Em setembro de 2017, o presidente da BWA/Luarenas, Bruno Balsimelli, já havia manifestado desejo de romper o contrato com o estado (clique e relembre). O tema voltou ao noticiário nesta terça, por meio do jornal O Tempo.
Em entrevista à Rádio Itatiaia, Balsimelli disse que tem um gasto de R$ 4 milhões por ano com o estádio. Ele afirmou que, recentemente, fez melhorias no Independência, como a ampliação dos bancos de reservas e a capacidade de iluminação.
"Nós queremos um reequilíbrio. Não há reequilíbrio? Então, pedimos a devolução. Isso no ano passado e não tiveram objeção, enrolaram mais uma vez. Barganharam e jogaram para este ano. Nós estamos assim.
Para continuar administrando o estádio, a Luarenas fez o pedido de recálculo contratual. Segundo Balsimelli, a empresa gasta cerca de R$ 4 milhões por ano para manter o estádio em funcionamento. Vencedora da licitação para operar no estádio do Horto, a partir de 2012, a concessionária tem contrato de 10 anos, com cláusula de opção de renovação por outros sete (até 2029).
"Eu, como cidadão brasileiro, penso que o governo não tem que investir R$ 4 milhões no equipamento por ano. O governo tem que se preocupar com educação, saúde e com segurança. A parte de esporte e estádio tem que ser uma coisa privada, não tem nada a ver com eles. Agora, tem que ser uma parceria que seja boa para todos os lados. Acredito também que R$ 4 milhões não estão no orçamento do América, porque ele tem que pensar em jogar bola e ganhar títulos. É isso que pensamos.
Balsimelli disse que houve um erro de cálculo quando do fechamento do contrato com o governo de Minas Gerais. Ele joga a responsabilidade em uma empresa contratada para fazer o estudo de viabilidade
"Nós pedimos um reequilíbrio do equipamento, em meados de 2013, 2014. Fundamentamos, contratamos, uma perícia para ver quanto que dava o faturamento do equipamento. Aliás, o poder concedente tinha um órgão triple-a (nota de avaliação de crédito atribuída a empresas), que fazia as medições de todos os jogos (...) E eles tinham uma noção exata do faturamento real do equipamento. O que aconteceu? Quando o entrave foi feito, acredito que foi feito por pessoas que não tinham esclarecimento total de arena, o quanto se podia arrecadar", frisou.
"O valor que foi colocado é um absurdo.
Balsimelli espera uma resposta do governo em 90 dias. "Essa novela acho que se encerra, acredito, em 90 dias. Com isso, deve ter uma definição de qual caminho a seguir das duas partes. Estamos tendo uma boa conversa com o secretário de esportes, vamos ver se chegamos a um bom senso", frisou.
DÍVIDA
O empresário admitiu que não faz repasses ao governo de Minas e ao América desde 2016, conforme exige o contrato. Segundo o Coelho, a dívida da empresa com o clube gira em torno de R$ 6 milhões. O valor correto depende de correções financeiras.
"O América tem relação direta com o Governo de Minas, num contrato de cessão do Independência, e está buscando soluções para ele dentro de uma coerência de trabalho do Clube", frisou o clube, em nota.
Em contato com a reportagem, a secretaria de transporte e obras públicas, que administra as concessões do estado, "informa que até a presente data não recebeu comunicação oficial da concessionária Luarenas. Tão logo seja recebida, a Secretaria adotará as medidas cabíveis".
O Atlético, que é parceiro comercial da Luarenas, disse que quem responde pela administração é a empresa. No acordo financeiro selado em 2012, o Galo tem direito a 45% do lucro da nova arena, assim como a BWA. O América, dono do estádio, ficaria com 5%, mesma porcentagem que teria direito o governo de Minas, que investiu na reconstrução do Independência e tem o controle sobre o local por 20 anos. O governo de Minas gastou cerca de R$ 130 milhões na reforma do estádio..