RSS Twitter Contato

Minha Conta:

Esqueceu a senha?
  • (0) Comentários
  • Votação:

ESPECIAL MINEIRÃO

Paul falou uai

Palco reivindicado há muitos anos pela cidade, Mineirão colocou BH no circuito dos grandes espetáculos atraindo Elton John, Paul McCartney, Beyoncé e Black Sabbath

Publicação:

21/12/2013 08:13

 

Atualização:

21/12/2013 10:01

Show mais esperado do ano, Out there!, de Paul McCartney, levou 53 mil fãs ao Mineirão (Leandro Couri/EM/D.A Press)
Show mais esperado do ano, Out there!, de Paul McCartney, levou 53 mil fãs ao Mineirão

Antes da abertura do Mineirão, houve uma corrida para ver quem iria inaugurar não o gramado, mas o Gigante da Pampulha como arena de eventos. A torcida, que tomou conta das redes sociais, era para que fosse Paul McCartney. No entanto, foi outro britânico, também sir, quem teve a honra. Em 9 de março, um público de 40 mil pessoas assistiu ao primeiro show de Elton John em Belo Horizonte. Casa cheia, público comportado e um repertório consagrado de 25 músicas celebraram os 40 anos de Rocket man, “a canção” de um dos maiores melodistas da música pop. Em mais de duas horas, Reginald Dwight foi da psicodelia (Goodbye yellow brick road) ao melodrama (Candle in the wind) de maneira impecável.

A três dias da chegada de Elton John a BH, o anúncio que todos esperavam foi feito: Paul McCartney realmente viria à cidade – e em grande estilo. O Mineirão foi o estádio escolhido para que o ex-beatle estreasse sua nova turnê, Out there!. Em 4 de maio, uma legião de beatlemaníacos, incrédulos, assistiu a Paul finalmente falar uai – e até emendar um “trem bão”. Mais importante do que isso: foi no Mineirão que ele executou Eight days a week pela primeira vez em 48 anos (a anterior havia sido ao lado de John, George e Ringo); que estreou no palco All together now, Your mother should know, Being for the benefit of Mr. Kite!, Lovely Rita, todas do Fab Four. Ainda fez o público chorar com Blackbird e Here today e explodir em uníssono com Live and let die.

A partir dessa prova de fogo, quando o estádio recebeu o maior artista vivo da música pop, tudo seria possível. Mas nem todo mundo é Paul McCartney, e a terceira artista internacional a pisar no Mineirão, a cantora Beyoncé, se apresentou para uma plateia aquém da esperada. Contra os 53 mil ingressos para o show do ex-beatle, que se esgotaram em horas, “apenas” 30 mil resolveram conferir em setembro, de perto, a rebolativa e exagerada sra. Carter. Gostos pessoais à parte, Beyoncé mostrou na arena da Pampulha o maior espetáculo audiovisual que já passou pela cidade. O delírio sensorial foi provocado por imagens do telão de LED de alta definição, várias trocas de figurino, fumaça, fogo, jogos de luzes e dezenas de músicos e dançarinos.

Para todos O Gigante da Pampulha é democrático. Recebeu também, ao longo deste ano, uma pá de artistas baianos, na maratona do Axé Brasil, que em sua 15ª edição reuniu, em abril, 70 mil pessoas em duas noites de música: Jammil, Ivete Sangalo, Cláudia Leitte, Tuca Fernandes, Chiclete com Banana, entre vários outros, se revezaram no palco do evento. Já em outubro, um público bem diferente dos coloridos fãs do axé pisou no Mineirão. Não exatamente no gramado, mas na esplanada, uma das novidades do novo estádio.

Uma multidão de camisas pretas foi assistir a um encontro impensável até anos atrás. Reunion, primeira grande turnê do Black Sabbath em oito anos, uniu Tony Iommi, Geezer Butler e Ozzy Osbourne para shows que celebraram o álbum 13 (primeiro com Ozzy novamente nos vocais do Sabbath desde 1978). Com um som perfeito, como dificilmente a cidade já viu, o show mostrou que apesar de todos os problemas (o câncer de Iommi, os abusos que deixaram Ozzy com sequelas e as brigas internas), o Sabbath continua sendo o pai inconteste do metal. Só isso explica o espetáculo de diferentes gerações cantando o refrão de Iron man ou fazendo mosh ao som de Paranoid.

