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No embalo do sucesso em Tóquio, Mineirão tem aulas gratuitas de skate

Projeto da Academia do Skate vai, inicialmente, até 3 de outubro, na Esplanada do Mineirão; sucesso de Rayssa Leal provocou aumento no número de meninas

Marina Vidal *
Pessoas de todas as idades estão fazendo aulas de skate na Esplanada do Mineirão - Foto: Academia do Skate/Divulgação
A estreia emblemática do skate nos Jogos Olímpicos de Tóquio – com as medalhas de prata de Kelvin Hoefler, 27 anos; Rayssa Leal, 13; e Pedro Barros, 26; para o Brasil – está dando mais visibilidade à modalidade no país. Em Belo Horizonte, é possível até fazer aulas gratuitas do esporte. O Mineirão, em parceria com a Academia do Skate, está oferecendo em sua Esplanada, até outubro, orientação a quem quer conhecer um pouco mais sobre a prática.


Esplanada do Mineirão tem aulas gratuitas de skate

Esplanada do Mineirão tem aulas gratuitas de skate - Academia do Skate/Divulgação
Esplanada do Mineirão tem aulas gratuitas de skate - Academia do Skate/Divulgação
Esplanada do Mineirão tem aulas gratuitas de skate - Academia do Skate/Divulgação
Esplanada do Mineirão tem aulas gratuitas de skate - Academia do Skate/Divulgação
Esplanada do Mineirão tem aulas gratuitas de skate - Academia do Skate/Divulgação
Esplanada do Mineirão tem aulas gratuitas de skate - Academia do Skate/Divulgação
Esplanada do Mineirão tem aulas gratuitas de skate - Academia do Skate/Divulgação
Esplanada do Mineirão tem aulas gratuitas de skate - Academia do Skate/Divulgação
Esplanada do Mineirão tem aulas gratuitas de skate - Academia do Skate/Divulgação
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Desde 2 de julho, a Esplanada do Mineirão abriga uma uma mini-ramp itinerante, montada entre os portões B e C, para promover o primeiro contato com o skate. Além da pista, o espaço conta com equipamento completo e orientação profissional de forma gratuita. O projeto é viabilizado pela lei de incentivo ao esporte.

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As aulas de iniciação são abertas para pessoas de todas as idades, de quarta a sexta-feira das 17h às 22h; sábado e domingo das 8h30 às 14h30 e das 16h às 21h. Cada aula tem duração de 20 minutos. 
 
O skate street, que surgiu entre o final da década de 1970 e início de 1980, nos Estados Unidos, é praticado em obstáculos inspirados na arquitetura das cidades, como escadas, bancos, muretas, corrimões, rampas e guias de calçadas.



Para participar das aulas, os interessados podem se inscrever no próprio local ou levar preenchida a ficha de inscrição que está disponível no site natividade.esp.br. Menores de 18 anos precisam da autorização dos pais ou responsáveis. 

Inicialmente, o projeto tem duração até 3 de outubro. "Não descartamos a possibilidade de uma nova passagem do projeto no futuro ou até de estender esta etapa para o Dia das Crianças, o que seria um grande presente para a população jovem da Região Metropolitana de Belo Horizonte", disse Rafael Diniz, diretor da Natividade, associação responsável pelo projeto Academia do Skate.

Interesse no skate


A Academia do Skate foi criada há quatro anos e, nesse período, foram realizados mais de 34 atendimentos em Minas. A equipe tem notado uma crescente curiosidade das pessoas com a modalidade street. 



"Em 20 dias de atendimento no Mineirão registramos a visita de mais de 1.000 pessoas e esses números só não foram maiores porque tivemos que limitar a quantidade de visitas na pista para nos adequar aos protocolos sanitários, pois não podemos esquecer que ainda vivemos uma pandemia", destaca Rafael. 

O maior público do projeto é formado por adolescentes – 74% são menores de 18 anos. "Eles são o foco do projeto, mas, como lidamos com recurso público, de lei de incentivo ao esporte, não restringimos o atendimento a nenhuma faixa-etária, pois é direito do cidadão usufruir do benefício do seu imposto", afirma o diretor do projeto. 

Segundo o professor de skate Silas Eduardo, que trabalha no projeto desde agosto de 2018, o esporte demanda um investimento alto para seus praticantes: "O skate infelizmente não é um esporte barato, mas bem orientado e com cuidado, um skate dura bastante tempo nas mãos de um iniciante. Os preços variam muito entre lojas, marcas e localização, mas é muito importante citar que o skate precisa ser adquirido em lojas especializadas".  

Silas Eduardo, professor no projeto desde 2018, fala sobre o investimento do esporte - Foto: Academia do Skate/Divulgação

Pandemia de COVID-19

No decorrer da pandemia de COVID-19 houve uma redução do número de inscrições, mas as flexibilizações do comércio refletiram em uma demanda de inscrições muito grande. "Ficamos mais de um ano com as atividades paralisadas, esperando o melhor momento para o retorno. Com o início da vacinação foi possível voltar a sonhar com a prática de esporte", diz Rafael. 



