Palhinha e Dida durante cerimônia de premiação da Copa Libertadores de 1997 (Foto: TV Alterosa/reprodução)


Ídolo do Cruzeiro e um dos protagonistas do título da Copa Libertadores de 1997, o ex-meia Palhinha participou do quadro Por onde anda?, do Superesportes, e contou bastidores daquela conquista que acaba de completar 25 anos.





A caminhada celeste não foi fácil. O time perdeu os três primeiros jogos na fase de grupos: 2 a 1 para o Grêmio, no Mineirão; e 1 a 0 para os peruanos Alianza Lima e Sporting Cristal, em Lima.

Na volta ao Brasil, o técnico Paulo Autuori, que havia sucedido Oscar Bernardi antes dos jogos em Lima, levou o grupo para um período de concentração em Santa Rita do Passa Quatro, interior de São Paulo. Lá, o grupo se fechou com a nova comissão técnica.

"Nós nos reunimos e nos perguntamos o que estávamos fazendo de errado", lembra Palhinha, que negou rachas no elenco. "Não, nunca esteve dividido. Discussão, um cobrar o outro, isso sempre tem que ter. Se não tiver, aí sim tem coisa errada. Felizmente veio o Autuori e veio o (auxiliar) Renê Webber, um cara super inteligente também. A nova comissão técnica tinha uma maneira diferente de conduzir em termos de conversa. Quando ficamos no hotel-fazenda, descobrimos que o que faltava era a gente estar junto", lembra Palhinha.




A estratégia de Autuori funcionou. Com três triunfos no returno do Grupo 4, o clube conseguiu a sonhada vaga para os jogos eliminatórios.

A arrancada do Cruzeiro começou com vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio, no Olímpico, em 12 de março. Seis dias depois, a vítima foi o Alianza Lima: 2 a 0. Em 11 de abril, mais um triunfo, dessa vez contra o Sporting Cristal: 2 a 1. O Cruzeiro terminou o Grupo 4 na segunda posição, com nove pontos.

Nas oitavas de final, o Cruzeiro passou pelo El Nacional-EQU nos pênaltis, graças ao goleiro Dida. Nas quartas, eliminou o Grêmio, com direito a gol salvador de um machucado volante Fabinho já no fim. Nas semifinais, superou o Colo Colo também na disputa de penalidades máximas. Na final diante do Sporting Cristal, no Mineirão, o título veio com o famoso gol de Elivélton, em chute de fora da área. O Cruzeiro voltava ao topo da América.

Palhinha diz que Cruzeiro foi divisor de águas em sua carreira (Foto: Arquivo EM)



Palhinha lembra que o time do Cruzeiro foi movido por choques na Libertadores, referindo-se a sustos que faziam o time reagir em campo. O gol de Elivelton na final, no Mineirão, contra o Sporting Cristal, foi o fechamento com chave de ouro, na visão do craque. 




"Ele (Elivélton) era um cara positivo. Nosso time tinha muitos caras positivos, mas ele era mais", disse.



"Aquela era uma oportunidade única que eu tinha no Cruzeiro. Ou você escreve seu nome na história ou não vai ter outra oportunidade. Pra mim teve um valor maior porque já tinha sido campeão pelo São Paulo e dizem que santo de casa não faz milagre. Tive que voltar para Minas para ser campeão pelo Cruzeiro.
O Cruzeiro pra mim foi um divisor de águas muito grande", lembra Palhinha.

Campanha e números do Cruzeiro na Libertadores de 1997 (Foto: Soraia Piva/Superesportes)