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Apesar de resultados ruins de Adilson Batista no Cruzeiro, dirigente dá voto de confiança ao técnico

Carlos Ferreira Rocha disse que treinador merece ser mantido

Rafael Arruda Tiago Mattar
Carlos Ferreira Rocha disse que Adilson Batista merece ser mantido no cargo - Foto: Juarez Rodrigues/EM D.A Press
Apesar dos resultados ruins no início de temporada, Adilson Batista ganhou sobrevida no comando do Cruzeiro. O Núcleo Dirigente Transitório discutiu durante a manhã desta quinta-feira o futuro do treinador, bastante criticado após a derrota por 2 a 0 para o CRB, no Mineirão, pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Inicialmente, os gestores estavam propensos a acertar a saída do profissional. Entretanto, recuaram a pedido do empresário e conselheiro Pedro Lourenço, que goza de grande influência no clube na condição de investidor e patrocinador máster pela rede varejista Supermercados BH.



Interlocutor do núcleo gestor com o departamento de futebol, Carlos Ferreira Rocha também teve interferência para a continuidade do trabalho de Adilson. Ele comunicou a decisão da diretoria em pronunciamento à imprensa nesta quinta-feira.


“Quero comunicar a vocês com relação ao Adilson Batista. Primeiramente, o Adilson Batista é um homem trabalhador, de caráter formidável, todos aqui conhecem o Adilson Batista. É um homem íntegro e que merece todas as nossas considerações”, disse.

“O Conselho Gestor, desde as primeiras horas do dia, nos reunimos através do grupo, pois não havíamos como nos encontrar pessoalmente. Houve algumas questões debatidas, a análise sobre o desempenho do time e como iríamos definir com relação à permanência ou não do Adilson Batista. Depois de muito debate, chegamos à conclusão pela permanência do Adilson”, complementou.



Carlos reconheceu que os resultados e o desempenho do Cruzeiro estão aquém do esperado pela diretoria. Contudo, foram levadas em consideração situações específicas, como as várias mudanças do elenco, as promoções de muitos atletas das categorias de base em situação emergencial e o processo de adaptação de jogadores contratados.

“Essa permanência se deu pelas dificuldades encontradas pelo Adilson para desenvolver seu trabalho a nível de resultados. Os resultados não são os esperados pela torcida e para nós, mas nós confiamos no trabalho do Adilson”.

Os dirigentes compreenderam, por exemplo, os argumentos de Adilson de que determinados atletas não conseguiram, até o momento, colocar em prática nas partidas as orientações técnicas e táticas da comissão.



“Infelizmente, no futebol brasileiro, resultado é o que move a permanência ou não de um técnico de futebol. Às vezes há algumas ações individuais de jogadores que trazem um resultado ruim, e aí sempre recai nas costas do treinador”, ressaltou Carlos.
O dirigente também garantiu ter ciência das manifestações de parte da torcida pedindo a troca de comando, porém considerou que Adilson Batista merece mais tempo para ajustar e conduzir o Cruzeiro ao principal objetivo de 2020, o acesso da Série B para a A.

“Existem algumas rejeições ao trabalho do Adilson na torcida, a gente respeita, mas nós que acompanhamos o dia a dia do Adilson estamos atentos a todo o trabalho desempenhado por ele. Ele é merecedor nesse momento do nosso apoio, e a gente espera vê-lo fazer grande trabalho e trazer bons resultados ao Cruzeiro”.


- Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Choque de realidade


O revés na Copa do Brasil foi encarado como “choque de realidade” para o Cruzeiro, já que o CRB também participará da Série B do Brasileiro. O índice de 62,7% de posse de bola foi enganoso, pois a maior parte desse domínio se concentrou na defesa e na intermediária do campo de ataque.

Já o time alagoano, além de se defender com segurança, garantiu a vitória nas vezes em que subiu ao ataque. O destaque foi o experiente centroavante Léo Gamalho, de 34 anos. Aos 16 minutos do primeiro tempo, ele se posicionou entre Arthur e João Lucas e cabeceou a bola levantada por Erik Nascimento. Aos 13 da etapa final, antecipou-se a Rafael Santos e finalizou de pé direito, após Carlos Jatobá e Dudu envolverem a defesa cruzeirense com dribles e tabelas.

O CRB poderia ter feito o terceiro gol aos 43 minutos do segundo tempo, quando Luidy recebeu passe nas costas de Rafael Santos e Cacá, conduziu a bola até a grande área e chutou rasteiro para boa defesa de Fábio. Depois da partida, o meia Robinho alertou para a necessidade rápida de evolução.


“São jogos que serão confrontos diretos, porque o nosso primeiro objetivo é o acesso. A realidade do Cruzeiro será essa agora, contra times competitivos. Precisamos o mais rápido possível estar melhores para competir melhor”.

Já Adilson, que chegou a pedir desculpas à torcida pela atuação abaixo da crítica do Cruzeiro, discordou das sucessivas cobranças ao seu trabalho. Segundo ele, os questionamentos só serão justos a partir do momento em que 100% do elenco estiver à disposição para jogar.

Mantido no cargo, o treinador comandou atividade na tarde desta quinta, na Toca da Raposa II, e iniciou a preparação visando ao jogo contra o Coimbra, às 16h de domingo, no Independência, pela nona rodada do Campeonato Mineiro. O Cruzeiro está em quinto lugar, com 14 pontos em oito rodadas - quatro vitórias, dois empates e duas derrotas.