Matematicamente falando, o alvinegro depende apenas de si para se garantir no torneio sul-americano pela sexta vez seguida. Restando oito rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, e portanto com 24 pontos a disputar, o Galo, teoricamente, tem margem suficiente para subir, com seus próprios pés, os degraus que o levarão à competição interclubes mais importante das Américas. Até porque, nessa caminhada haverá confrontos diretos, contra Botafogo, Santos e Vasco, que ajudariam na contagem.
Mas da teoria para a prática há um parêntese importante: esperar 100% de aproveitamento do Galo a esta altura do campeonato não soa muito factível. Noves fora a irregularidade da equipe ao longo do ano, ainda entrarão em campo fatores físicos e emocionais que ajudam a comprometer tal perspectiva. Friamente analisando, é possível, porém, pouco provável.
Dentro desse ponto de vista, um empurrãozinho extra dos adversários viria em bom momento. E ao atleticano não custa deixar velhos ressentimentos de lado. O cálculo é simples. Em tese, são seis as vagas do Brasileiro para a Libertadores: os quatro primeiros vão diretamente para a fase de grupos e o quinto e o sexto colocados caem na eliminatória, chamada pré-Libertadores. Com o Cruzeiro já garantido como campeão da Copa do Brasil integrando o G-6 como agora (está em quinto lugar), uma vaga a mais seria aberta, surgindo então o G-7.
O sétimo lugar, hoje, é do Flamengo, que disputa as quartas de final da Copa Sul-Americana com o Fluminense – largou na frente por uma vaga na semifinal, vencendo o jogo de ida por 1 a 0, na noite de quarta-feira – e, caso chegue ao título também leva uma vaga na Libertadores. Num efeito dominó, o G-7, por consequência, se tornaria G-8.
E aí entra mais um brasileiro para o atleticano acompanhar com fervor, torcendo pelo sucesso dele, embora não haja muito ingrediente de rivalidade envolvido: o Grêmio. Com um pé na final da Libertadores, o tricolor gaúcho também teria seu lugar na competição continental de 2018 assegurada se levantar a taça. E o G-8 se tornaria, então, G-9.
Atualmente em 10º, o Galo poderia estar, então, bem perto da meta. Mas não adianta deitar em berço esplêndido e aguardar pelo êxito de outrem. A esticadinha na zona da Libertadores pode até ser providencial, contudo, não resolve todos os problemas alvinegros. O compromisso de Cruzeiro, Flamengo e Grêmio é, por princípio, com eles próprios. Pouco se importam se alguém vai se beneficiar com o desempenho deles, e estão certíssimos. Por isso, antes de esperar qualquer ajuda externa, o Atlético precisa se preocupar em cumprir o papel dele. Talvez seja esse seu maior desafio.