Superesportes

CAMPEONATO ITALIANO

Itália pretende combater racismo no futebol com uso de aparelhos de escuta

Nesta temporada, foram registrados cinco casos de cânticos racistas

Estadão Conteúdo

Federação Italiana de Futebol está considerando o uso de dispositivos utilizados em operações antiterrorismo - Foto: Alberto Pizzoli/AFP

 

Após cinco casos de cânticos racistas em oito rodadas do Campeonato Italiano, a Federação Italiana de Futebol está considerando o uso de dispositivos avançados de escuta, utilizados em operações antiterrorismo, para identificar os autores desses atos.

O presidente da federação, Gabriele Gravina, descreveu o dispositivo como "um radar passivo que usa microfones direcionais para determinar a fonte do ruído. Você pode determinar imediatamente quem está fazendo o canto racista, ou você pode identificar a trajetória dos fogos de artifício".

A ferramenta que está sendo avaliada não é muita cara e é fabricada por uma empresa italiana, disse Gravina. Segundo o dirigente, o único obstáculo são as leis de privacidade italianas, "porque (o dispositivo) também pode ouvir conversas particulares dentro dos estádios".

A federação trabalha em coordenação com o Ministério do Interior para testar as ferramentas disponíveis durante a partida das Eliminatórias para a Eurocopa de 2020 em que a Itália enfrentará a Armênia em Palermo, no próximo mês.

Nesta temporada, foram proferidos cânticos ofensivos contra Romelu Lukaku (Inter de Milão), Franck Kessie (Milan), Dalbert Henrique (Fiorentina), Miralem Pjanic (Juventus) e Ronaldo Vieira (Sampdoria).

Mas nem a liga italiana nem a federação sancionaram os clubes cujos torcedores fizeram ofensas racistas ou a qualquer torcedor em particular. "Este dispositivo distingue claramente uma única voz", disse Gravina. "Gostaríamos de usar essa ferramenta para que as pessoas que desejam prejudicar a dignidade do futebol italiano e internacional saibam que elas podem ser facilmente identificadas e, portanto, sancionadas".

.