Germán Cano marcou duas vezes na goleada do Fluminense por 5 a 3 sobre o Atlético (Foto: Marcelo Gonçalves/Fluminense)


Tido por muitos como um dos pilares do time multicampeão em 2021, o sistema defensivo do Atlético tem sido motivo de críticas em 2022. Com 13 gols sofridos, o Galo tem a 4ª pior defesa da Série A do Campeonato Brasileiro e deve ter mudanças para enfrentar o Santos pela 11ª rodada, no sábado (11), às 19h, no Mineirão.



 
Dugout
 

Apenas Juventude, Botafogo e Avaí sofreram mais gols que o Atlético no Brasileirão. O time gaúcho é o vice-lanterna, com 17 gols sofridos; os cariocas estão na 15ª posição, com 15 gols sofridos, enquanto o Leão é o 16° colocado na tabela, com os mesmos 15.

O grande colapso do sistema defensivo atleticano ocorreu no Maracanã, no Rio de Janeiro, na última quarta-feira (8). Em noite de muitos apagões, o Atlético foi derrotado pelo Fluminense por um sonoro 5 a 3 em seu centésimo jogo no mais tradicional palco do futebol brasileiro.

O trabalho defensivo comandado pelo técnico "El Turco" Mohamed já vinha sendo alvo de críticas. O treinador argentino tenta implementar uma mudança de filosofia no Galo em relação ao trabalho de Cuca, que envolve uma marcação em zonas mais altas do campo e maior agressividade na pressão pós-perda, para tentar recuperar a posse de bola o quanto antes.



 
 

O problema é que a equipe tem apresentado dificuldades para assimilar a nova estratégia. Contra o Fluminense, em diversas oportunidades, o Atlético mostrou problemas de compactação quando subia para incomodar a saída de bola adversária: com triangulações rápidas, o Tricolor se desvencilhava da pressão e encontrava grandes espaços entre as linhas alvinegras para progredir com bola.

A pressão pós-perda também foi errante. Ao perder a bola, o Galo acumulava jogadores no setor na tentativa de fechar linhas de passe próximas para o rival, mas tinha pouca coordenação nos movimentos e, na maioria das vezes, permitia que o time de Fernando Diniz saísse dessa "zona de guerra" sem maiores dificuldades.

As situações de transições ofensivas rápidas (contra-ataques) dos adversários também têm representado um problema. Não é raro ver o Atlético sofrer contra-ataques em lances de inferioridade numérica, com os volantes avançados em campo e um grande espaço a ser coberto à frente da linha defensiva.



Por fim, outra questão a corrigir é o controle da profundidade defensiva. Isto é, o controle do espaço cedido às costas da linha de defesa. A equipe de Diniz conseguiu vários passes verticais nas costas da zaga do Galo, que deixaram o goleiro Everson exposto a situações de mano a mano com atacantes do Fluminense. Dor de cabeça para "El Turco" Mohamed.

Mudanças contra o Santos


Neste cenário de instabilidade, o Atlético deve ter mudanças no setor defensivo para encarar o Santos. Igor Rabello e Réver são os substitutos mais prováveis para suprir a perda do zagueiro Nathan Silva, que recebeu o terceiro cartão amarelo diante do Flu e está suspenso.

Na lateral esquerda, Rubens deve deixar a equipe para o retorno do titular e selecionável Guilherme Arana. Se optar por alterar ainda mais a configuração defensiva, El Turco pode promover o retorno de Guga, que vinha sendo elogiado por boas atuações, na vaga de Mariano na lateral direita.



 
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Apesar das críticas ao desempenho defensivo recente dos volantes Allan e Jair, a tendência é que ambos permaneçam no time titular contra o Santos. Se quiser escalar um jogador com mais características de marcação no setor, Mohamed pode optar pela entrada de Otávio, mas essa é uma alternativa pouco provável.

No ataque, outras mudanças podem acontecer. O retorno de Keno coloca em jogo a titularidade recente de Eduardo Sasha. Ademir, que vem de atuações ruins na ponta-direita, pode deixar a equipe. Nesse caso, Sávio aparece como substituto mais provável.