Rio – Um dos maiores legados dos Jogos Olímpicos Rio’2016 será, sem dúvida, o projeto de implantação da Linha 4 do metrô carioca, em 16 quilômetros, de Ipanema à Barra da Tijuca. Promessa feita para os Jogos Pan-Americanos de 2007 que só agora começa a se tornar realidade. E é justamente essa melhoria que se constitui no principal transtorno da Cidade Maravilhosa. O grande entrave para a construção era a existência de um morro de pedra. Já foi feita toda a perfuração de um túnel de 12 quilômetros, com o serviço tendo partido de ambos os lados. Resta apenas 1,3 quilômetro, na metade do percurso. A expectativa é de que o encontro das perfurações ocorra em dezembro.
A previsão de inauguração da linha é junho de 2016, a tempo de atender a demanda dos Jogos Olímpicos. Os cálculos indicam que serão transportadas, por dia, 300 mil pessoas, retirando das ruas cerca de 2 mil carros. Serão seis estações: Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alá, Antero de Quental, Gávea, São Conrado e Jardim Oceânico.
O transtorno causado atualmente, segundo a prefeitura, será compensado no futuro, pois a construção do ramal representa metade da malha metroviária existente na cidade. Com a Linha 4, o passageiro fará o trajeto entre Ipanema e a Barra em 13 minutos e da Barra ao Centro em 34 minutos. O custo total da obra está estimado em R$ 8,5 bilhões.
VILA DOS ATLETAS
Outra grande preocupação desde o início das obras no Rio foi a Vila dos Atletas, na Barra, fora do Parque Olímpico. No entanto, o terreno, muito encharcado, causou uma série de problemas, que culminaram até mesmo num embargo, há um ano. Situação que teve de ser contornada pela Prefeitura do Rio, obrigada a gastar um dinheiro inesperado com mais uma obra.
Segundo o secretário-executivo de coordenação municipal, Pedro Paulo Carvalho, não existem mais problemas com o terreno e nem há riscos para os 31 prédios construídos e agora já na fase acabamento. Ele revela que um erro cometido em outro evento esportivo, o Pan’2007, também causou preocupação ao município. Houve falhas de construção, como afundamento do terreno no entorno dos prédios e rachaduras em áreas comuns. Há alguns meses, a situação se agravou e novo trecho cedeu, atingindo o acesso às garagens de dois edifícios. “Foi feito um estudo e constatou-se que as estruturas dos edifícios não foram abaladas. Com isso, foi necessária uma obra de taqueamento, que resolveu o problema. Mas foram gastos pelo município R$ 80 milhões.”