
A justiça
De toda forma - por caminhos tortos, mesquinhos e em nada alinhados com a segurança e os cuidados necessários relacionados com a pandemia da Covid-19 (o protocolo de retorno do Estadual foi ridiculamente precário) - o desfecho acabou sendo justo. Não havia como fazer o Salgueiro jogar quinta à noite no Sertão e domingo à tarde na Arena. Não havia tempo para isso e todos sabiam. Quem silenciou, como o próprio Santa Cruz, sabia das consequências. Por isso, repito a definição acima: “Sequência de movimentos programados”. Como em uma partida de xadrez. Um passo interfere no outro.
Xeque-mate
O xeque-mate foi a realização da segunda semifinal na noite de quinta. Ao entrar em campo, o Salgueiro sabia que - vencendo - jogaria novamente em seu estádio no domingo. A outra alternativa seria adiar as finais para segunda e quinta, saindo da grade de transmissão da TV. Impossível. Claro que o Santa previu esta consequência. Fez o jogo de cena de ter sido “surpreendido” apenas para alimentar a pressão. O próprio presidente da FPF também entrou na dança. Lançou no ar uma frase intransigente enquanto abria caminho para o Governo bancar a mudança.
Todos ganharam
Observe que todos conseguiram uma fatia do que queriam: Salgueiro e Santa jogarão em suas casas; a FPF se eximiu da responsabilidade e o Governo restabeleceu o senso de justiça. E o debate sobre protocolos, segurança e controle máximo da pandemia? O futebol, e toda insanidade que o cerca, o engoliu.