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GALO NA LIBERTADORES

Reação ao estilo Luan

Quando todos esperavam que Ronaldinho fosse decidir num toque de classe, ou Réver, numa cabeçada, apareceu Luan e salvou o time da derrota

postado em 24/05/2013 01:00 / atualizado em 24/05/2013 01:14

O Independência está para o Atlético como o Estádio Caliente está para o Tijuana. No campo de gramado sintético, os Xolos são imbatíveis. Até o confronto de ontem contra o Galo, eles não tinham sentido o dissabor de sofrer um gol sequer diante de sua torcida. E apostavam numa vitória por placar elástico para não precisar buscar o resultado no caldeirão alvinegro. Esse era o cenário ideal, imaginado pelos tijuanenses - e até os 19min do segundo tempo, o sonho se materializava, com os donos da casa ganhando por 2 a 0. Mas o time atleticano decidiu entrar na partida, fez não apenas um gol como dois, e jogou água na tequila dos mexicanos.

Vale, mais do que nunca, o velho clichê: foi um empate heroico. Daqueles que a torcida comemora como se fosse vitória. E há motivos para isso - o retrospecto dos donos da casa, mais a dificuldade que o Atlético tem encontrado fora do Independência somados ao desempenho ruim do alvinegro no primeiro tempo pareciam indicar desfecho muito pior.

Até que veio o gol de Tardelli, contando com uma ajuda extra de Arce, que praticamente deu uma assistência para o atacante atleticano. E depois, aquela arrancada de Luan, que lutou pela bola bravamente, ela quicando enlouquecidamente de um lado e ele de outro. E ela voltou, caprichosamente para os pés dele. E ele tocou caprichosamente para o fundo das redes, no último minuto do jogo, quando muitos já consideravam a derrota por 2 a 1 bom resultado.

Um herói às avessas. Quando todos esperavam que Ronaldinho fosse decidir num toque de classe; ou Réver, numa cabeçada; apareceu Luan, que bem ao estilo Luan salvou o time da derrota. O banco alvinegro foi à loucura. O que era apreensão virou êxtase.

Mas se você parar para pensar, não é de ontem que o pão atleticano tem caído com a manteiga para cima. E isso não significa sorte. É competência, maturidade. Nas adversidades, o Galo tem crescido. Ele não está se abatendo ao sofrer gols. Não está se entregando. Tem conseguido se reeguer de maneira interessante quando fica em desvantagem. E isso tudo é mérito, do time e do técnico Cuca.

Tanto é verdade que não foi a primeira vez que o Atlético saiu atrás no placar nesta Libertadores - para ser mais precisa, foi a quarta. Em três oportunidades, a equipe reagiu, coincidentemente, todas fora de casa: além de ontem, foi assim pela segunda fase, contra o Arsenal, em Sarandí (quando levou o gol com 1min e a partida terminou 5 a 2); e diante do São Paulo, no Morumbi, nas oitavas de final - o tricolor abriu o placar aos 8min, mas foi o alvinegro quem riu por último, saindo de campo com triunfo por 2 a 1, de virada. Apenas uma vez o Galo sucumbiu: contra o próprio São Paulo, pelo encerramento da segunda fase, quando perdeu por 2 a 0, mas aí vale uma avaliação das circunstâncias, pois o Atlético já estava classificado e o adversário dependia da vitória para continuar na competição.

A parada vai ser mesmo decidida no Horto, na quinta-feira que vem. Vai ser a vez de os atleticanos apresentarem seu caldeirão aos mexicanos e usar a arma a seu favor: em casa, o alvinegro tem 100% de aproveitamento em quatro jogos. Marcou 13 gols e sofreu cinco. Para complicar ainda mais a missão de Fidel Martínez e companhia, reza a lenda que caiu no Horto…