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Jogadores envolvidos em esquema de manipulação fazem acordo com MP

Quatro atletas passam agora a ser considerados testemunhas na investigação

10/05/2023 07:50 / atualizado em 10/05/2023 08:46
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Moraes, do Atlético-GO, passa agora a ser testemunha no processo
foto: Victor Garcia/ACG

Moraes, do Atlético-GO, passa agora a ser testemunha no processo

Quatro jogadores que confessaram o envolvimento no esquema de manipulação de jogos de futebol das séries A e B, investigados pela Operação Penalidade Máxima 2, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás, são considerados agora testemunhas na investigação. 

Os atletas firmaram um acordo com o MPGO, e não serão mais considerados indiciados no processo. Eles admitiram participação e forneceram informações sobre o esquema que pagava para que jogadores recebessem cartões, cometessem pênaltis, entre outras coisas.  

Quem fez acordo


Moraes, que atuou pelo Juventude em 2022 e hoje pertence ao Atlético-GO, receberia R$ 30 mil para receber um amarelo em Palmeiras x Juventude, no Brasileirão 2022. Apenas R$ 5 mil foram pagos. O responsável por intermediar a negociação seria Victor Yamasaki. 

O jogador ainda teria recebido a promessa de ganhar R$ 50 mil por um cartão amarelo em Goiás x Juventude, dos quais R$ 30 mil foram pagos. 

O zagueiro Kevin Lomónaco, do Red Bull Bragantino admitiu que o oferecimento de R$ 70 mil para um cartão amarelo em Red Bull Bragantino x América-MG, pelo Brasileirão 2022. Foram depositados R$ 30 mil. Ele ainda recusou uma segunda proposta para cometer um pênalti em Red Bull Bragantino x Portuguesa no Paulistão 2023. 

Nikolas Farias, do Novo Hamburgo (RS), admitiu a promessa de R$ 80 mil para um pênalti em Esportivo x Novo Hamburgo, jogo realizado neste ano pelo Campeonato Gaúcho. Foram pagos R$ 5 mil, e ele cometeu a penalidade. 

Já Jairo Pedroso, do Pelotas (RS), teria recebido R$ 30 mil de uma promessa de R$ 70 mil para cometer um pênalti em Caxias x São Luiz, também pelo Gauchão. 

Ao Superesportes, o advogado de Moraes Junior, Tiago Lenoir, confirmou que o jogador recebeu parte dos valores, e esclareceu o acordo. 
 
- Ele de fato conversou com intermediário, recebeu uma quantia de dinheiro e caiu no conto do vigario. Por conta de disso, a gente propôs ao Ministério Público o acordo de não persecução penal, por que ele não faz parte de um esquema maior, ou de organização criminosa. Ele devolveu o que recebeu e virou uma testemunha - disse.  

- A gente tem que distinguir a situação desportiva da jurídica, separar a duas situações, mas uma está ligada a outra. No campo de vista desportivo, ele não manipulou nenhum cartao amarelo. Eu mostei para o promotor, basta ver o lance, ele ia tomar o cartão de qualquer forma, um contra ataque do Palmeiras que o Dudu sairia na cara do gol, e ele faz a falta - prossegue. 
 
- No segundo pance, a mesma coisa. O Moraes faz a falta e toma o cartão. Ele não tira a camisa, nao retarda o jogo, não xinga o juiz, não força nenhum cartão. Não causou prejuizo ao resultado do jogo, ao clube que ele estava, ao clube que ele joga hoje ou aos adversários, do ponto de vista de rega de jogo, desportivo. 
 

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