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Cruzeiro admite novo atraso no pagamento de salários dos funcionários

Por meio de nota, clube culpou COVID-19 e bloqueios judiciais por pendências

Redação
Cruzeiro admitiu débito com profissionais do setor administrativo - Foto: Rodolfo Rodrigues/Cruzeiro O Cruzeiro admitiu por meio de nota, nesta sexta-feira, que o salário dos funcionários do setor administrativo estão novamente atrasados. Nessa quinta, a direção pagou apenas 50% dos vencimentos. Os motivos, de acordo com o comunicado, são a pandemia de coronavírus, que reduziu a arrecadação, além de bloqueios judiciais.



Ainda segundo o Cruzeiro, já existe um acordo com os funcionários para que o restante dos valores seja depositado no “início da próxima semana”. “O segundo passo da operação, já planejado previamente, será o pagamento da metade restante, primeiramente, para colaboradores que recebem abaixo de R$ 3 mil (quase 70% dos funcionários da folha)”, garantiu o clube.

Pelo Twitter, antes da divulgação da nota do clube, o representante do Cruzeiro no programa Alterosa Esporte, da TV Alterosa, Hugão, relatou que recebeu ligações de funcionários desesperados com o atraso salarial. A publicação teve grande repercussão nas redes sociais. 

“Não tenho palavras pra falar da minha indignação. Funcionários do clube estão me procurando para falar dos salários atrasados! Passando dificuldades! E pelo que me informaram, o clube deu preferência em pagar bicho de jogador ao invés de acertar com quem precisa mais, e depositou apenas a metade dos que recebem em torno de R$ 1 mil. Inadmissível ver pessoas que temos tanto carinho e trabalhadores passando por isso”, lamentou.



Em nota (leia na íntegra ao fim da reportagem), o Cruzeiro disse que “em momento algum abandonou seus funcionários”. “(O clube) Tem trabalhado para evitar demissões em massa, como vem ocorrendo na maioria dos clubes de futebol do país e em empresas de outros ramos, e tem dado todo o tipo de suporte em situações extremas, contando inclusive com o apoio financeiro e pessoal de membros da diretoria a funcionários com dificuldades pontuais”, garantiu. 

Paralelamente aos problemas financeiros, o Cruzeiro anunciou, nessa quinta-feira, a contratação do meia Yeison Guzmán, de 23 anos, promessa do Envigado, da Colômbia. O clube não divulgou os valores do investimento, mas de acordo com a Rádio Itatiaia, a Raposa desembolsará, com ajuda de parceiros, 1,2 milhão de dólares (cerca de R$ 6,7 milhões) para ter 80% dos direitos econômicos da jovem revelação colombiana.

Veja, na íntegra, a nota divulgada pelo Cruzeiro sobre atraso de salários:

O Cruzeiro Esporte Clube vem a público esclarecer e reconhecer que continua com pendências salariais em aberto com seus colaboradores, mas que a diretoria não tem medido esforços para solucionar a situação o quanto antes.



Ontem, dia 15 de abril de 2021, o Clube iniciou uma operação e viabilizou, em um primeiro momento, o pagamento de 50% da folha do mês de março/2021 do setor administrativo. O segundo passo da operação, já planejado previamente, será o pagamento da metade restante, primeiramente, para colaboradores que recebem abaixo de R$ 3 mil (quase 70% dos funcionários da folha), a ser realizado no início da próxima semana.

O Clube ressalta que, assim como a maioria expressiva de instituições de diversas áreas do mercado no mundo, tem passado por dificuldades acentuadas pelo grave impacto causado pela Covid-19. Além disso, o Cruzeiro continua sofrendo, semanalmente, com ações judiciais oriundas de situações antigas, o que gera bloqueios bancários constantes, prejudicando o fluxo de caixa e os pagamentos, conforme ocorre atualmente, o que inviabilizou a quitação em dia da última folha.

Mesmo reconhecendo todas as pendências e suas obrigações, o Cruzeiro ressalta que em momento algum abandonou qualquer um de seus colaboradores, tem trabalhado para evitar demissões em massa, como vem ocorrendo na maioria dos clubes de futebol do país e em empresas de outros ramos, e tem dado todo o tipo de suporte em situações extremas, contando inclusive com o apoio financeiro e pessoal de membros da diretoria a funcionários com dificuldades pontuais.



Antes mesmo da crise econômica e sanitária provocada pela pandemia, o Cruzeiro já vivia sua pior crise financeira e institucional em quase 100 anos, um enredo conhecido por todos. Resolver o problema do atraso de salários sempre foi e continua sendo tratado como prioridade pela cúpula do Clube, que espera regularizar toda a situação o quanto antes, pois acredita e reconhece o empenho, dedicação e profissionalismo de seus colaboradores neste momento complicado pelo qual atravessa a instituição e o mundo como um todo.