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Jornalista da Globo fala sobre caso Robinho: 'Silêncio de quem nos atacou'

Ana Thaís Matos relembrou críticas que sofreu por ter se posicionado contra a contratação do jogador pelo Santos em 2019

15/06/2023 11:36 / atualizado em 15/06/2023 12:12
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Robinho foi condenado a nove anos de prisão por estupro na Itália
foto: Iconsport

Robinho foi condenado a nove anos de prisão por estupro na Itália

 

A jornalista Ana Thaís Matos, comentarista do Grupo Globo, usou as redes sociais para relembrar os ataques que sofreu durante o caso Robinho, condenado a nove anos de prisão por estupro na Itália. A profissional era uma das poucas a falar sobre o crime e se posicionou contra a contratação do jogador pelo Santos já em 2019.

 

- Grande silêncio de quem tanto nos atacou no caso do ex-jogador. Lembro das entrevistas da advogada dourada (que criticou a jornalista à época). Lembro do colega que me encontrou gritando comigo porque, segundo ele, eu estava acabando com a carreira dos amigos dele. Lembro de entrevistas de colegas me atacando - escreveu Ana Thaís.

 

Os ataques à jornalista vieram acompanhados de um vazamento do número de telefone dela na mesma semana em que o pai estava internado -- ele morreu dias depois. O desabafo de agora aconteceu no mesmo dia em que o UOL divulgou grampos de Robinho que contêm ameaças e áudios sinistros.

 

 

 

- O caso é sobre a justiça para uma mulher que foi abusada. Não a conheço, não conhecemos ninguém desse processo. A nossa questão é debater isso no jornalismo esportivo. Sim, porque o esporte é realidade. Lembro tbm da matéria do ge trazendo a tona a verdade enquanto ninguém acreditava - continuou a jornalista.

 

— O ponto que conquistamos nisso tudo foi ter mais homens preocupados em sair dos clichês e não deixando só responsabilidade pras mulheres. Porque a gente acaba sempre sendo a lacradora, enquanto os caras ficam em silêncio e só falam de bola. Mas é um assunto de todos nós - completou.

Por que Robinho foi condenado?

Robinho e o amigo Ricardo Falco foram condenados por crime de violência sexual em grupo em 2013, na boate Sio Cafe, enquanto ele era jogador do Milan. O último recurso da defesa foi analisado em 2022 pela Corte de Cassação de Roma, terceira e última instância da Justiça italiana, que não permite mais apresentações de recursos. A decisão, portanto, é definitiva.

 

Robinho, Falco e outros quatro brasileiros foram denunciados pelo crime. No início, o jogador negava qualquer contato com a vítima. No decorrer do processo, admitiu contato sexual, mas negou ter cometido violência sexual. O processo se iniciou em 2016, mas ele não apareceu às audiências durante os julgamentos. A primeira sentença foi proferida em 2017. Em 2020, a Corte de Apelação de Milão manteve a condenação, e em 2022, veio a decisão final.

 

O ex-atleta não pode sair do Brasil, já que há um mandado de prisão internacional emitido pela Justiça da Itália. Em março, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ordenou que o jogador entregasse seu passaporte. A Itália que a pena seja executada no Brasil.


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