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Cruzeiro: Ney Franco revela que houve rejeição a Sassá e a jovens no elenco

Treinador admitiu que não conseguiu unir elenco do Cruzeiro nos sete jogos que dirigiu da Série B

Redação
Ney Franco admitiu que não conseguiu unir elenco do Cruzeiro - Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro Passados quatro meses desde que deixou o comando do Cruzeiro, o técnico Ney Franco concedeu entrevista à Rádio 98FM, nesta terça-feira, e revelou alguns problemas que teve na condução do elenco na Série B do Campeonato Brasileiro. Segundo ele, a gestão de pessoas foi o que mais pesou, uma vez que os jogadores experientes não viam com bons olhos o excesso de jovens no grupo. Da mesma forma, atletas que voltaram de empréstimo sofreram rejeição. O caso mais emblemático teria sido o de Sassá.



Sassá foi reintegrado ao elenco do Cruzeiro em 22 de setembro depois de ter o contrato de empréstimo com o Coritiba rompido por causa de indisciplina. À época, a volta do atacante à Toca foi sugerida por Ney Franco, que tinha esperança de recuperá-lo no decorrer da Série B.

Segundo Ney Franco, Sassá foi rejeitado em sua volta à Toca da Raposa II - Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

“A gente tentou trazer os atletas que estavam emprestados. Tiveram alguns atletas que voltaram para o elenco e não foram bem aceitos também. Foi o caso do Sassá. Eu tentei uma recuperação desse atleta, achava que ele tinha uma característica de Série B, mas eu tive um desgaste enorme dentro do clube com alguns componentes da parte diretiva, que não concordavam com a volta dele, com alguns atletas também que estavam no elenco e não concordavam com a volta dele. Aí você tem que ficar costurando isso tudo. Então, na realidade, essa mobilização para disputar a Série B acabou não tendo efeito”, contou Ney Franco.

Segundo o ex-treinador cruzeirense, os jogadores mais veteranos também não aceitavam a presença majoritária de jovens no elenco. E tudo isso num período em que o clube tinha sido punido e estava proibido de inscrever reforços. Ney Franco admitiu que não teve a capacidade de unir o grupo em torno do objetivo de subir para a Série A.



“O meu único problema, o grau de dificuldade maior é que peguei o trabalho num momento que existia uma discussão interna que o Cruzeiro estava com uma equipe muito jovem disputando a Série B. E alguns jogadores veteranos sempre com esse discurso, mas não percebiam que era esse elenco que tinha, o clube não podia contratar. Já estava montado o elenco e eu não tive a capacidade de juntar esses dois grupos, e realmente fazer com que os jogadores veteranos aceitassem os jogadores novos, aceitassem alguns jogadores que estavam retornando de empréstimo, para ganhar opção maior para escalar uma equipe. Essa foi a grande dificuldade que tive no Cruzeiro, de realmente botar esses dois grupos remando para o mesmo lado”, acrescentou Ney.

Contratado em 9 de setembro para o lugar de Enderson Moreira, Ney Franco ficou por pouco mais de um mês no Cruzeiro. Foram duas vitórias, um empate e quatro derrotas em sete jogos, com 33,33% de aproveitamento. O time só conseguiu fazer uma boa partida, no triunfo por 3 a 0 sobre a Ponte Preta, em 30 de setembro, no Mineirão. Nos demais duelos, a Raposa se mostrou pouco criativa e sem capacidade de finalizar, colecionando vexames em Belo Horizonte: perdeu para Avaí (1 a 0) e Sampaio Corrêa (2 a 1).

Na visão de Ney, o Cruzeiro planejou mal a montagem do elenco e pagou com o não acesso à Série A. A falta de opções no ataque foi determinante para o insucesso. “Acho que o grande problema é não ter montado equipe com perfil de Série B. Por exemplo, o futebol hoje requer jogadores de beirada, de velocidade. Não é um, dois. Nosso time tinha apenas o Airton com essa característica. Depois, tinha o garoto Welinton, que estava afastado quando eu cheguei, mas ainda muito novo. Mas não tinha mais nenhum jogador com essa característica”.



'Problema não foi treinador'


Ney Franco insistiu, durante entrevista à Rádio 98FM, que o problema do Cruzeiro não era treinador. Ao longo da temporada 2020, o elenco ainda foi dirigido por Adilson Batista, Enderson Moreira, Luiz Felipe Scolari e pelo interino Célio Lúcio.

“Não era só o Felipão com experiência. Os outros também tinham muita experiência. Eu tenho um título de Série B com o Coritiba, numa situação em que o Coritiba estava numa situação extremamente ruim. Tenho um acesso também com o Goiás na Série B. O Enderson foi campeão da Série B com o Goiás, o Adilson também tem bons trabalhos. Não era problema de treinador”, disse.

Ney lembrou que, após a sua saída, o Cruzeiro conseguiu a liberação para voltar a inscrever jogadores. Graças a isso, Felipão contou com peças importantes para o ataque, casos de Rafael Sobis e William Pottker.



“A minha passagem foi a mais difícil, num momento em que o clube não podia contratar, já com muitas experiências negativas dentro da Série B, um clube que não se estruturou para disputar uma Série B, não montou uma equipe realmente competitiva de Série B e isso não é culpa de nenhum treinador que passou lá. Não é culpa do Adilson, do Enderson, isso é culpa do sistema, da forma que o Cruzeiro estava naquele momento”, acrescentou.

