Um dia diferente. Foi assim aquele domingo de decisão entre Cruzeiro e Villa Nova, que valia o título mineiro de 1997. Lembro que havia uma campanha para lotar o estádio. O torcedor pagava ingresso, mas mulheres e criança, abaixo de 12 anos, tinha livre acesso. E como o estádio encheu. Confesso que nunca tinha visto tanta gente no Mineirão. E olha que estava acostumado, pois já tinha estado no Cruzeiro x Atlético com 122 mil pessoas em 1968; Cruzeiro e Santos, em 1966; Cruzeiro x Bayern, em 1976; Atlético x Flamengo, em 1981. Mas 132 mil presentes era algo inimaginável.
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Multidão azul e branca: recorde de público do Mineirão completa 20 anos nesta quintaAutuori, Marcelo Ramos, Nonato, Gottardo e cia: campeões rememoram público históricoNonato relembra papel de 'mensageiro' ao relatar recorde de público ao time do Cruzeiro em 1997Eu fui em 1997! Relatos de cruzeirenses que estiveram entre os 132.834 no MineirãoEstava acompanhado da fotógrafa Maria Tereza Corrêa. Mal conseguíamos andar na arquibancada. Tentamos cadeiras, depois geral e era a mesma coisa. O estádio estava entupido, a ponto de ter de armar situações para que ela conseguisse registrar imagens. Não havia distância. Pedia para as pessoas se afastaram um pouco, mas não havia como. Ela chegou a ter de subir na grade da escadaria que leva à arquibancada para fazer uma foto. Foi demais.
Quem dera todo jogo de futebol tivesse aquela energia – apesar do sufoco -, com crianças e mulheres. Num lugar onde reinou a paz, não houve briga ou qualquer confusão. Era assim no começo do Mineirão, nos anos 1960 e ali surgia a esperança de que um novo tempo começava. Quem dera!