Fred Melo Paiva
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Rumo ao tri

"Deus que me perdoe, mas quem sabe se nessa boa onda não estoura em definitivo a guerra na Ucrânia, ficando o Bernard por aqui mesmo?"

postado em 24/05/2014 12:00 / atualizado em 24/05/2014 10:34

Fred Melo Paiva /Estado de Minas

E o Galão voltou a ganhar fora de casa! Já não me lembrava mais disso – e de repente, com Bebezão e tudo, com Emerson Conceição e até com a camisa branca zicada desde o Marrocos, eis que fomos, vimos e vencemos. Duas vezes! Retomando o curso normal das coisas, voltamos ao estilo Joseph Blatter, o visitante indesejado. Sem querer me vangloriar, mas eu falei: o que estava nos empatando era aquela série de empates com o time do Barro Preto. Depois do 2 a 1, foi como se tivéssemos nos livrado de uma prisão de ventre, daquele barro preto que sai custoso, aliviando as vísceras e também a alma.

O fato mais importante da semana, porém, é a volta de Revenbauer. O capita tava numa seca maior que a do Tardelli, porque além de errar na frente tava entregando atrás. Na quinta-feira, porém, baixou de novo o Beckenbauer. Uma matada no peito e eu já estava no Brasileirão’2012, na Libertadores’2013. Quem tem Revão incorporado joga com 12 – um no ataque, outro na defesa. E o Felipão, coitado, levou o Henrique. Pelo menos a trapalhada não foi maior, e ele esqueceu Dedé, Didi, Mussum e Zacarias.

Com o gol que fez contra o Vitória, Réver ultrapassou Luisinho como o maior zagueiro artilheiro da história do Galo. Agora ficamos obrigados ao 3-5-2 no Atlético de todos os tempos – porque ninguém é maluco de tirar um dos dois e nem ingrato a ponto de colocar Leonardo Silva no banco. Se fica aqui mais uns seis meses, a gente ainda era capaz de achar espaço pro Otamendi. Ia virar uma retranca danada.

Misteriosamente, o Galo vai se acertando. Sim, é um mistério, porque fecharam a janela de transferência do Departamento Médico e de lá ninguém sai. Parece a Olimpíada de Munique em 1972: sequestraram a nossa seleção. Com o pessoal que sobrou do lado de fora, o Levir montou o time. E não é que rolou? É por isso que nunca me aventuro na lógica pra explicar o Atlético – prefiro sempre a metafísica, apesar de cético e crente apenas em São Victor.

Pois assim, aos trancos e barrancos, na base da macumba e do alinhamento com o papa Francisco, o atleticano vislumbra seu presente de Natal quando dezembro chegar. Vamo que vamo! E por falar em barranco, que campo era aquele de quinta-feira, minha gente? Nem chegava a pasto, porque se você solta uma vaca naquele agronegócio, é capaz de contundi-la. Parecia mais uma área de cultivo, com tufos que lembravam o espaço destinado aos hortifrutigranjeiros. Mas, enfim, não teve xabu: ganhamos no padrão Fifa e no padrão F...-se.

Deus que me perdoe, mas quem sabe se nessa boa onda não estoura em definitivo a guerra na Ucrânia, ficando o Bernard por aqui mesmo? Quem sabe se ainda assim não pinga o dinheiro dele na nossa conta e, em vez de o Corinthians comprar o Tardelli, a gente traz o Guerrero pra compor o nosso banco?

Quem sabe, de repentemente, a gente não levanta o tricampeonato no final do ano? O tri sem bi a que todos, por jurisprudência, agora têm o direito.

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