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Sette Câmara sobe tom e defende 'cruzeirense do marketing' do Atlético: 'Virou folha'

Presidente diz que não tem motivo justificável para demitir Pedro Magalhães

Redação
Pedro Magalhães entregou camisa personalizada do Atlético para o argentino Lionel Messi - Foto: Divulgação/Atlético

Durante a longa entrevista que concedeu na manhã desta quinta-feira, na Cidade do Galo, Sérgio Sette Câmara falou até mesmo sobre um assunto que não foi questionado pelos jornalistas: a situação de Pedro Magalhães, que trabalha no marketing do clube, criticado duramente por torcedores por ser cruzeirense, ou 'ex-cruzeirense', como disse o presidente do Galo.

Durante várias manifestações feitas pelos torcedores contra a diretoria neste ano, o nome de Pedro foi um dos mais criticados por causa da relação com o arquirrival alvinegro.
Nas redes sociais, vez ou outra aparecem fotos antigas do funcionário do Galo com a camisa do Cruzeiro ou até mesmo fazendo um "6" com as mãos, em alusão à goleada sofrida pelo Atlético por 6 a 1, na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2011.

Para Sette Câmara, no entanto, isso não é um motivo para a demissão de um funcionário que, para ele, é barato e competente.

“Como ninguém perguntou aqui, vou aproveitar para falar um fato que é corriqueiro demais da conta, mas que é uma coisa que eu venho ouvindo e que tem sido falado, falado, falado. E isso é triste, é lamentável. Quando cheguei ao Atlético, mandei fazer um levantamento de cada profissional que tinha lá dentro: quanto ganhava, o que fazia. Aí fizemos, obviamente, um ajuste na folha. Algumas pessoas que nós entendíamos que não era mais o caso de continuar saíram, outras pessoas ficaram, pelas avaliações que foram feitas. Uma dessas pessoas, que já estava lá, se chama Pedro Magalhães. Trabalhava lá com o Lucas (Couto).
A avaliação que recebi era de que ele era um bom funcionário e que tinha um salário baixo. Falei: ‘Então, ok, fica’. Não sabia de nada. Depois, vim a saber que o pai dele era presidente da Gasmig (Companhia de Gás de Minas Gerais). É uma pena, porque ele teria postado uma foto no passado com camisa do Cruzeiro, feito alguma coisa e tal. E que por isso eu teria que demiti-lo. Eu queria perguntar para vocês o seguinte: se eu for contratar uma pessoa para trabalhar lá no Atlético, qualquer que seja a função, de servente, de faxineiro, de copeira, vocês acham que a pergunta ‘para que time você torce?’ ela não é discriminatória não? Então, a torcida que acha que tem censura, que não pode e não sei o quê, tem uma outra história também de um Twitter que cai - e vou falar sobre isso também -, essa mesma torcida também agora vai discriminar a pessoa pelo time que ela torce", disse o dirigente, completando.

"Então, o Nelinho não poderia ter jogado aqui. Porque todo mundo sabe que ele torce para o Cruzeiro. É amigo nosso, gente boa, esteve aqui outro dia. O Palhinha... Eu não sei. O Leo (Silva) fez um gol contra o Santos outro dia, mas jogou no Cruzeiro. Não sei se ele torce para o Bahia, porque ele veio (jogou) de lá.
E os nossos jogadores aqui? Será que eles são todos atleticanos? E o (Eduardo) Maluf, que trabalhou no Cruzeiro e no Atlético? E jogador que está lá (no Cruzeiro) e já jogou aqui? E as outras pessoas que trabalham aqui? E vocês que são setoristas do Atlético e estão aqui dentro? O que é isso?".

O presidente do Atlético afirmou que Pedro Magalhães não será demitido pelo clube por causa de fotos no passado com a camisa do Cruzeiro. O presidente afirma, inclusive, que o funcionário já "virou a folha" e hoje é mais um atleticano.

"O cara está lá trabalhando, ganhando o dinheiro dele, e não teve motivo justificável para ser mandado embora. Eu não vou fazer isso. Enquanto eu estiver no Atlético, não vou fazer isso. Ninguém vai me fazer mandar uma pessoa embora por este motivo. Isso é um absurdo. É ele que é está discriminando e não respeita o direito das pessoas de trabalhar. Falta respeito. Vejo ele lá no jogo. Ele é um dos principais insufladores.
Fica virando lá e gritando, gritando. E não é uma coisa pessoal comigo, não. Já foi assim com o Alexandre (Kalil), foi assim com o Daniel (Nepomuceno), é assim comigo. Isso não torce para o Atlético, não. Isso torce para ele. Não dá, gente. É uma questão de humanidade, de justiça. Calma, gente. Acho o maior barato, porque hoje ele usa a camisa do Atlético. Virou folha. Foda-se. Virou folha. Coisa que eu mais gosto é ver um ex-cruzeirense virar folha. Pronto, trouxemos para cá. E ainda brinca, que agora você está vendo como é bom ser atleticano”, concluiu.

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