Altos e baixos da equipe, remontagem do grupo e o sistema defensivo posto em xeque. Em apenas 19 rodadas do Campeonato Brasileiro, os problemas de Thiago Larghi no comando do Atlético quase o complicaram em sua curta história como treinador alvinegro. Mas depois do fim do primeiro turno da competição, o fluminense de Paraíba do Sul, de 37 anos, cumpre o ciclo inicial no Galo em alta com a torcida e a diretoria: o trabalho de reconstrução do comandante foi determinante para manter a equipe na quinta posição. Mesmo sob a desconfiança de muitos atleticanos, ele conseguiu um feito que não ocorria desde 2015, ao começar e terminar um turno da Série A.
O último que havia dirigido a equipe nas 19 rodadas iniciais foi Levir Culpi, na temporada em que o Atlético foi vice-campeão nacional, sendo superado pelo Corinthians. Nos últimos 10 anos, outros que conseguiram a façanha (uns bens, outros, nem tanto) foram Celso Roth (2009), Vanderlei Luxemburgo (2010) e Cuca (2012 e 2013). Campeão da Libertadores com o Galo, este último obteve o melhor aproveitamento no comando do time na primeira metade do torneio, chegando a 75,4% dos pontos há seis anos.
Larghi assumiu o Galo em fevereiro, depois da demissão de Oswaldo de Oliveira, e aos poucos tentou implantar seu estilo: uma equipe que mantém a posse de bola e ataca verticalmente pelas pontas. Após a perda do título mineiro para Cruzeiro e a eliminação precoce na Copa do Brasil para a Chapecoense, a pressão sobre o treinador aumentou.
Desde então, o bom desempenho no Brasileiro virou questão de obrigação, o que se acentuaria com a queda também na Sul-Americana. E o alvinegro tem sobrevivido próximo ao topo da tabela desde o início.
O treinador valoriza a campanha atleticana e projeta crescimento na segunda metade da Série A: “Foi um trabalho difícil, com muito empenho de todos: diretoria, comissão técnica e jogadores. No início, tivemos uma formação de um time e terminamos em segundo lugar. Depois da Copa, foi preciso redesenhar o esquema tático e isso leva algum tempo para se consolidar. Terminamos o primeiro turno em quinto, uma colocação digna. E precisamos continuar com trabalho forte, conscientes do que fazer. O pé tem que estar no chão sempre. Temos de pontuar jogo a jogo para colocar o time no alto da tabela”.
Para os atletas, o treinador tem grande mérito no desempenho no Brasileiro. “O mais importante é a confiança que ele dá a cada jogador. Thiago dá muita confiança e tranquilidade. Isso é importante para que as coisas fluam bem”, ressalta o colombiano Chará. “É fácil perceber como ele conseguiu remontar um novo time, apesar das perdas que tivemos.
CASA CHEIA Como reflexo do bom momento, o Galo começa o segundo turno diante do Vasco, quinta-feira, às 20h, no Independência, com promessa de casa cheia. Até ontem, mais de 17 mil ingressos haviam sido vendidos. Nas partidas contra Internacional e Santos o estádio do Horto recebeu seus melhores públicos da equipe no ano – superiores a 22 mil presentes.