O Mineirão entrou ontem na fase final de preparativos para a Copa do Mundo’2014 com prenúncio de mais despesas públicas para se readequar. Comitiva de 50 representantes da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL) esteve no Gigante da Pampulha para realizar a última inspeção operacional no estádio que receberá seis partidas e definir novos projetos que podem custar aos cofres públicos em torno de 30% a mais do que o valor aplicado na Copa das Confederações – o custo chegaria a cerca de R$ 50 milhões.
O valor foi questionado pelo Ministério Público em outubro. Por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, o MPE propôs Ação Civil Pública contra a Fifa e o COL pedindo o ressarcimento do dinheiro. A promotoria justificou que os recursos não foram destinados ao interesse público, mas ao financiamento de infraestrutura para um negócio privado e patrocinado.
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Fifa e COL fazem visita de inspeção ao MineirãoChefe do COL não comenta limite de jogos no Mineirão e repassa situação à Fifa Ação governamental busca acelerar obras na Arena da Baixada, em CuritibaAgora, algumas estruturas serão ampliadas. De acordo com o Portal da Copa, a Copa das Confederações atraiu 3,8 mil jornalistas. Só na capital mineira, o centro de mídia estava apto a receber 400. “A parte operacional é um pouco diferente da Copa das Confederações, cujo centro de mídia comportava 400 jornalistas. Na Copa do Mundo teremos 600. A tribuna de imprensa, por exemplo, vai quadruplicar”, justificou o secretário de estado de Turismo e Esporte (Setes), Tiago Lacerda.
De acordo com Lacerda, não há projeção específica para os gastos. Pelo alcance do evento, porém, estima-se que sejam aplicados quase 30% a mais do que na competição de 2013. “Todo grande evento, esportivo ou não, exige adaptações. Se o Mineirão ficasse pronto para a Copa do Mundo antes da hora, a obra teria custado mais e algumas áreas ficariam ociosas. Não adiantaria ter 1.300 lugares para a imprensa em jogos do Campeonato Mineiro e Brasileiro. É responsabilidade dos estados arcar com os custos para a Copa do Mundo. Os benefícios gerados são muito maiores que os custos complementares”, ponderou.
O fechamento antecipado do estádio para o Mundial, que será de 12 de junho a 13 de julho, está previsto para 22 de maio. Mas para preservar o gramado o chefe de operações do COL, Chris Unger, não descartou a possibilidade de transferir para outros locais jogos já agendados. “A CBF e a Fifa vão travar suas discussões a respeito do número de partidas que vão acontecer antes da Copa. O objetivo principal é ter um gramado nas melhores condições possíveis para a Copa do Mundo.”
MOBILIDADE Já o gerente do COL, Tiago Paes, elogiou o funcionamento operacional durante a Copa das Confederações, mas apontou a necessidade de melhorias no sistema de transportes. “O Mineirão funcionou muito bem na Copa das Confederações. O número de jogos nos dá tranquilidade para que o estádio funcione. As operações são muito mais complexas em relação aos veículos de imprensa e convidados e o transporte precisa ser ajustado pelas variações de um evento para o outro.”
De Belo Horizonte a comitiva segue hoje para o Mané Garrincha, em Brasília, com o mesmo objetivo. Em meados de março, a equipe vai iniciar a inspeção nos outros seis estádios que ainda estão em obras, à exceção do Itaquerão, sede da partida de abertura, que só será entregue em 15 de abril.