
O francês Renaud Lavillenie não deve guardar boas recordações do Brasil. Então favorito à medalha de ouro no salto com vara, o campeão olímpico em Londres-2012 foi batido na final pelo brasileiro Thiago Braz. Além de se contentar com a prata, Lavillenie precisou encarar sonoras vaias tanto na disputa quanto na entrega das medalhas.
Saiba mais
Lavillenie conta com torcida em Paris para vencer a primeira após os Jogos do Rio de Janeiro Após vaias a francês, COI pede que torcida brasileira respeite atletas estrangeiros no Rio Atleta francês vaiado no pódio reage e agradece ao brasileiro Thiago Braz por apoio Vídeo: Thiago Braz fala sobre conversa com Lavillenie e Bubka após entrega de medalhas
Abatido, Lavillenie não conteve as lágrimas no pódio, com a medalha de prata no peito, em razão das novas vaias. "No momento do pódio, as vaias foram duras, não consegui me conter e chorei", admitiu o saltador, dono do recorde mundial, de 6,16 metros - Thiago Braz saltou 6,03 metros na final da prova no Engenhão.
O francês afirmou, contudo, que as vaias não "representam" o povo brasileiro. "Sei que essas vaias não representam o Brasil. Agora, depois de competir, passei pela cidade e tiro fotos com muitas pessoas, dou autógrafos. Tenho recebido muito carinho do povo do Brasil", declarou.
Ele disse até que recebeu ligações de brasileiros, como a saltadora Fabiana Murer, pedindo desculpas pelas vaias. "Sou bem próximo da Fabiana e de muitos brasileiros. Todos eles mandaram mensagens pedindo desculpas pelo o que viram".
As vaias no pódio, um dia depois da disputa da final, tiveram como combustível declarações polêmicas do atleta ao fim da prova. Ele chegou a se comparar ao norte-americano Jesse Owens, que recebeu vaias por ser negro do público alemão nazista nos Jogos de 1936.
Nesta quarta, ele explicou a comparação e negou ter chamado o povo brasileiro de nazista. "A ideia não foi chamar o Brasil de nazista. Tinha visto o filme da competição de Jesse Owens, e, quando aconteceu tudo aquilo, me senti em uma situação muito parecida. Mas quero deixar claro que não tive a intenção de comparar o Brasil com nenhum país racista", ressaltou.