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Atlético-MG está em grupo seleto: quanto os times ganham com naming rights?

Venda de naming rights de estádios ainda é algo pouco visto no Brasil

23/06/2023 06:00 / atualizado em 23/06/2023 17:15
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Fachada da Arena MRV durante a construção do estádio
foto: Arthur William/Agência Espacial Comunicação

Fachada da Arena MRV durante a construção do estádio

Nos últimos anos, principalmente com a Copa do Mundo de 2014, o Brasil passou a receber mais arenas modernas e, em alguns casos, acabou permitindo que os clubes pudessem ter uma nova fonte de renda.

Prática bastante comum no restante do mundo, a venda de naming rights de estádios ainda é algo pouco visto no Brasil, onde quatro times da Série A possuem acordos desse tipo.

O mais novo clube a se juntar ao grupo é o Athletico-PR. O clube anunciou a venda dos naming rights da Arena da Baixada na última quinta-feira (22).

O acordo com a empresa de telefonia Ligga Telecom valerá por 15 anos e o Athletico-PR receberá R$ 200 milhões, cerca de R$ 13,3 milhões por ano. 

Por ano, o valor é o segundo maior do Brasil, ficando atrás de Corinthians e Palmeiras, que assinaram acordos iguais, de R$ 300 milhões em 20 anos (R$ 15 milhões por ano), em anos diferentes.

Em 2013, antes até da inauguração do estádio do Palmeiras, a construtora WTorre vendeu os naming rights para a seguradora Allianz. O dinheiro gerado pelo acordo é dividido por WTorre e Palmeiras, com a parcela do Palmeiras aumentando 5% a cada cinco anos.

Já em 2020, o Corinthians chegou a um acordo com a Hypera Pharma, mudando o nome de Arena Corinthians para Neo Química Arena seis anos após a inauguração. O valor é repassado à Caixa Econômica Federal para pagamento do financiamento do estádio.

Assim como o Palmeiras, o Atlético-MG vai inaugurar seu novo estádio já tendo os naming rights vendidos. Em 2017, o clube fechou um acordo com a MRV para receber R$ 60 milhões por dez anos (R$ 6 milhões anuais), com a opção de estender por mais cinco.

O que explica o valor mais baixo do Atlético-MG?


Quando o Atlético-MG estava próximo de aprovar a construção do estádio, o dono da MRV Rubens Menin explicou ao Superesportes que a empresa fez uma proposta ao Atlético-MG e deu tempo para que o clube buscasse "algo melhor", além de citar diferenças sobre o contrato do Palmeiras, o de maior destaque naquele momento.

- Fizemos uma oferta ao Atlético e demos seis meses para o Atlético conseguir algo melhor. Como não apareceu nenhuma oferta melhor do que a nossa, o clube resolveu aceitar. O valor recebido pelo Palmeiras são em vertentes diferentes, têm seguros, entre outras coisas. Nossa proposta foi por ter os naming rights durante os dez anos - afirmou. 

O pioneiro


Não é a primeira vez que o Athletico-PR vende os naming rights de seu estádio. A antiga Arena da Baixada, antes da reforma para a Copa do Mundo de 2014, foi a primeira praça esportiva de futebol a receber o nome de uma empresa. 

Entre 2005 e 2008, a empresa japonesa Kyocera Mita América pagou 2 milhões de dólares (R$ 5,2 milhões na cotação da época) por ano para emprestar o nome à Arena da Baixada. 

O acordo foi rompido pela diretoria atleticana, que esperava conseguir valores melhores em função da visibilidade proporcionada pela Copa e a reforma do estádio.

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