Endrick recebeu uma cotovela de Zé Ivaldo em Athletico x Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme, admitiu erro no polêmico empate por 2 a 2 entre Athletico-PR e Palmeiras. Logo com três minutos de jogo, Zé Ivaldo deu uma cotovelada em Endrick dentro da área, e o pênalti foi marcado graças ao chamado do VAR. No entanto, o defensor só recebeu o cartão amareo.




- A regra é muita clara em relação a isso. Quando diz que não estando o cotovelo, o braço, associado junto a uma disputa de bola, indo de encontro ao adversário imediatamente, passa a poder se interpretar como uma ação de conduta violenta. Como não seria conduta violenta? Se não tivesse força suficiente, mas ele põe o braço flexionado, faz o movimento adicional, contra a cabeça do atacante do Palmeiras. Para nós, deveria, sim, ter sido considerada a expulsão - afirmou.

Seneme participou da oitava edição do Papo de Arbitragem, no canal da CBF, para analisar os lances polêmicos da 13ª rodada do Brasileirão. Ele confirmou que o árbitro Jean Pierre fica afastado para um período de reciclagem.

- Para ser considerado braço temerário, teria de considerar a disputa pela bola. Mas como não houve, é uma conduta violenta. O Jean, a decisão final é dele, teve oportunidade de revisar a jogada. Vemos um acerto técnico no pênalti, mas um erro pela disputa. É um caso de cartão vermelho, deveria ter sido aplicado - disse Seneme.




- Vamos conversar com o Jean, ele vai entrar para o programa de assistência ao desempenho da arbitragem, um período de análise, para poder, enfim, trabalhar os conceitos do que é uma ação de conduta violenta - acrescentou.

Palmeiras e CBF trocam acusações após erro


O erro de Jean Pierre acendeu uma polêmica. Após a partida, o auxiliar João Martins, substituto do suspenso Abel Ferreira, disse que para o "sistema" não seria bom o Palmeiras ser campeão brasileiro novamente

Na segunda-feira, a CBF classificou a atitude de João Martins como "um desfile de grosserias e uma tentativa infantil e até xenofóbica de reduzir a relevância do futebol brasileiro na Europa, mostrando inclusive desconhecimento do próprio campeonato que disputa, que já teve tricampeões, bicampeões, com vários times ganhando seguidamente."




Horas depois, o Palmeiras retrucou. Em comunicado divulgado em seu site oficial, o clube classificou a nota da CBF como "agressiva" e fez oito questionamentos à entidade. Nesta terça, integrantes da principal torcida organizada do Palmeiras protestaram em frente à CBF, no Rio de Janeiro.