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Na Série B, Cruzeiro quer enxugar folha salarial para cerca de R$ 5 milhões

Clube tentará acordo com atletas para não pagar salários astronômicos

Redação
Cruzeiro terá muitas mudanças em seu elenco para 2020 - Foto: Juarez Rodrigues/EM D.A Press
Na Série B do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro pretende realizar um corte de 67% na despesa com remuneração de jogadores. Em entrevista à Rádio Itatiaia, o presidente do Conselho Gestor do clube, Saulo Tomaz Fróes, criticou a falta de transparência da administração de Wagner Pires de Sá e afirmou que o objetivo é fechar a folha de pagamento em no máximo R$ 5 milhões - um terço dos atuais R$ 15 milhões. O orçamento será de R$ 80 milhões, o maior da segunda divisão.



“É muito melhor sermos transparentes do que fazer o que fizeram aqui. Assumiram um monte de dívida, como se fosse algo assim: ‘alguém vai pagar’. É um misto de incompetência e irresponsabilidade. Vamos fazer auditoria, sim. Não deixaremos nada para debaixo dos panos. E temos de reduzir os custos. Uma folha de pagamento que chega a R$ 15 milhões tem de reduzir para no máximo R$ 5 milhões

A redução de gastos poderá impactar em mudanças no elenco, visto que muitos atletas recebem salários altos até mesmo na Série A - casos do goleiro Fábio, dos laterais Edilson e Egídio, dos zagueiros Dedé e Leo; dos volantes Ariel Cabral e Henrique; dos meias Thiago Neves, Rodriguinho e Robinho, e do atacante Fred.

O Cruzeiro, inclusive, não deve fazer esforço caso receba alguma proposta por esses jogadores. O zagueiro Leo, por exemplo, virou alvo do Santos, conforme publicado pelo site Deus Me Dibre. O Superesportes fez contato com André Cury, empresário do camisa 3. “Houve um interesse lá atrás, mas não avançou. Agora, até o momento, não tem nada”.

No caso de Edilson, o Grêmio tem interesse, mas só o contrataria por vencimentos significativamente inferiores aos pagos pela Raposa. A informação é do jornalista gaúcho João Batista Filho. Estima-se que o Cruzeiro teria de pagar ao camisa 2 R$ 6 milhões pela rescisão antecipada de seu vínculo, que terminará em dezembro de 2020.



Em situação semelhante à de Edilson está o centroavante Fred. Segundo o jornalista Eraldo Leite, do programa Os Donos da Bola Rio, da TV Bandeirantes, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, afirmou que o camisa 9 cruzeirense pediu salário acima da realidade para se transferir rumo ao tricolor das Laranjeiras.

Vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Pedro Lourenço já havia frisado na primeira reunião do Conselho Gestor que a falta de recursos inviabiliza arcar com salários astronômicos.

“Nós vamos ter que conversar com todo mundo. Não tem como pagar atleta R$ 500 mil, R$ 1 milhão. Então, vamos ter que conversar com eles e ver o que é melhor, porque se nós não temos caixa, não tem como pagar. Se manter, a gente não tem como pagar”, disse.



“Temos que conversar com eles e encaixá-los em outros clubes, onde eles acharem melhor. Dentro de uma normalidade, todo mundo tem seu contrato, mas se não tem como pagar, são duas realidades. Espero que eles entendam isso, são pessoas inteligentes, eles já têm a vida feita”, acrescentou.

Para 2020, o Cruzeiro deve priorizar contratos curtos, com duração de um ano, e apostar também em jovens jogadores, como o lateral-direito Weverton, o zagueiro Cacá, o lateral-esquerdo Rafael Santos, o volante Éderson, o meia Maurício e o atacante Vinícius Popó.

“É cuidar mais dos meninos e montar um time no Mineiro, além de fazer um time para subir. Depois a gente volta aos velhos tempos, se Deus quiser. Meu compromisso é esse, de honestidade, mas passar a mão na cabeça de ninguém eu não vou, trabalho só com pessoa que for honesta e direita”, ressaltou Pedro Lourenço, que quer Alexandre Mattos como diretor de futebol.



“Eu tenho que reduzir custo, não adianta ter quatro diretores que ganhem R$ 100 mil, R$ 200 mil. É melhor um que resolva todos os problemas. Essa é a minha proposta e vou ser sincero e transparente com a realidade. Vou ser transparente. A gente não sabe nem quem vai ficar”, encerrou.

Já deixaram o Cruzeiro o volante Jadson (Bahia) e os atacantes Pedro Rocha (Flamengo), Joel (Marítimo de Portugal) e Ezequiel (devolvido ao Botafogo). O lateral-esquerdo Dodô, na mira do Corinthians, está perto de rescindir o contrato. Já o zagueiro Fabrício Bruno e o meia Thiago Neves pleiteiam a ruptura dos vínculos por meio da Justiça do Trabalho.