Brasileirão tem mais um técnico português; conheça o novo 'mister'

Quando o Brasileirão começou, portugueses ocupavam mais de um terço dos cargos de técnico da competição. O número chegou a cair após o Coritiba demitir Antonio Oliveira, que depois assumiu o Cuiabá no lugar de Ivo Vieira, mas voltou a sete dos 20 nesta segunda-feira (12).

O novo nome é Armando Evangelista, que começou os trabalhos com o Goiás e foi apresentado na tarde desta segunda-feira.

O português chegou a Goiânia no último sábado (10) com quatro membros da comissão técnica e assistiu ao empate com o Fluminense por 2 a 2 em uma área reservada do Estádio Hailé Pinheiro, a Serrinha.

Por causa da Data Fifa, Evangelista terá tempo bastante tempo para treinar a equipe que é a primeira do Z4 do Brasileirão, com oito pontos em dez jogos. A próxima partida será apenas no dia 22 de junho (quinta-feira), mas será contra um adversário direto: o Vasco (19º colocado, com seis pontos). O confronto acontece no Estádio de São Januário, no Rio de Janeiro, às 20h (horário de Brasília).

Aos 49 anos, o técnico vem de experiências apenas no futebol português. Após passar pelas categorias de base do Vitória de Guimarães, onde foi interino em 2015) e pelas equipes profissionais de Varzim, Penafiel e Vilafranquense, ele se destacou durante um trabalho longevo no Arouca, onde pegou no time na segunda divisão e colocou na Conference League.

 

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A equipe estava sem técnico desde 10 de abril deste ano, quando demitiu Guto Ferreira. Emerson Ávila, que comandava o time interinamente volta a fazer parte da comissão permanente do Esmeraldino.

 

É apenas o segundo técnico estrangeiro da história do Goiás. O uruguaio Graciano Acosta foi o primeiro, tendo duas passagens pela equipe: uma entre 1951 e 1953 e a outra entre 1958 e 1959.

Com a chegada de Evangelista, o Brasileirão volta a contar com sete portugueses. Abel Ferreira (Palmeiras), Antonio Oliveira (Cuiabá), Luís Castro (Botafogo), Pedro Caixinha (Red Bull Bragantino), Pepa (Cruzeiro) e Renato Paiva (Bahia).

 

Evangelista chegou ao clube para a temporada 2020/21, lidando com uma equipe recém-promovida da terceira para a segunda divisão do futebol português. Depois de um terceiro lugar na competição, os arouquenses conseguiram o acesso ao bater o Rio Ave no play-off de promoção vencendo as duas partidas.

No primeiro ano na divisão de elite, a equipe evitou a queda sem precisar participar do play-off. Já na segunda temporada, o voo foi o maior da história do Arouca: quinto lugar na Liga Portugal, ficando atrás apenas dos três grandes e do Braga, garantindo vaga na Uefa Conference League, e participação na semifinal da Taça de Portugal, onde perdeu para o Sporting.

 

Ao fim da temporada, Evangelista resolveu deixar a equipe. Ele terminou a passagem como o técnico que mais treinou o Arouca na primeira divisão portuguesa, com 68 jogos.

— Evangelista costumava variar entre o 4-2-3-1 e o 4-1-4-1, dependendo do oponente, e gostava de ter os defensores com a bola no pé buscando passes verticais para tentar eliminar adversários. Normalmente não trabalhava com muitos passes, mas isso não quer dizer que os jogadores se desfaziam da bola rapidamente - explica o analista tático do Footure Gabriel Corrêa.

— Ofensivamente, o time dele buscava muitas trocas de posição nos lados do campo para tentar puxar a marcação e levar a bola para o outro lado, muitas vezes ganhando superioridade numérica do outro lado. Também havia a busca por ter dois jogadores ocupando o meio do campo para tentar brigar com os zagueiros, o que gerava boas oportunidades - completa Corrêa.

 

O Goiás estava sem técnico desde a demissão de Guto Ferreira em 10 de abril após perder o título estadual para o rival Atlético Goianiense. O Esmeraldino chegou a vencer o jogo de volta por 3 a 1, mas acabou derrotado nos pênaltis dentro da Serrinha.

 

Desde então, a equipe era comandada pelo interino Emerson Ávila. Apesar do início ruim no Brasileirão, a campanha na Sul-Americana dava bastante moral ao time, com a liderança do Grupo G.

 

Tudo mudou na última quinta-feira (8). Com a equipe podendo garantir vaga pelo menos nos playoffs da competição, os reservas foram a campo contra o lanterna Gimnasia y Esgrima (ARG) e os torcedores presentes na Serrinha amargaram um 0 a 0.

 

Após o resultado ruim, Ávila afirmou na coletiva de imprensa que a decisão de escalar os reservas teria partido da diretoria.

 

— Foi uma decisão, uma orientação da direção que entrássemos com os reservas em campo. Tudo que se faz na vida tem consequências. Um preço que se paga. Era um jogo decisivo. Podíamos ter ganhado, não tenho dúvida nenhuma, mesmo com os atletas que são considerados reservas. O torcedor está na bronca, e eu entendo perfeitamente. Poderíamos hoje já estar classificados - afirmou o então interino.

 

Com a vitória do Santa Fe (COL) sobre o Universitario (PER), o grupo ficou extremamente embolado e o Goiás pode ficar pelo caminho na última rodada. 

 

Líder com nove pontos, o Goiás vai até a Colômbia enfrentar o Santa Fe, que é terceiro colocado e tem nove. Na segunda posição com sete, o Universitario recebe o lanterna (com quatro pontos) Gimnasia. As duas partidas serão disputadas no dia 28 de junho (quarta-feira), às 23h (horário de Brasília).

 

 

Após o empate contra o Fluminense, o atacante Matheus Peixoto falou sobre a chegada do novo técnico.

 

— O Evangelista está chegando. Esperamos que o grupo o receba bem. Nosso grupo é fantástico. Tem tudo para dar certo. Vamos recebê-lo da melhor maneira possível. Alguns companheiros que estão lá em Portugal passaram as melhores informações possíveis. Disseram que é ótima pessoa e profissional, então só tem a agregar. Vai dar aquela chacoalhada no elenco. Quem não está jogando, pode ter oportunidade. Quem está jogando, pode sair. É natural, mas acho que tem tudo para dar certo - disse o atacante.

 

O goleiro e capitão Tadeu também falou sobre o novo técnico.

 

— A gente sabe do trabalho que ele fez por último. Foi muito bom. Pegou o Arouca na segunda divisão e terminou em quinto no Campeonato Português. Quem acompanha o futebol europeu sabe que em Portugal as quatro forças são muito boas. Acho que é uma campanha de valor. Nós temos uma expectativa grande de trabalhar com ele e toda sua comissão, que vêm de um trabalho sólido e isso que esperamos também - afirmou o goleiro.