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Atlético consegue liminar que suspende pagamento de R$ 14 milhões a Bolt; clube e advogado do jogador comentam

Pedida inicial do atleta na Justiça do Trabalho chegava a R$ 21 milhões

Thiago Madureira
Maicon Bolt está sem clube desde que rescindiu contrato com o Atlético - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press
O Atlético obteve liminar em decisão monocrática de um dos desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG) da 3ª região para suspender a execução de ação promovida pelo atacante Maicon Bolt, que defendeu o clube em 2019 e 2020 e atualmente está sem time.



O mérito da liminar deve ser julgado pela turma, composta por três desembargadores, em cerca de 30 dias. O clube alvinegro havia sido condenado em 1ª instância a pagar cerca de R$ 14 milhões ao jogador. A pedida inicial era de R$ 21 milhões. O processo corre em segredo de Justiça.

"A decisão do relator foi de suspender tudo. Vai para turma com três desembargadores. Se prevalecer a tese da liminar dada pelo relator no TRT, ainda pode haver recurso para o TST (Tribunal Superior do Trabalho). Caso a tese defendida pelo Atlético for acolhida em decisão final, o processo trabalhista será extinto. De exequente, Bolt passará a executado. Ele terá que pagar honorários, que podem ser calculados em até 10% sobre o pedido dele, que é de R$ 21 milhões atualizados", disse o vice presidente do Atlético, Lásaro Cândido da Cunha, ao Superesportes.

"Uma das teses defendidas pelo Atlético é que a Justiça não é a instância adequada para se discutir esse assunto, já que há cláusula contratual que indica que uma câmara arbitral deve ser procurada para se debater o contrato. Essa tese foi preliminarmente acolhida pelo desembargador", acrescentou Lásaro.



O clube alvinegro faz sua defesa tendo como base outros aspectos, como explica Lásaro. "Estamos sustentando com outros argumentos, como o equívoco da decisão da primeira instância de incluir luvas, 'bicho' e direitos de imagens como salários. Essa é a posição diferente do Tribunal".

Defesa


O advogado de Maicon Bolt, Filipe Rino, disse ao Superesportes que o Galo conseguiu um efeito suspensivo e não vê tanto motivo de comemoração.

"Não foram julgados os recursos. Eles conseguiram apenas o efeito suspensivo do recurso. O que significa isso? Que o Bolt não pode executar os R$ 14 milhões da dívida. E que esse valor está suspenso até a decisão do recurso ordinário. Vai seguir o rito normal".

Lásaro chegou a comemorar a decisão no Twitter: "Caso Bolt: grande vitória do Atlético. A batalha continua". Filipe disse que o dirigente do Galo quer enganar a torcida.

"Da forma que ele coloca, parece que o Atlético venceu o processo. Está enganando a torcida do Atlético. A atual situação do processo é: Atlético deve R$ 14 milhões para o Bolt. O recurso não foi nem julgado. O que o Atlético conseguiu é que esse valor não seja executado agora. Mas isso pode ser revisto. Não houve alteração do julgamento. Na verdade, o Atlético deve R$ 14,5 milhões, com R$ 145 mil de juros por mês. Quanto mais demorar, vai ser melhor. R$ 145 mil de juros por mês é uma poupança maravilhosa", frisou.



A pedido do Superesportes, Lásaro comentou a avaliação da defesa de Bolt. “Deu para perceber que o advogado do Bolt entendeu muito pouco do processo que patrocina. Que continue assim”. O dirigente disse que os juros mencionados pelo advogado não fazem mais sentido após a decisão desta quarta-feira.

Bolt


O atacante Maicon Bolt cobra cerca de R$ 21 milhões do Atlético na Justiça do Trabalho. O jogador acionou o clube pouco depois da rescisão contratual, que ocorreu no dia 17 de fevereiro deste ano.

Bolt cobrou do alvinegro o salário de janeiro, direitos de imagem entre novembro de 2019 e janeiro de 2020, FGTS, 13º salário proporcional, premiações, luvas, rescisão, multas e indenização.



O jogador tinha contrato com o Galo até o fim de 2021. No entanto, o vínculo poderia ser encerrado em dezembro deste ano caso o jogador não participasse de 60% das partidas desde que chegou ao clube.