Muito o que melhorar

O público viu que o Mineirão de hoje é um cenário digno dos artistas que recebeu. Mas esse mesmo público também sentiu de perto os problemas do estádio. Houve problemas de acesso (uma parcela do público não viu o início do show de Elton John devido à confusão na entrada); vazamento de esgoto (que estourou na parte interna do estádio no show de Paul McCartney); filas excessivas para os banheiros; atendimento fraco e pouca oferta nos bares; sanitários que não funcionaram em sua totalidade.

Já os produtores que estiveram à frente dos cinco eventos realizados no Gigante da Pampulha comemoram muito a inauguração do novo Mineirão, que fez com que Belo Horizonte pudesse receber shows que não teriam vindo se não fosse o estádio. Mas admitem ter penado em algumas questões. O aumento do custo é uma das principais barreiras. Emanuel Júnior, da DM Promoções, que realiza o Axé Brasil, fez sete edições do festival de música baiana no estádio antes da reforma. “Comparando o Mineirão antigo com o novo, a única coisa igual é o campo. É um equipamento muito melhor para trabalhar”, afirma.

Mesmo com a experiência bem-sucedida do Axé Brasil, ele não vai realizar a versão 2014 do festival no mesmo espaço. Ainda procura um lugar para o evento, que será promovido em 5 e 6 de abril. “Com o Mineirão de hoje o impacto no custo é de 40% a mais. Então, se o evento não estiver muito bem estruturado, a conta fica difícil de fechar”, diz Júnior.

Mercado Aluizer Malab, da Malab Produções, que levou para o estádio Elton John e Beyoncé, concorda: “No geral, a gente tem muito que comemorar, pois tudo está melhor: conforto, acesso. Agora, o que se precisa entender na prática é a necessidade da arena para além do futebol. Viabilizar tudo é muito caro, precisa-se chegar aos parâmetros de mercado para Belo Horizonte”.

Já Márcia Ribeiro, da Nó de Rosa, que trouxe Paul McCartney e Black Sabbath, vê no estádio o “presente que a cidade esperava para estar no circuito dos grandes eventos”. Admite, no entanto, que correções no projeto têm que ser feitas. “O corredor de acesso ao gramado foi uma frustração grande dos produtores, pois ele não permite a entrada de carreta. Nossa expectativa é de que o gestor consiga consertar essa falha, pois o tempo que se leva colocando um carrinho e um empilhadeira para ir e vir buscando carga prejudica tanto a gente quanto o futebol. Perde-se tempo com montagem e desmontagem.”

Ela diz ainda esperar a passagem da Copa do Mundo para que BH volte à normalidade. “Estamos vivendo um período completamente atípico na economia da cidade. Passado o advento da Copa, espero que a gente possa realizar shows na cidade a um custo compatível”, acrescenta Márcia Ribeiro. Mesmo com as dificuldades, ela está na expectativa de realizar novo evento no Mineirão já no primeiro trimestre de 2014.

NÚMEROS

40 mil

pessoas foram ouvir as canções de Elton John, em 9 de março

70 mil
pessoas pularam nos dois dias do Axé Brasil, em 12 e 13 de abril

53 mil
beatlemaníacos estiveram presentes ao concerto de Paul McCartney, em 4 de maio

30 mil

espectadores assistiram à apresentação de Beyoncé, em 11 de setembro

20 mil
metaleiros curtiram o show de Black Sabbath, em 15 de outubro, na esplanada

Comentar notícia

Verificando informações
{'nvoto': 0, 'tags': , 'url': 'app/noticias/especiais/novo-mineirao/2013/12/21/noticia_mineirao,271980/paul-falou-uai.shtml', 'id_aplicativo': 7, 'voto': 0.0, 'id_treeapp': 653, 'acesso': 367, 'comentario': 0}

Esta matéria tem:

(0) comentário(s)

Não existem comentários ainda


Blogs e Colunas