Superesportes

ATLÉTICO

'Camisa 10 autêntico', Nathan assume a '23' e destaca qualidades em apresentação no Atlético

Jogador chega com o desafio de dar mais possibilidades ao setor de criação

João Vitor Marques
Nathan recebeu das mãos de Gallo a camisa 23, que era utilizada por Róger Guedes, que deixou o clube - Foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press
A carreira de Nathan começou cercada de expectativas. Destaque no Atlético-PR e na base da Seleção Brasileira, o meia - agora com 22 anos - deixou o Brasil em 2015 para atuar no futebol europeu. No Velho Continente, as coisas não saíram como ele imaginava. Depois de passagens por Inglaterra, Holanda, França e Portugal, o jovem jogador chega ao Atlético com o desafio de dar novos rumos à carreira e o peso de, quem sabe, se tornar um dos principais atletas do novo clube.

“Acredito que não seja um peso. Tenho consciência limpa do que tenho que fazer, que é ajudar o Galo, ajudar meus companheiros. Estou bastante confiante, venho trabalhando forte há muitos anos. Acredito que vai dar tudo certo”, disse, durante entrevista coletiva de apresentação na Cidade do Galo, na tarde desta terça-feira.


Nathan deixou o Brasil para assinar contrato com o Chelsea, clube que ainda detém os direitos econômicos do jogador. O empréstimo ao Atlético é válido por um ano, até o meio de 2019.
Tempo suficiente para se readaptar ao futebol local e dar razão às palavras do diretor de futebol alvinegro, Alexandre Gallo.

“É um atleta que conheço bastante. Estivemos juntos no Mundial, no Sul-Americano, em várias convocações da Seleção (de base). A gente confia muito. É um camisa 10 autêntico”, destacou o dirigente ao dar boas-vindas ao novo reforço alvinegro.

“O Gallo foi um cara que acreditou muito em mim. Na minha primeira convocação para a Seleção (na base), ele me concedeu a camisa 10, jogou a responsabilidade para cima de mim no Mundial (sub-20). Fico muito agradecido também. Ele sempre veio acompanhando o meu trabalho, a gente sempre vem conversando. Acredito que vamos ter uma boa relação aqui também”, corroborou o jogador.

O 10 que faltava?

A camisa 10 do Atlético segue com o equatoriano Juan Cazares, que vive situação indefinida no clube alvinegro por conta da demora na concretização da negociação ao Shabab Al Ahli, dos Emirados Árabes. Nathan, então, ficou com a ‘23’, vestida pelo atacante Róger Guedes (vendido ao Shandong Luneng-CHN) no primeiro semestre. Apesar disso, o novo reforço crava: a função que melhor sabe exercer é a de criador de jogadas, na região central do campo.

“Gosto de jogar no meio, de 10. Claro que sei que tenho que ajudar os volantes. Aprendi muito isso com o Gallo na Seleção. Nas ações ataque, eu tenho certeza que coisas boas virão”, disse.

Na Europa, entretanto, não foi sempre assim que Nathan atuou.
O meia, que defendeu Chelsea, Vitesse-HOL, Amiens-FRA e Belenenses-POR, se viu deslocado para os lados do campo em algumas oportunidades.

“Minha posição de origem é camisa 10, gosto mais de jogar no meio do campo. Cheguei na Europa e, nos meus primeiros treinos, tive muitos lances individuais. Os técnicos perceberam isso e falaram: ‘Ele pode decidir o jogo em um momento’. Acredito que por causa disso me colocaram na ponta, pela finalização e tudo mais. A posição que eu prefiro jogar, que eu gosto e fico mais à vontade é de camisa 10”, frisou.

Nathan iniciou a pré-temporada no Chelsea há três semanas. Por isso, já se colocou à disposição para atuar. A expectativa da diretoria é que o meia tenha o nome publicado no Boletim Informativo Diário (BID), da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), até sexta-feira. Se isso realmente ocorrer e o jogador tiver condições físicas, o técnico Thiago Larghi já terá uma nova opção para a partida contra o Bahia, na próxima segunda-feira.

