquinhos Gabriel, Thiago Neves e David; Pedro Rocha

CSA 1x1 Cruzeiro

Saídas: Dedé e Pedro Rocha

Fábio; Orejuela, Cacá, Fabrício Bruno e Dodô; Henrique e Robinho; Marquinhos Gabriel, Thiago Neves e David; Fred

Cruzeiro 1x0 Vasco

Saídas: Cacá, Dedé e Fred

Fábio; Orejuela, Dedé, Fabrício Bruno e Egídio; Henrique e Robinho; Marquinhos Gabriel, Thiago Neves e David; Pedro Rocha

Internacional 3x0 Cruzeiro

Saídas: Orejuela e Egídio

Fábio; Jadson, Dedé, Fabrício Bruno e Dodô; Henrique e Robinho; Marquinhos Gabriel, Thiago Neves e David; Pedro Rocha

Cruzeiro 1x4 Grêmio

Saídas: Jadson, Dedé, Fabrício Bruno e Pedro Rocha

Fábio; Edilson, Cacá, Leo e Dodô; Henrique e Robinho; Marquinhos Gabriel, Thiago Neves e David; Fred

Palmeiras 1x0 Cruzeiro

Saídas: Edilson, Dodô, Robinho e Thiago Neves

Fábio; Orejuela, Cacá, Leo e Rafael Santos; Henrique e Éderson; Pedro Rocha, Marquinhos Gabriel e David; Fred

Cruzeiro 1x2 Flamengo

Saídas: Fabrício Bruno, Rafael Santos, Marquinhos Gabriel e Fred

Fábio; Orejuela, Cacá, Fabrício Bruno e Egídio; Henrique e Éderson; Robinho, Thiago Neves e David; Pedro Rocha
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