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TIRO LIVRE

Não é só Neymar

postado em 03/07/2018 09:24

AFP / Fabrice COFFRINI

Antes da Copa, o maior temor de quem acompanhava a Seleção Brasileira era a tal da Neymardependência. Seria o Brasil time de um astro só, como a Argentina, de Messi, e Portugal, de Cristiano Ronaldo? Ficaria a equipe de Tite refém das atuações de seu maior craque, que começou a competição na Rússia baleado e somente na estreia contra a Suíça voltou a atuar por 90 minutos desde que sofrera a lesão? Aos poucos, as respostas vão aparecendo. E para sorte (e competência do treinador), elas têm sido altamente favoráveis.

A cada partida, os coadjuvantes vão se afirmando. Jogadores que começaram o Mundial contestados vão ganhando a confiança da torcida. Era o que Tite mais precisava: fazer a engrenagem funcionar coletivamente. Até porque, ele mesmo havia avisado que Neymar necessitava de tempo para readquirir ritmo, depois de três meses parado. Nesse ínterim, era preciso criar uma rede de sustentação para o craque, o que incluía o aparecimento de outros protagonistas.

Nos dois primeiros jogos da Seleção Brasileira na Copa, contra Suíça e Costa Rica, com Neymar mal, foi Philippe Coutinho quem segurou as pontas. Diante da Sérvia, mais solto, mais consciente taticamente e fisicamente mais forte, o camisa 10 não só brilhou como teve a companhia de Paulinho, com aquele golaço.

Ontem, contra o México, em sua melhor atuação na Copa, Neymar foi superado apenas pelo voluntarioso Willian – que estava devendo e pagou sua conta, voltando a ser o jogador que, durante as Eliminatórias, fez por merecer a vaga de titular da Seleção. Na frente, num contraponto às exibições apagadas de Gabriel Jesus, Firmino pede passagem. Na defesa, o zagueiro Thiago Silva, com atuações irretocáveis, vai deixando o estigma de chorão para trás. No meio-campo, Casemiro mostra o motivo de ter se tornado tão essencial ao Real Madrid.

Por isso, hoje, o Brasil não é só Neymar e mais 10. É Neymar, sim, mas também é Philippe Coutinho, Thiago Silva, Casemiro, Willian, Firmino... Com méritos nas quartas de final da Copa, a Seleção comandada por Tite vai se tornando, de fato, um time.

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