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Cruzando a cordilheira

Torcedores do Chile tentam driblar os altos preços na Copa para acompanhar os jogos de sua seleção, que ficará concentrada na Toca da Raposa II. Time está no Grupo da Morte

postado em 15/04/2014 08:54 / atualizado em 15/04/2014 08:58

REUTERS
Desde que a Associação Nacional de Futebol Profissional (ANFP), entidade equivalente à CBF no Chile, anunciou que a Seleção Chilena iria usar a Toca da Raposa II como base durante a Copa do Mundo de 2014, as atenções do outro lado da Cordilheira dos Andes se voltaram para Belo Horizonte. Entusiasmados com o desempenho de La Roja nas Eliminatórias Sul-Americanas, em cuja disputa terminou em terceiro lugar, atrás apenas de Argentina e Colômbia, muitos torcedores começaram a pensar em viajar ao Brasil para incentivar a equipe.

O sonho de acompanhar um Mundial in loco, porém, esbarra em obstáculos como os altos preços dos pacotes e as dificuldades para a aquisição de bilhetes. Além do mais, a equipe não joga na capital mineira na primeira fase – estreia em 13 de junho pela etapa de grupos, contra a Austrália, em Cuiabá, e terá ainda Espanha e Holanda pela frente.

Para diminuir um pouco os custos, muitos chilenos estão buscando alternativas. Uma delas é viajar de carro, como pretende fazer o taxista Juan Almeida. Segundo ele, a intenção é ir a ao menos a um jogo, mas o mais importante é participar da festa. “Vamos aproveitar para conhecer o Brasil”, diz ele, que deve seguir acompanhado da esposa e de dois filhos, mas que não cogita chegar a Belo Horizonte, ficando na capital paulista e aproveitando para ir ao litoral.

“A procura é alta, mas as vendas não foram tantas. O maior problema é mesmo a compra de ingressos. Alguns intermediários chegam a cobrar US$ 2,5 mil (cerca de R$ 5,55 mil) pelos três jogos. Além disso, o deslocamento entre as sedes é complicado”, diz Arturo Sandoval, executivo de vendas da agência de viagens WTP Chile, de Santiago, que prefere não revelar quantos pacotes sua empresa já comercializou.

Há também quem opte pelo ônibus. A própria WTP oferece pacote rodoviário a partir de US$ 5.345 (cerca de R$ 11,9 mil), em regime de meia-pensão e entradas para as partidas contra Espanha e Holanda. Ao todo, serão 13 noites, com direito a dois dias em Puerto Iguazú (Argentina), um no Rio, três em Camboriú (SC), um em São Paulo e um em Foz do Iguaçu (PR).

“É uma alternativa para quem não quer desembolsar cerca de US$ 12 mil (R$ 26.655) por um pacote aéreo”, explica Sandoval, que acredita em aumento da procura de viagens ao Brasil para a Copa à medida que a abertura se aproxime.

O radialista Francisco Caneo é outro que aposta em um bom número de chilenos no Brasil entre junho e julho. Para ele, a situação econômica do Chile é favorável e até quem havia desistido da viagem há algum tempo em virtude dos preços pode repensar. “Conheço muita gente que só decidiu agora organizar a ida. Nossa seleção terá muito apoio”, diz o repórter da Rádio Cooperativa, uma das maiores da capital chilena.

PREVISÃO Não há estimativa de quantos chilenos virão a Minas Gerais durante a Copa. Porém, 5 mil torcedores do país compraram ingressos para acompanhar os jogos do Mundial, segundo o cônsul-geral do Chile no Rio de Janeiro, Samuel Ossa.

De acordo com ele, o número de turistas será bem maior. “Alguns virão acompanhados, ainda que não assistam aos confrontos. Outros seguirão a Seleção Chilena nas cidades onde jogam, mesmo sem entradas, e, finalmente, muitos virão desfrutar as belezas do Brasil e o ambiente que será vivido na ocasião do Mundial”, prevê.

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