Por fim, ele assegurou que Felipão não era o único treinador capaz de evitar o rebaixamento à Série C. “Tenho certeza absoluta que eu, como treinador do Cruzeiro, o Cruzeiro também não cairia para a Série C. Eu dirigi o Cruzeiro em apenas sete jogos, dos sete jogos tenho o melhor jogo do campeonato (Ponte Preta), perdi alguns jogadores naquele momento, estava num momento de remontagem. Quando saí do Cruzeiro não tinha nem virado o turno ainda. Essa certeza eu tenho de que se eu continuasse como treinador, o Cruzeiro não cairia para a Série C”.

Movimentação do Cruzeiro no mercado da bola

Eduardo Brock - o zagueiro de 29 anos estava na reserva do Ceará. Sua contratação se dá pelas poucas opções no setor defensivo do Cruzeiro, que não conta com Léo, machucado, e perdeu Cacá para o Tokushima Vortis, do Japão. - Ceará/Divulgação
Alan Ruschel - o lateral-esquerdo de 31 anos foi campeão da Série B pela Chapecoense. Na campanha, disputou 27 jogos e deu duas assistências. Ele assinou contrato com o Cruzeiro até dezembro de 2022. - Márcio Cunha/Chapecoense
Matheus Barbosa - o volante de 26 anos foi emprestado pelo Avaí ao Cruzeiro até dezembro. Em 2020, ele participou da campanha de acesso do Cuiabá à primeira divisão do Campeonato Brasileiro. - Cuiabá/Divulgação
Matheus Neris - o volante de 22 anos veio em definitivo para o Cruzeiro, com o Palmeiras, clube que o revelou, mantendo parte dos direitos econômicos. Em 2020, ele disputou a Série B pelo Figueirense. - Patrick Floriani/Figueirense
Marcinho - o meia de 25 anos foi um dos destaques do Sampaio Corrêa na Série B. Em 37 jogos, marcou oito gols e deu cinco assistências. Ele fechou com o Cruzeiro até o fim do estadual de 2022. - Lucas Almeida/L17 Comunicação
Felipe Augusto - o atacante de 28 anos fez parte do elenco do América que subiu à elite nacional como vice-campeão da Série B. Seu contrato com o Cruzeiro vai até dezembro de 2021. - Daniel Hott/América
Bruno José - o Cruzeiro repassou ao Internacional 10% dos direitos econômicos de Maurício como pagamento pela contratação do atacante de 22 anos. Em 2020, ele participou da Série B pelo Brasil de Pelotas e marcou seis gols em 22 jogos. - CARLOS INSAURRIAGA/GRÊMIO ESPORTIVO BRASIL
 

Veja todas as contratações dos clubes da Série B para a temporada 2021

André Kroebel, lateral-direito (Brasil de Pelotas) - Reprodução
Igor Miranda, lateral-esquerdo (Brasil de Pelotas) - Reprodução
Júnior Pirambu, atacante (Brusque) - Reprodução
Sandro, zagueiro (Brusque) - Reprodução
Dalberson, goleiro (Brusque) - Reprodução
Odvan, zagueiro (Brusque) - Reprodução
Bruno Mota, atacante (Brusque) - Reprodução
Vivico, lateral-direito (Brusque) - Reprodução
Williams, meia (Confiança) - Reprodução
Cristiano, atacante (Confiança) - Reprodução
Álvaro, meia (Confiança) - Reprodução
Robinho, atacante (Confiança) - Reprodução
Lucas Barcellos, atacante (Confiança) - Divulgação/ Confiança
Rodi Ferreira, lateral-direito (Confiança) - Reprodução
Renan Areias, volante (Confiança) - Reprodução
Felipe Conceição, técnico (Cruzeiro) - Bruno Haddad/Cruzeiro
Marcinho, meia (Cruzeiro) - Cruzeiro/Divulgação
Matheus Barbosa, volante (Cruzeiro) - Cruzeiro/Divulgação
Alan Ruschel, lateral-esquerdo (Cruzeiro) - Cruzeiro/Divulgação
Matheus Neris, volante (Cruzeiro) - Reprodução
Felipe Augusto, atacante (Cruzeiro) - Reprodução
Silas Araújo, volante (CSA) - Divulgação/ CSA
Fabrício, zagueiro (CSA) - Divulgação/CSA
Ítalo, meia (CSA) - Reprodução
Darley, goleiro (CSA) - Reprodução
Marco Túlio, atacante (CSA) - Reprodução
Vitor Costa, lateral-esquerdo (CSA) - Reprodução
Dellatorre, atacante (CSA) - Reprodução
Allan Aal, técnico (Guarani) - Reprodução
Thales, zagueiro (Guarani) - Reprodução
Tony, meia (Guarani) - Reprodução
Rafael Martins, goleiro (Guarani) - Reprodução
Giovanny, atacante (Náutico) - Divulgação/ Náutico
Marciel, volante (Náutico) - Divulgação/ Náutico
Felipe Garcia, atacante (Operário) - Divulgação/ Operário
Léo Rigo, zagueiro (Operário) - Divulgação/ Operário
Djalma Silva, lateral-esquerdo (Operário) - Reprodução
Odvan, zagueiro (Operário) - Reprodução
Simão, goleiro (Operário) - Reprodução
Bruno Michel, meia-atacante (Ponte Preta) - Reprodução
Thalles, meia (Ponte Preta) - Reprodução
Paulo Sérgio, atacante (Ponte Preta) - Reprodução
Renan Mota, meia (Ponte Preta) - Divulgação/ Ponte Preta
Ednei, zagueiro (Ponte Preta) - Reprodução
Thiago Ennes, lateral-direito (Remo) - Reprodução
Renan Gorne, atacante (Remo) - Reprodução
Jeferson Lima, volante (Remo) - Reprodução
Lucas de Sá, meia (Remo) - Reprodução
Georgemy, goleiro (Vila Nova) - Reprodução
João Pedro, zagueiro/volante (Vitória) - Reprodução