Leia, na íntegra, a entrevista coletiva de apresentação do meia Nathan

Oportunidade

Fico muito agradecido pela oportunidade que o Galo vem me dando. Estou muito feliz de voltar ao futebol brasileiro também. Espero mostrar meu trabalho, espero poder ajudar a equipe e fazer um bom Brasileiro.

Não se adaptou à Europa?

Adaptação teve.
Tive um primeiro ano um pouco difícil na Holanda. No segundo ano já foi muito bom, fomos campeões da Copa da Holanda. É claro que quando um jogador chega novo na Europa é um pouco mais difícil a adaptação. Mas eu vinha trabalhando forte, vinha ajudando as equipes pelas quais passei. Agradeço ao Galo pela oportunidade de voltar ao Brasil. Estou muito feliz. Agradeço primeiramente a Deus também, minha família, meus amigos. Eu tenho certeza que bons frutos virão.

Condições físicas

Vontade eu tenho muita. Venho fazendo pré-temporada no Chelsea há três semanas já. Acredito que logo logo eu posso estar dentro de campo.
Jeito de jogar

Gosto de jogar no meio, de 10. Claro que sei que tenho que ajudar os volantes. Aprendi muito isso com o Gallo na Seleção. Nas ações ataque, eu tenho certeza que coisas boas virão.

Camisa 10?

Sim, vou trabalhar muito. Tenho certeza que as coisas boas virão e vai dar tudo certo.

Peso de ser o homem de criação

Acredito que não seja um peso. Tenho consciência limpa do que tenho que fazer, que é ajudar o Galo, ajudar meus companheiros. Estou bastante confiante, venho trabalhando forte há muitos anos. Acredito que vai dar tudo certo.

Acompanhava o Atlético?

Vinha acompanhando. Era para eu ter vindo na janela passada aqui para o Galo. Infelizmente, não deu certo. Fico muito agradecido por terem aberto as portas novamente. Já falei com o Thiago (Larghi, treinador). Ele foi super atencioso e falou que vou ter que trabalhar bastante. Eu sei disso. Acredito que bons frutos virão.

Relação com Alexandre Gallo

O Gallo foi um cara que acreditou muito em mim. Na minha primeira convocação para a Seleção, ele me concedeu a camisa 10, jogou a responsabilidade para cima de mim no Mundial. Fico muito agradecido também. Ele sempre veio acompanhando o meu trabalho, a gente sempre vem conversando. Acredito que vamos ter uma boa relação aqui também.

Aprendizado no futebol europeu

Deixei o Brasil muito novo, com 17 para 18 anos. Amadureci. Cresci como pessoa e como jogador. Minha condição física está melhor. Eu sei que coisas boas virão, vou trabalhar forte e espero logo logo estar dentro de campo.

Joga também nas pontas?

Minha posição de origem é camisa 10, gosto mais de jogar no meio do campo. Cheguei na Europa e, nos meus primeiros treinos, tive muitos lances individuais. Os técnicos perceberam isso e falaram: ‘Ele pode decidir o jogo em um momento’. Acredito que por causa disso me colocaram na ponta, pela finalização e tudo mais. A posição que eu prefiro jogar, que eu gosto e fico mais à vontade é de camisa 10.

Oportunidade ou passo atrás na carreira?

É uma oportunidade. O Galo é uma grande equipe. Vou trabalhar firme. Espero conquistar um título que é meu sonho também, que é o Campeonato Brasileiro.

Tempo na Europa

Sim, com toda certeza. O tempo que fiquei na Europa foi muito importante para mim. Fiquei muito feliz de ter passado por lá. Mas agora minha cabeça está aqui no Galo. Vou trabalhar firme e o Galo é o time do meu coração.
.