Na quarta-feira vai começar tudo de novo. Lá vamo nóis pra mais uma Libertadores! Se o Galo ganhar, você sabe, todo o resto estará rebaixado à série B: emprego, casamento, boletim de filho. O que são esses pormenores perto do Atlético na Libertadores?
Vá treinando na frente do espelho: quando o chefe te chamar na sala dele, olhe dentro de seus olhos, demonstre interesse franzindo o cenho, não deixe que ele perceba que sua mente é uma grande mesa redonda e que a única tabela que importa é a tabela do campeonato. Concorde balançando a cabeça, enquanto os gols do Fred passam em modo randômico pelo seu cérebro corrompido.
Aceite as novas regras do relacionamento. Deixe que seu filho almoce, jante e estude jogando Xbox. Que se dane, você já tem problemas o suficiente: quem será nosso camisa 10? Quem substituirá Leo Silva, em caso de contusão?. É na hora do sexo que se pode ter os melhores insights a respeito do posicionamento do Robinho. Foi bom pra você, meu amor? Sim, mas seria melhor se o Cazares jogasse o que sabe, em vez de ficar nessa punheta.
Chega o outro sábado, mas não chega a próxima quarta-feira, Ave Maria, quer dizer, Ave Cruzeiro, porque é preciso parar com esse negócio de Maria, as mina tão certa. Tá parecendo a quarta-feira do Goulart, não chega nunca. Pra alcançá-la, tivemos de superar a quarta-feira passada, quando rolou aquele arranca-toco contra a Chape. E você achando que tinha visto a maior pelada do mundo quando a musa do impeachment mostrou seu green card no carnaval da RedeTV. Sabe nada, inocente.
Dizem que foi um teste: um teste oftalmológico para a prevenção de calo no olho. Pois é, deu errado. Acordei no dia seguinte e fui direto pro Dr. Scholl fazer a remoção. De bom, apenas a constatação de que Felipe Santana não se deixou levar pela fama dos tempos de Borussia: eis um sujeito que tem os pés no chão. Se eu fosse o Roger, punha ele pra pular elástico um mês seguido, com o Cazares segurando de um lado e o Clayton do outro.
Pra chegarmos à tão esperada quarta-feira, atravessamos um carnaval inteiro. Foi bom pra todo mundo, fora o Temer. Foi ainda melhor pra Portela, esse Galo das escolas de samba, minha desculpa perfeita sempre que alguém me vê de azul: “É da Portela, meu filho”. Pra chegar logo a quarta-feira, falta passar pelo Villa Nova, neste sábado, no Horto, em jogo válido pela Libertadores do Cruzeiro. O Villa, que nos deu Luizinho, companheiro de zaga do Leo Silva no Atlético de Todos Os Tempos. Que sua mística nos inspire: pra ganhar na Argentina, você tem de ser Galo (o Galo de 2013, estreando lá contra o Arsenal de Sarandi), mas também tem de ser Leão.