Weverton encarou pressão de substituir Manoel no clássico - Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

No duelo que marcou os 100 anos do clássico, nesse domingo, no Mineirão, a defesa do Cruzeiro, que sofreu apenas três gols no Campeonato Mineiro, se sobressaiu contra o ataque do Atlético, o mais positivo da competição, com 20 gols. Além de ser firme nos desarmes e pressionar a saída de bola do rival, o time celeste encaixou bons avanços e garantiu a vitória por 1 a 0 em finalização de Airton, aos 16 minutos do 2º tempo.

A solidez do sistema defensivo coroou principalmente o prata da casa Weverton, que encarou a missão de substituir Manoel, cortado na véspera da partida após pedir à comissão técnica para não jogar em razão de uma negociação avançada com o Fluminense. O jovem de 18 anos ajudou o lateral-direito Cáceres a segurar as investidas de Keno e não se incomodou em dar chutão nos momentos de aperto. Quando teve espaço, ainda arriscou passes verticais em direção ao ataque. Por cansaço muscular, o zagueiro foi substituído aos 19 minutos da etapa complementar por Eduardo Brock, que se destacou na bola aérea e nos cortes por baixo em meio à pressão desorganizada do adversário.

O também garoto Matheus Pereira, de 20 anos, foi eficiente no “mano a mano” contra Savarino e, posteriormente, Hulk. No apoio ao ataque, o lateral-esquerdo participou da construção da jogada do gol ao tomar a bola de Nacho Fernández, tabelar com Marcinho e tocar para Rafael Sobis - responsável pela assistência para Airton balançar a rede. Já o goleiro Fábio, recordista em presenças no clássico, com 65 jogos, brilhou aos 7 minutos do segundo tempo, quando fez grande defesa em chute de Eduardo Vargas. Na etapa inicial, ele havia trabalhado bem ao espalmar o forte arremate do atacante chileno.

Na parte coletiva, o Cruzeiro encerrou a partida com 35 rebatidas, contra 24 do Atlético. Em interceptações, foram oito do time azul e nenhuma do alvinegro. Mesmo com posse de bola inferior (39% a 61%) e desvantagem no aproveitamento de passes (81,3% a 90,2%), a equipe treinada por Felipe Conceição contabilizou maior número de finalizações: 9 a 8. Em entrevista, o comandante destacou a conciliação de consistência defensiva com busca pelo gol.

“Mesmo tendo essa consistência defensiva, o mais importante é que estamos jogando pra frente. Temos esse número na parte defensiva, mas buscamos o gol o tempo todo. Isso nos deixa orgulhosos, pois o que estamos construindo estamos vendo em campo. Temos margem de crescimento grande, mas precisamos ter humildade de seguir o trabalho no dia a dia para levar o clube ao objetivo máximo, que é o acesso à Série A”.

A vitória sobre um adversário que investiu mais de R$200 milhões em contratações desde 2020 ajudou a elevar a confiança do Cruzeiro para os desafios em outras competições. Nesta quarta-feira, às 21h30, o time encara o América-RN, na Arena das Dunas, em Natal, pela segunda fase da Copa do Brasil. Já a caminhada na Série B começa em 28 ou 29 de maio, contra o Confiança, em Sergipe.

“O resultado traz confiança na questão externa e individual de cada atleta, mas com relação ao processo eu não tenho dúvidas do que estamos construindo e de que vamos entrar fortes na Série B. Já tinha dito isso antes mesmo sem esse resultado expressivo. É o caminho que estamos trilhando, temos muito que trabalhar ainda para tornar o Cruzeiro forte de verdade e alcançar o objetivo de acesso”, concluiu Conceição.


Vice-líder do Mineiro, com 17 pontos, o Cruzeiro enfrentará na próxima rodada o Pouso Alegre, no estádio Manduzão, em Pouso Alegre, no Sul de Minas. O compromisso está marcado para a manhã de domingo (18), às 11h. Uma semana depois, no dia 25, o time fecha a participação na primeira fase do estadual, diante do Patrocinense, no Mineirão.