Antonio Mohamed e Paulo Pezzolano se enfrentam na final entre Atlético e Cruzeiro (Foto: Pedro Souza/Atlético e Gustavo Aleixo/Cruzeiro)

Em lados opostos do Rio da Prata, os garotos Antonio e Paulo cresceram sem saber muito bem o que eram os torneios estaduais que esquentavam as rivalidades locais pelo Brasil. Décadas depois, eles deixaram, respectivamente, Buenos Aires e Montevidéu. Agora, têm o Campeonato Mineiro como objetivo prioritário.



Aos 51 anos, o argentino Antonio Mohamed, o 'Turco', busca o segundo troféu no comando do Atlético – com um mês de trabalho já havia conquistado a Supercopa do Brasil diante do Flamengo. Mais novo, o uruguaio Paulo Pezzolano, de 38, persegue a primeira taça pelo Cruzeiro.

Os arquirrivais se enfrentam neste sábado, na final única do Mineiro. A bola rola às 16h30, num Mineirão dividido igualmente: 50% alvinegro e 50% azul celeste. E o time que vencer consagrará o sexto técnico estrangeiro campeão estadual em Minas Gerais.



Os cinco anteriores dirigiam o Atlético. Em 1946 e 1947, o uruguaio Felix Magno conquistou o campeonato estadual. Em 105 jogos no comando do clube alvinegro, acumulou 69 vitórias, 19 empates e 17 derrotas.



Depois, outros três uruguaios levaram o Mineiro no comando atleticano. Em 1950, 1954 e 1955, Ricardo Díez conquistou o troféu. Ele, aliás, é o estrangeiro com mais partidas à frente do Galo (171, com 104 vitórias, 33 empates e 34 derrotas).

Em 1985, Walter Olivera comandou o time em mais um título regional. O último uruguaio campeão mineiro pelo Atlético foi Darío Pereyra, em 1999.

Foram, então, mais de duas décadas sem estrangeiros conquistarem o troféu do Estadual de Minas. Em 2020, o argentino Jorge Sampaoli, também pelo Atlético, quebrou a sequência de brasileiros.





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Cruzeiro


Na história centenária, o Cruzeiro teve apenas quatro técnicos estrangeiros – nenhum deles conquistou título. O primeiro foi justamente Ricardo Díez, nome histórico do rival Atlético. Em 1953, obteve cinco vitórias, três empates e cinco derrotas em sua curta passagem de 13 jogos à frente do time celeste.

Depois, o argentino Filpe Nuñez – nome histórico do Palmeiras – dirigiu o Cruzeiro em duas passagens. Em 1955, comandou o time em 15 jogos; em 1970, ficou no cargo por 12 partidas.

Foram mais de 45 anos até que o Cruzeiro resolvesse apostar em um estrangeiro para o cargo de treinador novamente. Em 2016, o clube contratou o português Paulo Bento, que ficou no comando por apenas 17 partidas e foi demitido em meio à ameaça de rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

Agora, Paulo Pezzolano tenta mudar a história de estrangeiros no clube celeste. Neste sábado, encontra Antonio Mohamed em um duelo gringo pelo troféu mais tradicional de Minas Gerais.