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KELEN CRISTINA

Jornada libertadora

"Esta Copa Libertadores já tinha um dono antes mesmo de a bola rolar"

postado em 25/07/2013 01:41 / atualizado em 26/07/2013 21:09

Não tinha jeito. Esta Copa Libertadores já tinha um dono antes mesmo de a bola rolar pelo primeiro jogo da fase eliminatória. Desde o dia 13 de fevereiro, quando estreou no torneio continental, o Atlético mostrou que a vez dele tinha chegado. A cada jogo, deu demonstração de que os fantasmas do passado seriam exorcizados. Todos os demônios, afugentados. Havia chegado o momento de corrigir o curso da história, que tantas vezes foi impiedosa com o sofrido coração atleticano. O Galo é, finalmente, campeão da Libertadores.

E você, caro torcedor do Galo, achava que a epopeia terminaria de outra maneira? Pensou que não teria drama? Que o time ia levantar a taça depois de uma tranquila goleada sobre o Olimpia? Claro que não!! Quem acompanhou a trajetória alvinegra na Libertadores viu como o título foi sendo forjado a cada obstáculo superado. Todas as dificuldades foram ultrapassadas com raça, fé, sorte e muita, muita competência. Desta vez, não tinha uruca, azar ou macumba a derrubar o Atlético.

O troféu tinha de ser do Galo. E motivos não faltavam. A começar pelos jogadores. Pelas grandes defesas do Victor. As atuações seguras de Réver e Leonardo Silva. A raça de Pierre e a entrega de Leandro Donizete, elas tinham de ser premiadas! O talento de Ronaldinho Gaúcho não poderia ficar escondido sob um vice-campeonato. O arisco Bernard, o garoto que tem alegria nas pernas e que foi parado apenas pelas cãimbras, precisava ter seu esforço recompensado. O brilho de Tardelli, o velho filho que retornou à casa para levantar a taça mais importante da história atleticana, tinha de resultar em triunfo. E Jô, o enfoguetado Jô (como diria meu saudoso amigo Leandro Mattos), merecia ver sua artilharia ser comemorada com a taça.

Os coadjuvantes merecem também menção honrosa. Como não reconhecer os méritos de Gilberto Silva, Rafael Marques, Guilherme (herói contra o Newell’s, nas semifinais), Josué, Michel e o desatinado Luan, do gol salvador contra o Tijuana, no México? Marcos Rocha, Richarlyson, Alecsandro, Júnior César… todos os seus pecados são perdoados num momento como esse.

Por fim, não dá para esquecer de Cuca. Sabe aquele Cuca sofrido, de expressão depressiva, desacreditado? O Cuca azarado? Então, ele é campeão da Libertadores. Ele conseguiu traduzir em título toda a sua habilidade para montar bons grupos, de fazer seu time jogar bonito. Ele entrou para o rol dos grandes vencedores.

O Atlético é um campeão legítimo. Tem direito a todas as honras, todos os elogios e homenagens. A torcida merece, mais do que nunca, festejar, soltar o grito agoniado da garganta. Quando todos duvidavam, ela acreditou. Ela sempre acreditou. Ela nunca saiu do lado do Galo, mesmo nos momentos mais difíceis - e foram muitos. Toda a tristeza já vivida perdeu o sentido na noite desta quarta-feira. A jornada da Libertadores foi, antes de tudo, libertadora para o Galo!

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