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Entrevista com Eduardo Agra, bronze em 78

Antecessor de JP,atual pivô da Seleção Brasileira, Agra foi o primeiro pernambucano a participar de um Mundial

postado em 29/08/2010 16:34 / atualizado em 25/07/2016 15:50

Ao olhar pra trás, Eduardo Agra saboreia cada pedaço de um passado doce. Começa a contar histórias e naturalmente se enche de orgulho. Vai buscar na memória o menino de apenas 12 anos começando a bater bola na quadra no Clube Português do Recife. As orientações do inesquecível técnico Fernando Viana. Depois, visualiza aquele mesmo garoto anos mais tarde, dividindo a quadra com alguns dos futuros astros da NBA. Além das façanhas pela Seleção Brasileira, Agra é o brasileiro que chegou mais longe na concorrida liga de basquete universitário americana, a NCAA. Após deixar o Sírio em 1979, foram quatro anos na Kansas State, universidade que integra a elite, a Divisão 1 da NCAA. "Chegamos a ficar entre os oito finalistas numa temporada. No meu time, convivi diariamente com Rolando Blackman e Ed Mealy". Enquanto Blackman é uma lenda da NBA, Mealy foi companheiro de Michael Jordan na Era dourada do Chicago Bulls. O que dizer então dos adversários? Durante a carreira, Agra teve chance de enfrentar alguns imortais. Magic Johnson e Larry Bird bastam para servir de exemplo. Ambos campeões olímpicos em Barcelona 1992, integrantes da formação original do Dream Team. Johnson, ídolo do Los Angeles Lakers. Bird, ídolo do Boston Celtics. "Foram anos incríveis. Se eu for enumerar as feras contra quem já joguei... tive o privilégio de jogar numa das principais universidades dos EUA, o que é raro", pontua o pernambucano, hoje comentarista da ESPN Brasil. JP Batista, por exemplo, jamais chegou à Divisão 1 da NCAA. O pernambucano da vez na Seleção defendeu universidades menores, talvez prejudicado pelo tamanho, acredita Agra. "Pra ser ala-armador, minha estatura era muito boa (1,96 m). Acho que isso foi determinante pra que eles investissem em mim", diz. Apesar de medir 2,06 m, JP atua como pivô, justamente a posição dos gigantes. "Acho o João excelente jogador, inclusive apostei que ele estaria na NBA. O pessoal costuma pegar no meu pé e me chamar de bairrista por conta disso", revela o precursor de JP na Seleção.