A Academia do Skate faz algumas alterações para adequar aos protocolos sanitários, como a redução da quantidade de alunos por turma.

"Adotamos a medição da temperatura,adaptamos o questionário de inscrição com orientações e perguntas sobre histórico de sintomas nas últimas semanas no participante. Distanciamento dentro das dependências e na fila de espera, rodízio do equipamento de proteção com higienização constante de todos os materiais e mãos. Todos os que atuam na Academia do Skate usando, enquanto orientam alunos, máscara, protetor facial e luvas descartáveis, as quais são higienizadas ou substituídas no final de cada bateria de aula", comenta o professor Silas.

O professor do projeto mostra que, com a pandemia, foi preciso adicionar aos equipamentos de segurança máscara e luvas - Foto: Divulgação/Instagram

Influência olímpica


O skate se enquadrou na categoria olímpica em 2016, quando o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que o esporte estaria contemplado nos Jogos de Tóquio.

De acordo com o coordenador da Academia do Skate, Rafael Diniz, a partir do anúncio, o esporte passou ser mais respeitado: "Antes disso era sempre associado a algo negativo. Lembrando que o skate é mais do que um esporte, é uma maneira de ser e estar no mundo, uma filosofia de vida".  

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Para o professor de skate Silas Eduardo, o esporte ganhou um novo olhar para a maioria das pessoas que não o conhecia: "Este que hoje já consegue ser visto largamente como um esporte antes era visto só como uma prática recreativa e de lazer. A sensação é que a visibilidade do skate na Olimpíada provocou uma diluição do preconceito que é atribuído aos praticantes e a ideia de irreverência e marginalidade".



Outro impacto da Olimpíada, segundo Silas, foi a chance de o skate atuar como meio de inclusão e ascensão social. Ele utilizou como exemplo a medalhista olímpica Rayssa Leal. "A representante que provocou todo esse barulho no brasil era uma mulher pobre e nordestina." 

A Academia observou ainda um aumento na procura do esporte pelas meninas. "Aparentemente, agora todo mundo sabe o nome da Rayssa Leal, 'a Fadinha'. O número de alunos cresceu e tem incentivado bastante as meninas", constatou o professor. 

Para ele, os esportes considerados "radicais" são os de menor adesão entre as mulheres. "Com o tempo, fica mais nítido uma disparidade em habilidades e repertório, salvo proporções, já que os meninos têm a oportunidade de começar nos esportes muito mais cedo", falou Silas. 


Jovens Olímpicos

Além do projeto Academia do Skate, a Associação Natividade tem o projeto Jovens Olímpicos, voltado para jovens de escola pública, em Santa Luzia.


"São seis meses de atividade até a formatura deste novo skatista com a gente, momento em que levamos a oficina para uma nova escola", afirma Rafael Diniz. 

O projeto também busca apresentar outras modalidades a crianças e adolescentes, no intuito de diversificar a cultura esportiva dos jovens. 

"Estamos desenvolvendo um trabalho pioneiro de escola de escalada em Ouro Preto, em parceria com a Fundação Aleijadinho, e de Basquete 3x3 no Bairro Salgado Filho, em BH. Tanto a escalada quanto o basquete 3x3 são esportes olímpicos, que por falta de oportunidade e cultura entre os jovens o Brasil não teve representante nestes Jogos de Tóquio. Mas quem sabe em Paris 2024 não poderemos ter um aluno do projeto sonhando com medalha?", diz Rafael.

O projeto Jovens Olímpicos também está com vagas abertas. Para participar é preciso preencher o formulário que você encontra clicando aqui



*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina

Fotos: Rayssa Leal conquista prata no skate street em Tóquio

Brasileira Rayssa Leal, de 13 anos, conquista medalha de prata no skate street nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Japonesas Momiji Nishiya (ouro) Funa Nakayama (bronze) completaram o pódio - AFP
Brasileira Rayssa Leal, de 13 anos, conquista medalha de prata no skate street nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Japonesas Momiji Nishiya (ouro) Funa Nakayama (bronze) completaram o pódio - AFP
Brasileira Rayssa Leal, de 13 anos, conquista medalha de prata no skate street nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Japonesas Momiji Nishiya (ouro) Funa Nakayama (bronze) completaram o pódio - AFP
Brasileira Rayssa Leal, de 13 anos, conquista medalha de prata no skate street nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Japonesas Momiji Nishiya (ouro) Funa Nakayama (bronze) completaram o pódio - AFP
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Brasileira Rayssa Leal, de 13 anos, conquista medalha de prata no skate street nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Japonesas Momiji Nishiya (ouro) Funa Nakayama (bronze) completaram o pódio - AFP
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Brasileira Rayssa Leal, de 13 anos, conquista medalha de prata no skate street nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Japonesas Momiji Nishiya (ouro) Funa Nakayama (bronze) completaram o pódio - AFP