
"Uma das coisas que notei de diferente foi o público, do dia para a noite passei a ser reconhecido. Quero passar um pouco do que eu vivo para as pessoas, até para quem se tornou meu fã. Meu dia está muito corrido, estou estranhando essa movimentação toda. Vai ser assim daqui em diante, preciso entender o que está acontecendo."
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"A gente já tinha ganhado uma medalha, foi um objetivo concluído. Com a medalha de ouro e passando os 6 metros, era tudo o que a gente tinha planejado no ano. Vitaly sempre diz que é melhor poupar o atleta após as emoções do que arriscar, minha emoção podia me ajudar ou atrapalhar, poderia até me machucar, não seria interessante continuar. A gente optou pela segurança", justificou.
O aspecto mental foi uma questão fundamental na corrida olímpica. No dia anterior, Thiago enfrentou dificuldade na qualificação, não passou pelo sarrafo em 5,45 metros em duas tentativas, decidiu arriscar a última chance em 5,65 m e teve sucesso. Deslanchou a partir disso, esquecendo do trauma dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, onde não conseguiu acertar um salto sequer.
"Na qualificação, tive dificuldade, mas estava sereno e tranquilo. Tinha mais uma chance e não queria decepcionar o Brasil. Me encontrei em uma zona desconfortável e fiquei um pouco pensativo, bateu aflição e fui voltando com o que tive dentro de mim, pude escutar o Deus que estava comigo, me deu mais confiança."
Ele também dá crédito para o "pai que está na terra", o treinador ucraniano Vitaly Petrov. "Meu técnico tem me ajudado muito, ele passou dificuldades comigo, confiou em mim desde o início da minha carreira. Foi peça fundamental para que eu pudesse ganhar a medalha". E o mentor confia que Thiago pode chegar ainda mais longe na carreira, sua expectativa é de que o pupilo possa quebrar o recorde mundial em até dois anos. Mas alerta: "É importante que a partir do primeiro dia de treino esqueça que é campeão olímpico".